Salve Arte Festival será lançado com união e pluralidade de artistas da zona sul do RS


Foto: Luciano Matuck

Saber griô, música, dança, teatro, performance e circo iniciam com grande energia a primeira edição, contando com oito espetáculos e 16 artistas neste final de semana.

Buscando criar novas oportunidades à arte da zona sul e abrir caminhos para trabalhadores culturais no período durante e pós pandemia, o Salve Arte Festival vem com a proposta inédita e agregadora de unir mais de 60 trabalhadores, entre artistas de diferentes linguagens culturais e produtores, com a realização de espetáculos exibidos em plataformas virtuais.

“A proposta reflete o que queremos oferecer de melhor, de mais bonito e mais verdadeiro. Estamos nos unindo e nos reconhecendo”, declarou o artista e produtor Kako Xavier, idealizador do Festival. As paredes e o palco da Casa do Tambor ganham ainda mais vida, som e luz, ecoando a magia e a força de cada apresentação. O público terá acesso, de forma gratuita, aos espetáculos no final de semana, intercalados por entrevistas, clipes, depoimentos e sorteios.

O projeto prevê a realização de oito espetáculos a cada mês, tendo 23 já gravados, os quais serão exibidos nas plataformas virtuais do projeto, como facebook, youtube e instagram. De acordo com Kako, a participação de uma equipe de profissionais da cultura, a qual está trabalhando ativamente desde o início do projeto, expressa a força coletiva e o espírito de que nada se constrói sozinho. “Contar com uma equipe qualificada e que ama a arte é a certeza de que estamos no melhor caminho e de que o projeto dará muitos bons frutos”, declarou.

Pensando no intercâmbio entre artistas, produtores culturais e fazedores da cultura, o Festival conta com madrinhas e padrinhos, os quais apresentarão cada artista, a cada espetáculo apresentado.

Compreendendo a importância de valorizar todos que estão trabalhando no projeto, foi criada a Vakinha online para colaboração espontânea do público. O endereço online para colaboração é: http://vaka.me/1254633

O evento virtual pretende estabelecer um novo marco cultural para a zona sul, com coletividade, colaboração, diversidade, união e fortalecimentos entre artistas, público e produtores.

A primeira edição de lançamento do Salve Arte Festival acontece com uma programação recheadíssima de atrações, no sábado (22), a partir das 20h e no domingo (23), a partir das 19h nas plataformas online do projeto.
Site oficial: salveartefestival.com

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PROGRAMAÇÃO – 22 de agosto – SÁBADO:

Foto: Luciano Matuck

Dona Sirley: arte, sabedoria e memórias vivas
Reconhecendo o saber griô, o Festival não poderia começar melhor. a Mestra Griô Sirley Amaro abre os caminhos com seu conhecimento e sua ancestralidade, sendo a homenageada desta primeira edição. Cantando e contando histórias do povo negro de Pelotas, Dona Sirley vem contar um pouco da ancestralidade da música em sua vida, a partir das memórias sobre os bailes de gaita, violão e pandeiro do Tio Marciano e do primo Crespo até os bailes e bloquinhos do carnaval de rua de Pelotas. “Venho, através da escola da minha vida, contar histórias e encenar, pois a arte está dentro de mim, a arte é vida, alegria e sabedoria e este projeto vem fazer com que eu me dê conta de como é importante permanecermos com a memória viva, me possibilitando transmitir saberes e narrativas para novas construções”, declarou.

Ela será apresentada pelo Mestre da Cultura Popular Ivan Therra, da Praia de Cidreira/RS. Ivan expressou o grande prazer ao fazer parte deste momento: “É para guardar para o resto da vida. Somos cultura viva.”

Foto: Luciano Matuck

Vicente Pimentero: um multi-artista com fusões latinas
Música, produção cultural, gastronomia, ativismo e literatura fazem parte do vasto repertório de vida de Pimentero, artista uruguaio, que atua há mais de 15 anos na região sul. “Sou um dos forasteiros das artes, sou experiência viva por ter tido a oportunidade de participar de diversos movimentos aqui a favor de artistas independentes. Vai ser lindo demais inaugurar o festival”. Sua identidade de fusão de culturas oriundas do corredor fronteiriço e do Mercosul trazem em sua apresentação um show com Folk e Blues provindos de seu berço de nascimento brasiguaio, mesclando-os com o repertório de Tango Rock, Candombe Guajira e baladeiro com ares de Murga e Milonga. Quem o apresenta, será Daniel Lemos, natural de Porto Alegre e que atua no Rio de Janeiro em sua trajetória artística.

Foto: Luciano Matuck

Gustavo Mustafé: talento e inovação do erudito ao popular “e vice-versa”
Se destacando na cena cultural de Pelotas, o músico e compositor que é natural de Araraquara/SP veio para Pelotas cursar Música Popular em 2017 e desde então possui seu envolvimento com grupos artísticos como Clube do Choro, Chorei sem querer, Coletivo Horta, entre outros. “Comecei minha trajetória na música pelo rock and roll e, com o passar do tempo, comecei a buscar as raízes em nossa terra, a qual é muito fértil para a música e isso se consolida com o choro, trazendo essa comunicação entre erudito e popular e vice-versa. Agradeço demais por essa oportunidade de experimentação e criação que o Salve Arte proporciona”. Mustafé apresenta um espetáculo autoral todo alimentado nas raízes de músicos como Pixinguinha e Gilberto Gil e agrega seu repertório nas asas dessas influências. O escolhido para apresentá-lo é o músico instrumentista e acordeonista, Renato Borghetti, da Barra do Ribeiro/RS.

