Já foi unicamente papel, hoje é principalmente digital – Crônica por Lucian Brum


Foto: Lucian Brum

No verão de 2018, assisti ao filme The Post no Cineflix. Uma história entusiasmante sobre liberdade de imprensa, que se desenrola com a publicação de documentos secretos do governo americano pelos jornais New York Times e Washington Post. Saí da sessão empolgado para ler mais sobre jornalismo, peguei um Uber, fui até o sebo Icária, e encontrei nas prateleiras o livro Primeira Página.

O livro proporciona uma viagem pela história do Brasil e do mundo nas 216 mais importantes capas da Folha desde 1921. Foi um achado, custou pouco, e me deu um panorama sobre como o jornal tratou em manchetes os acontecimentos do século XX.

No mês de fevereiro a Folha de São Paulo completou 100 anos. Desde os anos 1980 é o jornal de maior circulação do país, promovendo uma linha editorial com jornalismo crítico e opinião pluralista. Nas suas páginas, sempre estiveram escritores exultantes: Paulo Francis, Carlos Heitor Cony, Sergio Rodrigues, Ruy Castro e tantos outros – o Projeto Folha se preocupou em fazer um jornal bem escrito.

A capa é onde o jornalismo chancela os assuntos que se destacarão como “rascunhos da história”. Nossa época avança na cultura ligada em rede, as informações, mesmo que de grandes jornais, circulam através de links, então: qual será o futuro da capa? O Publisher da Folha, Luiz Frias, em entrevista na edição centenária disse: “Nosso negócio é produzir conteúdo de qualidade e fazer curadoria do que é importante […]. A plataforma vem depois. Já foi unicamente papel, hoje é principalmente digital”.

Texto: Lucian Brum

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