Semilla Wind fala sobre sua música universal e a apresentação no UnaMúsica


Divulgação Semilla Wind

O grupo Semilla Wind será a atração da quarta edição do UnaMúsica que ocorre nesta quinta-feira (24). O show será transmitido ao vivo na página do Parque Una no Facebook, a partir das 19h.

O Semilla Wind é um grupo que surgiu há menos de dois anos reunindo músicos de diferentes vertentes da cena pelotense. Desde o início do projeto, a proposta é de realizar experimentações sonoras utilizando os saberes de seus integrantes e buscar novos caminhos para a criação e interpretação da música instrumental brasileira.

Divulgação Semilla Wind

Formado pelos músicos Christopher Lemos, Esmute Farias, Gustavo Mustafé e Myro Machado, o grupo terá no show desta quinta a adição de um quinto elemento, o multi-instumentista e produtor Davi Batuka. Um dos grandes destaques das apresentações do grupo é diversidade de gêneros apresentados e o fato deles se alternarem entre os instrumentos.

Em entrevista ao e-cult, Christopher Lemos afirma que o projeto assumiu também um caráter de “grupo de estudos sobre Música Universal, gênero criado por Hermeto Pascoal, que anda se difundindo mundo afora e é pautado pela complexidade rítmica e pela ausência de regras na mistura de música brasileira, jazz e música erudita”. Ele cita ainda o grupo riograndino Kiai como uma referência para o Semilla (confira entrevista completa abaixo).

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UnaMúsica

Divulgação Semilla Wind

O Circuito de Música Instrumental do Parque Una surgiu com a intenção de levar boa música ao público frequentador do Parque Una, com apresentações em seu Anfiteatro ao ar livre. Por ora, devido a pandemia, os shows estão ocorrendo no formato de Live.

Em abril, o projeto abriu inscrições e foram selecionadas seis atrações para apresentações em 2020. Desde maio já se apresentaram Sovaco de Cobra Trio, Rafaela Sousa e Trítono. Estão previstas ainda, além do Semilla Wind, as apresentações de Paulinho Martins, MPBI Trio.

A produção do projeto é da Pra Toda Obra – Realizações Criativas dos produtores Aline Maciel e Denis Ribeiro. Ela afirma que esta edição contará com muita interatividade com o público nas redes sociais, há inclusive um sorteio ocorrendo no Instagram @parqueuna.

UNAmúsica #4: Semilla Wind
Quando: 24/09, quinta-feira
Horário: 19h
Onde: Página do Parque Una

Entrevista com Semilla Wind

e-cult: – Quando e como começou a banda? Quando foram os primeiros ensaios e quando vocês passaram levar a proposta pra fora, se apresentar pro público?

Semilla Wind: O projeto começou no final de 2018, mais ou menos em outubro, quando nosso baterista, Rodrigo Farias “Esmute”, teve a ideia de fazer um projeto de sessions com três bandas da cidade, onde foram chamadas a The woods, Vaca Amarela e mais seu projeto, no caso, o Semilla, ainda sem nome nem formação. Meio que de surpresa, Esmute foi chamando os músicos: Myro Rizoma, Fernando Biedrzycki, eu, Christopher Lemos, para comporem a banda nesse projeto. Tivemos pouquíssimos encontros de ensaio, já com os temas escolhidos para a gravação ao vivo. Nos dois últimos ensaios, eu levou o músico Gustavo Mustafé para o encontro e imediatamente todos começaram a tocar e assim o quarteto se tornou quinteto. Logo após a gravação do projeto e seu lançamento pelo canal Chancleta Sessions, que foi ao ar em julho de 2019, já com o nome do grupo escolhido como Semilla Wind, tivemos a ideia de levar adiante o grupo e passamos a tocar juntos.

Após jogamos a ideia pro mundo, começaram a aparecer convites para apresentações pela cidade, como a Feira Vegana de Pelotas, apresentações em casas noturnas da cidade e para o FIL (Festival Instrumental do Laranjal). Estávamos também, nos organizando, antes da pandemia, para uma apresentação na festa CREMA (Festival de Música Eletrônica Internacional, que ocorre anualmente em Pelotas), e nesta proposta, o Semilla convidaria o músico e produtor fonográfico Davi Batuka com seu projeto Batuka Sound System, nos jogando de cabeça pra dentro da música eletrônica, com todas essas referências, dos mestres da música brasileira, constituindo o que gostamos de pensar como uma “Orquestra Analógica de Música Eletrônica”, mas devido a pandemia, o festival foi suspenso.

Semilla Wind no projeto Chancleta Sessions

e-cult: Vocês começaram como quinteto, fizeram alguns shows como quarteto e agora retornam ao formato de quinteto. Falem um pouco sobre essas alterações na formação.

Semilla Wind: Somos um quinteto, mas nas últimas apresentações fizemos em formato quarteto, pois o Fernando, baixista do projeto, teve de se ausentar dos encontros e das apresentações devido ao nascimento de seu filho, um momento muito lindo, no qual ele precisava estar mais próximo da sua família. Como o Semilla tem essa característica de testar fórmulas e de propor momentos e espaços de improvisação, aproveitamos também a deixa para nos permitirmos quanto instrumentistas e continuar a brincadeira da troca de instrumentos durante os shows, característica que, estamos nos apropriando a cada novo ensaio, buscando assim, apresentações mais divertidas e únicas com a presença de convidados. Nessa apresentação, preparada para o Parque Una, estrearemos novamente como Quinteto e teremos como presente, nessa comemoração, nosso irmão de vida, Davi Batuka, se unindo a essa egrégora.

e-cult: Sobre a produção, a Semilla Wind tem várias músicas autorais, com algumas delas registradas em vídeos. Há planos de álbum, EP ou algo nesse sentido?

Semilla Wind: Sim, temos a ideia de começar a produzir nosso primeiro disco ainda esse ano, pois todos os músicos integrantes possuem formas de gravar remotamente, mas estamos em uma nova busca da forma de divulgação desses materiais. Andamos pensando em um trabalho que converse de forma mais interativa com o público. Todos os integrantes são produtores de conteúdos digitais, estamos planejando um formato de trabalho áudio visual, algo que dialogue cada vez mais com os sentidos e formas de percepção. Queremos gerar muito mais que um disco, estamos em busca de uma nova atitude de criação.

e-cult: Vocês já haviam feito alguma outra apresentação neste período de pandemia?

Semilla Wind: Nesse período de pandemia fomos contemplados com o projeto Sete ao Entardecer, onde nós fizemos apenas dois encontros para gravação de um conteúdo digital em formato de um pocket show com quatro músicas.

e-cult: Por último, se puderem falar um pouco do repertório e o que programaram para a apresentação desta quinta no UnaMúsica.

Semilla Wind: Bom, todo repertório é autoral com muitas trocas de instrumentos caminhando por todas as vertentes possíveis que conhecemos e adoramos, com muita improvisação faremos músicas homenageando salompas e adesivos transdérmicos como Hisamitsu até chegar em palavras em japonês que se aprende após maratonas incessantes de desenhos, entrando em vortex que são rizomas em movimento como lembranças guardada e reveladas com cianótipo, tudo isso através de um baião de mãe após ouvir um tecno-arrocha conduzido pelo espírito do grande mestre Robert Glasper, assim navegando por caminhos do contra, pela Anchieta, ouvindo muito “Guele Guele” por aí.

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