“A Bossa que o Samba tem” Show com a cantora Xana Gallo no João Gilberto Bar


“A Bossa que o Samba tem”, uma noite inteira de Samba e Bossa Nova com vasto repertório de artistas que embalaram um anoitecer carioca de belas composições de amor, pátria, paixões, cotidiano, lutas e o amanhecer de um país inteiro para uma nova forma de fazer música.

“Samba da Bênção”, “Conversa de Botequim”, “Carinhoso”, “Samba de Orly”, “Desafinado”, “Folhas Secas”, “Sonho Meu”, “Tarde em Itapoã”, “Juventude transviada”, “Águas de Março” e “Vai passar” são algumas das músicas de um repertório de mais de 40 temas que irão embalar a noite da quarta-feira, dia 23.11.11, em um diálogo do Samba com a Bossa e da Bossa com o Samba. Um diálogo que, assim como o Samba, não pretende morrer jamais!

Show “A Bossa que o Samba tem”, com a cantora Xana Gallo
23 de novmbro, quarta-feira, pós 22h
João Gilberto Bar
Ingressos a venda no Posto Cidadão Capaz, Papuera, Studio CD e no local (Bar João Gilberto). Antecipados: R$ 9,00. Os primeiros 50: R$ 7,00. CONTATO: 91379064

Xana Gallo, 26 anos, tem destacada presença nos palcos de Pelotas, sempre alinhada com a Música Popular Brasileira e a recuperação da memória musical. Já estrelou espetáculos que homenagearam Vinicius de Moraes, Cartola e agora busca uma semelhança entre esses dois universos, o Samba e a Bossa Nova.

Inspirada pelo grande número de parceiros musicais que tanto Cartola quanto Vinicius tiveram em vida, Xana Gallo preparou para este novo espetáculo vasto repertório, com peças de 12 artistas brasileiros da Bossa e do Samba, que revela a trama de parcerias musicais que tanto a Bossa quanto o Samba propõem.

Atualmente Xana apresenta-se em cidades do Rio Grande do Sul e também Montevidéu. Lançou terceiro CD independente em abril deste ano.

A Bossa que o Samba tem – Tendo a Bossa Nova como referência desde a infância, a cantora Xana Gallo pôde constatar que muitos compositores renomados de diferentes gerações beberam da mesma fonte musical, fonte esta de abundância e sabedoria inesgotável, o mais puro Samba brasileiro. Noel Rosa, Cartola, Nelson Cavaquinho e tantos outros sambistas do início do séc. XX foram fonte de inspiração para toda uma geração da Bossa Nova.

A palavra bossa apareceu pela primeira vez na década de 1930, em “Coisas Nossas”, samba do popular cantor Noel Rosa: “O samba, a prontidão/e outras bossas,/são nossas coisas(…)”. A bossa e o samba são estilos distintos, porém, se somam e se mesclam. Nada está separado, mesmo que haja influência do Jazz, esta influência veio para somar. No Samba há muita Bossa, mesmo que seja a bossa descrita no dicionário: jeito, lábia, habilidade.

Hoje artistas do Samba gravam Bossas e a Bossa influencia o Samba em termos harmônicos e melódicos. Grandes sambistas tiraram o chapéu para o Maestro Antonio Carlos Jobim, pelo seu fazer melódico sem igual, a confirmar-se pelos temas “Desafinado”, “Luiza”, “Beatriz”. A Bossa enriqueceu a harmonia do Samba.

A Bossa veio do Samba e o Samba já incorporou a Bossa e estes dois estilos visitam-se e revisitam-se tantas vezes quanto necessitam, porque no universo da música e da criação não há limites, há apenas o coração do músico buscando a forma mais rica de expressar-se.

Tom Jobim, o grande Maestro da Bossa, foi parceiro e amigo íntimo de Vinicius de Moraes e de Chico Buarque. Tom, Vinicius e Chico foram muitíssimo gravados por Elis Regina. Tom era muito amigo de Elis. Elis era apaixonada por suas músicas, assim como pelas músicas de Chico e Vinicius. Luiz Melodia, grande sambista da nova geração, gravou muitas músicas de Chico, Tom, Vinicius e Nelson Cavaquinho. Elis também gravou Nelson Cavaquinho. Nelson Cavaquinho era amigo de Cartola. Nos anos 30, ambos pela casa dos 20 anos, compuseram inúmeras canções em parceria. Cartola também era amigo de Noel. Noel, que morava em Vila Isabel, subia o morro da Mangueira quando ainda nem existia a Estação Primeira de Mangueira, mais tarde fundada por Cartola, para conversar sobre música e composição. Cartola muito inspirou as músicas de Dona Ivone Lara, que inclusive compôs uma música em sua homenagem, Uma Rosa para Cartola. Cartola inspirou Noel, que inspirou as músicas de Chico, que inspirou as composições de João Nogueira. João Nogueira gravou muitas músicas de Chico. E de Noel também. Elis também gravou Noel e João Nogueira. Elis gravou Nelson, Cartola, e também gravou Baden. Baden Powell era amigo e parceiro musical de Vinicius de Moraes. Ambos, no início dos anos 60, consolidaram uma parceria inesquecível na gravação dos afro-sambas. Vinicius teve parceiros musicais durante toda a sua vida. A amizade fazia parte da sua trajetória musical. Em uma de suas parcerias musicais mais marcantes, Vinicius afirmou que se pudesse escolher teria nascido Pixinguinha. Pixinguinha, admirado e cantado por todos os artistas citados acima, nasceu em 1898 e criou, levando às últimas conseqüências, o que são as bases da nossa Música Brasileira. Tom Jobim o considerava santo.

É neste clima de admiração, troca, amizade, parceria, e boa música que se dará o show “A Bossa que o Samba tem”, com vasto repertório de artistas que embalaram um anoitecer carioca de belas composições de amor, pátria, paixões, cotidiano, lutas e o amanhecer de um país inteiro para uma nova forma de fazer música.

Quem sai ganhando é o público, que acessa esta riqueza de sonoridades.

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