Mano Rick e a resistência musical para exceder os silenciamentos


Reprodução videoclipe inédito Linda Pérola

Mostrando sua versatilidade e disposição para abordar diferentes temas, em busca de uma inovação que também passa pela musicalidade, Mano Rick, pelotense de 24 anos, 14 deles dedicados ao movimento hip hop e à música rap, traz o seu segundo lançamento de 2021 no dia 12 de março, com Linda Pérola, canção com produção de DJ MD Beats.

Por meio de suas redes sociais, o músico divulgou imagens do videoclipe, produzido por Guilherme Noremberg, e o Pré-Save – link para salvar a data de lançamento do single e receber uma notificação quando ele estiver disponível nas plataformas.

Reprodução videoclipe inédito Linda Pérola

“Linda Pérola traz uma levada diferente do que a galera está acostumada a ver nos trabalhos do Mano Rick. O clipe conta com a participação da modelo Alexia Freitas, que contracena comigo, e dos dançarinos Emanuel Brizolara e Larielly Gonçalves, além da aposta do lançamento de um single e videoclipe no mesmo dia”, explicou o músico.

Faça o Pré-Save de Linda Pérola

EP lançado via Lei Aldir Blanc

Ao pesquisar o termo “exceder,” em uma conhecida ferramenta de pesquisa da internet, a primeira definição que surge é “ser superior a ou ultrapassar em valor, peso, extensão etc.”. Tendo em vista esse conceito, considero acertada a escolha de “Exceder do Silêncio” para o nome do EP lançado por Rick, seu primeiro trabalho musical de 2021. Cada passo do músico visa romper e ser maior que as dificuldades de se trabalhar com arte no interior do sul do sul do Brasil.

O lançamento de Exceder do Silêncio, no final de janeiro de 2021, foi viabilizado após Rick ser contemplado com o Prêmio Movimento, edital da Secretaria Municipal de Cultura, com verbas da lei federal Aldir Blanc, de auxílio emergencial à classe artística durante a pandemia. A verba recebida permitiu a produção do EP, com remuneração dos músicos e demais artistas envolvidos, e investimento na divulgação da obra na internet.

Reprodução videoclipe inédito Linda Pérola

“Exceder do silêncio é o grito daqueles que foram silenciados por tanto tempo. Ou tu desiste e se cala de vez, ou se revolta e grita mais alto, pra mostrar que a gente que é artista, que é negro, da periferia, não vai mais se calar, até sermos ouvidos”, explica.

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Apesar da confiança depositada no trabalho, Mano Rick reconhece que existe uma dificuldade para dialogar, por meio da música, sobre assuntos como a violência urbana, a desigualdade de oportunidades para a periferia ou a pobreza. “Esses não são necessariamente os temas que a galera quer ouvir, mesmo quem é da vila. No momento o rap no Brasil tá abordando outros assuntos, mas acho que segue sendo importante levantar essas questões, do lado social”, reflete.

Escute o EP O Exceder do Silêncio

Vida de músico durante a pandemia

Até quando não é a sua intenção explícita, cada movimento de Rick pode ser considerado um passo em direção à superação, na busca por ser maior que os obstáculos, ou silenciamentos, expressão em alta nos últimos tempos. Em meio a uma pandemia, no interior do Rio Grande do Sul, trabalhar com arte é atuar em um cenário de constantes desafios, mas também de conquistas.

Mesmo em um momento de incertezas, o músico não desanima. “A pandemia aumentou meu fluxo de trabalho”, conta Rick, que atualmente aproveita o período de isolamento social para se dedicar ao home office (trabalho em casa) em seu home studio (estúdio em casa). Sua meta é continuar liberando músicas novas nas plataformas digitais todos os meses em 2021.

A rotina do rapper pode surpreender quem imagina a vida de um músico como um contínuo desregrado, na busca de inspiração e com horários folgados. De segunda a sexta-feira Rick divide-se entre a gestão do @4passos – selo musical independente criado pelo próprio Mano Rick, e que atualmente conta com equipe de trabalho formada pelo produtor musical/fonográfico Luciano Matuck, e os músicos Gabriel Soares e Lucas Consentins, e a produção de suas próprias músicas, composições e articulação de parcerias.

Em semanas de lançamento nas plataformas digitais, no entanto, é preciso adentrar madrugadas e finais de semana. O artista não chega a “bater ponto” como em um emprego tradicional, mas cumpre horários de início e fim de expediente, intervalo para almoço, exige e também é cobrado pelos colegas a respeito do cumprimento de prazos de projetos.

“A música precisa cumprir alguns requisitos, na questão do estilo e formato de capa para single, por exemplo, para que tenha o lançamento aprovado nas plataformas digitais de música em streaming. Caso não seja aprovada, é preciso corrigir e enviar novamente, o que pode atrasar um lançamento em até duas semanas. Para que isso não aconteça é necessária essa disciplina, essa organização”, explica.

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Matéria: Paulo Ienczak

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