Entre lançamentos, shows e mudanças, Marinas Found fala sobre seu intenso 2019


Foto: Gustavo Dos Santos Islabão

Formada em 2014, a Marinas Found teve em 2019 o ano mais movimentado de sua história. O quarteto de punk/hardcore melódico iniciou o ano com o lançamento de seu segundo álbum, Ansiolítico, disponível nas principais plataformas.

Na sequência do disco novo vieram lyric vídeos, videoclipe e uma série de shows. Além das diversas apresentações em Pelotas, a banda também tocou em Pedro Osório, São José do Norte, Rio Grande, Porto Alegre, Sapucaia do Sul. Dividiram palco com bandas como Inimigo Eu, Combover, Sugar Kane, Chuva Negra, Surra e os gregos da Day Oof.

Na reta final deste ano, a Marinas Found passou ainda por uma mudança em sua formação, com Murilo Uarth entrando no lugar de Arthur Feltraco. Assim, o quarteto atualmente é composto por Pedro Soler (vocal e guitarra), Eduardo Walerko (guitarra e vocal), Pietro Strickler (baixo) e Murilo Uarth (bateria). O primeiro deles, Pedro Soler, é quem responde as perguntas sobre as atividades deste ano, conjuntura e projeções para o futuro da banda.

– Quantos shows vocês fizeram no total este ano? Como vocês avaliam essa grande rotatividade de shows, quais fatores influenciaram mais?

Cara, pra ser honesto não sei quantos shows fizemos este ano, mas foi, com certeza, o ano que mais fizemos shows na história da banda e o maior número de shows fora da cidade. Acho que nós nos propusemos muito a tocar fora e levar nosso som pra longe e isso ajudou bastante. O disco com certeza foi ótimo pra nós termos um trabalho novo para o pessoal se interessar, e divulgar, o que ajuda muito sempre. Fora isso, acho que nosso contato com amigos de outras cidades ajuda muito, fazemos uma ligação entre nós, o que nos possibilitou novas oportunidades.

– Se puderem falar um pouco, especificamente, sobre as experiências de tocar em outras cidades.

É sempre ótimo! Nos acostumamos a tocar em Pelotas e é sempre bom poder levar o som pra mais longe e para mais gente. Sem falar que em outras cidades conseguimos perceber de outras formas como as pessoas reagem aos sons e ao show em si. É muito importante para o crescimento da banda levar o som para mais pessoas e em mais lugares, o que torna importantíssimo tocar em outas cidades, sem falar que a gente adora, né.

– Sobre as redes sociais, vejo que também há uma produção constante de conteúdo (videoclipe, lyric vídeo, meme). Como vocês lidam e avaliam essa questão de presença nas redes sociais?

Sim! A gente tenta se manter presente pras pessoas que curtem a banda e que querem nos acompanhar. Então, estamos sempre produzindo conteúdo que possa gerar engajamento com as nossas páginas. Acho que no momento atual é muito importante se manter ativo nas redes pra que as pessoas não esqueçam de nós, porque, cada vez mais, quem não está nas redes não sobrevive… Hoje em dia só sendo intimamente ligado com as redes sociais pra sobreviver.

Confira o clip da faixa ‘Mim” lançado em novembro:

– Quanto ao lançamento do disco, como vocês avaliam que foi a recepção?

A recepção foi legal! Estamos cada vez mais atingindo mais pessoas e chegando mais longe. É muito massa ver gente de cada vez mais longe acompanhar a banda e curtir nosso som e isso foi majoritariamente graças ao Ansiolítico. Com o novo álbum, nós trouxemos muito mais músicas e acho que músicas que no geral são bem mais legais, bem mais produzidas, o que nos ajudou muito.

– A conjuntura política e social tanto do país como do estado e/ou da cidade estão um tanto quanto conturbada, com vários espaços para cultura se fechando ou sofrendo cerceamento. Como vocês veem esta questão, como isso impacta vocês e o cenário independente que a banda frequenta?

Infelizmente a situação está horrível. Não é segredo pra ninguém que o fascismo e os proto fascistas vem destruindo o país, por mais que não estejamos vivendo um regime fascista, percebemos uma infinidade de políticas de cunho autoritário, anti cultura, anti educação, anti pobres, e por que não, anti política… Nós vivemos um desgoverno. A gestão atual se esforça para a piora do bem estar coletivo. Então, é uma situação complicada, uma situação que exige um posicionamento firme e um estudo também firme da situação, precisamos saber com o que estamos lidando para nos proteger e saber como lidar. Essa situação vem tornando cada vez mais difícil a situação do povo, dos artistas, dos músicos, dos educadores e consequentemente, de nós e de todos que trabalham conosco ou como nós. Nos últimos 10 ou 20 anos, a cultura e a educação no Brasil vinha recebendo incentivos inacreditáveis, como por exemplo o trabalho da Ancine com o cinema, que infelizmente, esta em risco atualmente. Eles estão acabando com milhões de empregos por desavenças ideológicas, com milhões de reais que podiam participar da receita do Estado, com verba que podia ser revertida em políticas públicas para os que necessitam, mas infelizmente estamos longe disso.

– Como foi essa mudança na batera nesse fim de ano. Se puderem falar um pouco sobre o novo integrante.

Não foi fácil, não dá pra mentir. O Arthur era membro fundador comigo, tocávamos desde pequenos no colégio, porém tentamos fazer uma transição legal. Chamamos o Murilo, que é um baita cara, já era nosso amigo de outras bandas aqui da city. O cara toca muito e vem sendo muito gente boa em todos nossos roles e produção de novos sons. A gente não podia estar mais feliz com ele. Estamos ansiosos para o nosso futuro juntos.

Nota: Arthur Feltraco deixou a banda por conta de um intercâmbio em Portugal. Em seu lugar entrou Murilo Uarth, que já atua como baterista na banda Realidade Simulada

– Planos, projeções para 2020, há algo que possa ser adiantado já?

Cara, tocar o máximo possível, lançar o máximo de material possível e principalmente chegar ao máximo de pessoas possível. O que mais queremos é aumentar nosso público cada vez mais, e isso é o que nos motiva sempre. Então, 2020 vem com estes princípios. Exatamente como tudo vai acontecer nós não sabemos, mas esperamos que venham só coisas boas disso tudo.

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Broken Heartz fotografia

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