Ian Ramil fala com o e-cult sobre seu disco novo e a live deste sábado


Foto: Tulia Radaelli

“É um disco sem bateria e sem guitarra, com composições feitas a partir do nascimento da Nina, minha primeira filha”, antecipa Ian ao e-cult.

O cantor e compositor Ian Ramil fará sua primeira apresentação online neste período de pandemia. A apresentação caseira, que trará músicas de seus dois álbuns e composições inéditas, será neste sábado, às 20h, em seu canal no YouTube (link para notificação)

Vencedor do Grammy Latino de 2016 com o disco Derivacivilização, Ian Ramil está trabalhando no seu terceiro disco de inéditas, previsto para 2021. Além disso, o cantor também tem atuado como produtor, assinando os trabalhos mais recentes da cantora curitibana Juliana Cortes e do conterrâneo João Ortácio.

Neste ano, o músico ainda marcou presença em dois clipes gravados pelo projeto Casa Ramil: “Deixando o Pago”, lançado em maio e “Noite de São João”, em junho. Filho de Vitor Ramil e sobrinho de Kleiton e Kledir, Ian começou a carreira musical na cena porto alegrense, onde fez parceria com a banda Apanhador Só e lançou seu primeiro disco “IAN” em 2014. Este trabalho lhe rendeu o Prêmio de Revelação do Ano em Música Popular na 59ª edição do Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

Em 2015, ele gravou seu segundo álbum em Pelotas em um estúdio montado no seu ex-quarto na antiga casa da Amarante. O disco mais experimental, mais barulhento (talvez até mais audacioso), lhe rendeu o prêmio de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa no Grammy Latino em 2016. (Seis considerações sobre a premiação de Ian Ramil no Grammy)

Ian Ramil no Elefante Sessions apresentando a faixa título de seu segundo álbum

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Em entrevista exclusiva ao e-cult, Ian Ramil fala sobre como tem sido o seu ano de 2020, o andamento do novo álbum, seus trabalhos de produção e sobre a apresentação deste sábado.

– Quais os teus planos e expectativas para 2020 que tiveram que ser repensados ou adaptados? Como tem sido a tua vida artística em período de pandemia?

Eu tinha o lançamento do disco novo agendado pro final de maio no Theatro São Pedro e a partir dali uma agenda de lançamento sendo formada e já com outras datas marcadas. Tive que adiar tudo. Tenho aproveitado a quarentena pra cantar e tocar diariamente e planejar o lançamento do disco pro ano que vem.

– Tu estás trabalhando em um terceiro disco de inéditas, certo? Em que estágio encontra-se esse trabalho, o que podes adiantar pra nós sobre ele?

O disco está gravado, em fase de finalização. É um disco sem bateria e sem guitarra, com composições feitas a partir do nascimento da Nina, minha primeira filha. Fiz a pré-produção sozinho em casa e depois chamei amigos e amigas músicos pra contribuir nos arranjos. Boa parte do que gravei em casa ficou no disco, mas o grosso foi gravado no Estúdio Áudio Porto, em Porto Alegre.

– Tens atuado também na produção de trabalhos de outros artistas. Fale um pouco dessas experiências, como surgiram esses convites.

Daqui alguns dias sai o disco da Juliana Cortes, que produzi ano passado. Foi um processo intenso em que primeiro nos juntamos por uma semana numa casa em Curitiba, reunindo compositores e compositoras do Paraná e do Rio Grande do Sul. Compusemos quase todo o repertório do disco nessa imersão. Uns meses depois gravamos metade do disco em Porto Alegre, com músicos daqui, e a outra metade em Curitiba, com músicos de lá. O grande Airto Moreira gravou em uma faixa e foi emocionante observar a criação dele em cima de uma faixa idealizada por mim. Esse é o primeiro disco que produzo sozinho. Havia produzido o EP de Leo Aprato e, em parceria com o Guilherme Ceron, os EPs de Saulo Fietz, Poty e João Ortácio. Além do disco Percepção (2018), do Poty, e do meu Derivacivilização (2015). Todos artistas próximos, da cena da qual faço parte. A Juliana é de Curitiba e nos conhecemos em 2015, quando ela me convidou e produzi a gravação de uma música dela por causa de uma contrapartida do crowdfunding do Derivacivilização que ela havia comprado. Lá nasceu a vontade de fazermos juntos o próximo disco dela.

– Essa será a tua primeira live solo, tocando um longo repertório, certo? Como está a tua expectativa? O repertório será com músicas dos dois discos, mais alguma coisa inédita, vai ter alguma ordem… ou como vai será essa dinâmica?

Repertório longo o suficiente pra ser um show. Eu tô bem curioso sobre a sensação de tocar da sala da minha casa para um público ausente. Curioso sobre como vai se dar essa interação e a troca de energia. O áudio vai ser captado pelo Lauro Maia e a imagem pelo Davi Pretto, que é também um amigo meu de muitos anos, excelente diretor de cinema. Ontem (quarta) fizemos uma passagem completa e inventamos um monte de coisas. Vou tocar músicas minhas, algumas inéditas, e versões de músicas que gosto e venho tocando na quarentena. Foi difícil fechar o repertório pela dor dos sacrifícios… Se fosse botar tudo que queria tocar o show ficaria com umas seis horas. Acho que só minha mãe aguentaria. As muitas pedidas de músicas que recebi nas redes sociais tornou a coisa toda ainda mais interessante. Foi desafiador e acaba por ser o repertório mais diferente que já montei.

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