Foto: Luciano Matuck

Daniel Amaro: movimentos que evocam os ritmos e a força da cultura afro-brasileira
“Eu nunca vi um projeto com tantos artistas juntos e com uma coletividade ímpar, com uma capacidade de ser generoso com todas as linguagens da arte. O toque desse projeto vai marcar a história. A cultura popular faz-nos olhar para nossos pares e nos fortalecermos”
. Foi assim que o bailarino, coreógrafo e diretor da Cia de Dança Afro, Daniel Amaro, expressou sua grande satisfação por fazer parte do lançamento do Salve Arte. Amaro já é um ativista-artista muito conhecido na cidade de Pelotas e apresentará o solo “A Reminiscência dos Tambores do Corpo”, agregando em uma única obra cinco espetáculos montados em uma década, abordando a retirada dos negros da África até a contemporaneidade brasileira e remetendo ao cotidiano cultural afro-brasileiro. “O dia em que gravamos o espetáculo na Casa do Tambor foi algo muito forte, muito energético. Nunca fiz uma performance de um tempo tão curto com tanta intensidade. Fiquei fora de mim com tamanha entrega e potência porque a arte nos tira do mundo real e nos coloca no mundo dela.” Daniel já viajou por 13 cidades em território nacional, divulgando o espetáculo. Sua madrinha na edição será Joana Marinho, diretamente de Paraty/RJ.

PROGRAMAÇÃO – 23 de agosto – DOMINGO:

Foto: Luciano Matuck

Tom Neves: influências da musicalidade negra que se conectam
Inspirado pela música popular brasileira com influências de gêneros como o Soul e o Reggae, o artista que é natural de Porto Alegre vem atuando há 13 anos em Pelotas e região sul. Tornou-se vocalista, instrumentista e produtor musical de forma autodidata e possui 20 anos de experiência com música. Nesta jornada participou de diversos projetos. Gravou seu primeiro álbum solo em 2013 e mais recentemente em 2019 o álbum Caminho do Bem o qual está trabalhando na sua divulgação. O músico será apresentado por Serginho Moah, conhecido por sua carreira sólida e reconhecida, onde atuou por mais de duas décadas como vocalista da banda Papas da Língua e atualmente desenvolve sua carreira solo.

Foto: Luciano Matuck

Lara Bittencourt: o teatro e as histórias que carregamos dentro de nós
A linguagem do teatro também se faz presente no festival e traz a atriz Lara Bittencourt apresentando Dona Edvilda e suas histórias fantásticas, um solo teatral, livre para todos os públicos, de linguagem lúdica e poética, com dramaturgia, criação e atuação da própria atriz. “É uma pesquisa pessoal sobre a terceira idade, sobre corporeidade, universo feminino e ancestralidade de minhas duas avós. Histórias de quando eu era criança e que trago comigo”, declarou a artista que afirma que a participação no festival a fez repensar novas formas de fazer teatro: “Está sendo um processo muito interessante de pensar a comunicação com a ‘plateia’ em um momento de transformação e redescoberta. Estou muito emocionada ao participar e me sinto acolhida e abraçada por todos da equipe”. A atriz será apresentada por Maria Falckembach.

Foto: Luciano Matuck

Mano Rick: resistências por beats e palavras
O rap também tem seu lugar marcado nesta primeira edição e um dos grandes expoentes e representantes do segmento é o artista pensador Mano Rick. Através de seus raps, apresenta um show baseado em sua trajetória de vida, suas influências cotidianas, suas origens no Loteamento Dunas e sua admiração pela arte. “É um momento de luta e de persistência. E eu me sinto honrado em chegar junto ao Salve Arte Festival e perceber que todos conseguimos chegar ainda mais longe quando damos as mãos e seguimos em frente, a partir dessa união”, declarou o rapper. Para a apresentação, ele conta que resgatou a essência do álbum “Do Dunas pro mundo”, apresentou uma performance da música “Por que não?” e mais duas músicas inéditas. Quem o apresenta é nada mais, nada menos do que DJ Helô.

Foto: Luciano Matuck

Alex Cruz: a linguagem lúdica para situações do cotidiano
Ousadia e irreverência brindam o espetáculo do musicista e intérprete Alex Cruz. O Circo sem Lona busca agregar ao lúdico uma crítica às falhas da sociedade. De acordo com o artista, “é o retrato caricato do nosso cotidiano, a partir do momento em que abrimos os nossos olhos e saltamos das nossas camas pelas manhãs, somos os palhaços desse grande circo, somos os mágicos, acrobatas e bailarinas, somos o que quisermos, ou, ousarmos ser”. Utilizando uma linguagem lúdica e coloquial para abordar temas e situações do cotidiano, o espetáculo que foi criado em 2009, como um espetáculo musical traz composições autorais de Alex Cruz. Quem o apresenta é Marquinho Brasil.

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5 Comentários

  1. Que prazer ler uma matéria assim, neste espaço. Deco, aproveito pra te dizer que o e-cult é parceiro do Salve Arte Festival, são nas ações que percebemos os aliados, os comprometidos com a busca de um espaço saudável para a nossa cultura, para nossa arte. Agradeço o impecável trabalho da Jornalista Didi Oliveira. Obrigado.

  2. que beleza de matéria! o salve arte é um festival de extrema importância para nossos artistas, principalmente no momento que vivemos. vida longa salve arte e e-cult <3

  3. Que riqueza de Festival!!!Diversidade de estilos com muito em comum, lindo de ver!

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