Cia Teatro ao Quadrado comemora 10 anos de atividades estreando farsa de Molière


Artimanhas de Scapino estreia no Theatro São Pedro dia 29 de junho.

A Cia de Teatro ao Quadrado completa 10 anos em 2012, uma década dedicada às montagens teatrais, formação de atores e espetáculos de sucesso no repertório. Para comemorar data tão emblemática, optou por uma grandiosa montagem de Molière, num também grandioso palco: Artimanhas de Scapino, com estreia dia 29 de junho no Theatro São Pedro. A montagem do Teatro ao Quadrado ganhou direção de Margarida Leoni Peixoto e traz no elenco os atores Marcelo Adams, Claudia Lewis, Gustavo Susin, Luísa Herter, Marcelo Mertins e Vinícius Meneguzzi, além dos atores convidados Carlos Paixão e Paulo Vicente. A cenografia é assinada por Élcio Rossini e o texto foi traduzido por Carlos Drummond de Andrade.

Considerada uma das mais perfeitas comédias de Jean-Baptiste Poquelin, o Molière (1622-1673), o maior dramaturgo francês de todos os tempos, Artimanhas de Scapino foi uma das últimas peças que escreveu, com estreia em 24 de maio de 1671, no Théâtre du Palais-Royal, em Paris. Causou estranheza entre seus contemporâneos o retorno do autor à farsa rasgada, gênero que rendera a Molière a simpatia do futuro rei Luís XIV, com a apresentação de O doutor amoroso, em 1658. A Commedia dell’arte era conhecida por Molière através das excursões feitas pelas trupes italianas à França, onde apresentavam suas peças acrobáticas e burlescas, em que os atores dispunham de um roteiro (o canovaccio) sobre o qual improvisavam falas. As máscaras (ou tipos) que povoavam essas histórias têm parentesco com as antigas farsas atelanas, e figuras como Arlecchino, Brighella, Colombina, Dottore e Pantalone entraram para o imaginário universal desde então.

Molière era um grande admirador da Commedia dell’arte e, em várias ocasiões, homenageou suas personagens nas peças que escreveu, com a criação de figuras inesquecíveis como Sganarelle e Scapin. Mas em nenhuma obra foi tão fiel ao espírito do gênero como em Les fourberies de Scapin, localizando a ação em Nápoles, uma das mais importantes cidades italianas. Partindo de uma estrutura espelhada, em que personagens duplicadas ampliam as possibilidades cômicas e levam o potencial de riso a níveis elevadíssimos, Molière trabalhou sob várias inspirações, entre elas a comédia romana Formião, escrita por Terêncio em 161 a.C., em que as estripulias dos criados auxiliam os amores de seus amos.

Scapino, o protagonista de Artimanhas de Scapino, é um típico zanni, o criado da Commedia dell’arte: esperto, um tanto covarde, e sempre disposto a tirar alguma vantagem, especialmente dos velhos ricos que o atormentam. Nesta trama criada por Molière, Scapino e Silvestre, os dois criados a quem foram confiados os jovens Leandro e Otávio, fazem de tudo para unir seus amos às apaixonadas Zerbineta e Jacinta – sempre contra a vontade dos dois velhos pais, Gerôncio e Argante. A ideia de engrenagem perpassa a montagem da Cia Teatro ao Quadrado, em que a mola mestra é Scapino, o manipulador privilegiado que impulsiona as outras personagens a agirem em um ritmo frenético. As canções que permeiam a montagem gaúcha refletem a musicalidade da movimentada farsa que o genial autor francês nos legou.

Nessa década de trabalho a Cia Teatro ao Quadrado se dedicou a montagem de espetáculos teatrais que, além de cumprirem temporadas regulares nos teatros de Porto Alegre, circulam pelo interior do Rio Grande do Sul e pelo resto do Brasil. Paralela à atividade artística profissional, o grupo trabalha com a formação de novos atores, muitos deles já inseridos no mercado de trabalho em teatro, a partir dos mais de vinte espetáculos de conclusão da Oficina de Montagem de Espetáculo da Cia. de Teatro ao Quadrado. Nesses 10 anos, levou à cena nove espetáculos, recebendo algumas vezes o financiamento de órgãos públicos municipais, estaduais ou federais de fomento à cultura, como é o caso desta mais recente montagem, que recebeu o Prêmio Myriam Muniz de Teatro, concedido pela Funarte e pelo Ministério da Cultura. Participou em três ocasiões da seleção de espetáculos locais do Porto Alegre em Cena, com Goela Abaixo ou Por que tu não bebes? (2005), Burgueses Pequenos (2007) e O Médico à Força (2009).

Ficha técnica

Texto: Molière
Tradução: Carlos Drummond de Andrade
Direção: Margarida Leoni Peixoto
Elenco: Marcelo Adams, Claudia Lewis, Gustavo Susin, Luísa Herter, Marcelo Mertins e Vinícius Meneguzzi. Atores convidados: Carlos Paixão e Paulo Vicente.
Cenografia: Élcio Rossini
Figurinos: Cláudio Benevenga
Trilha sonora: Marcos Chaves
Coreografias e preparação corporal: Larissa Sanguiné
Iluminação: Fernando Ochôa
Fotos: Júlio Appel
Produção e realização: Cia. de Teatro ao Quadrado

Serviço:
Artimanhas de Scapino
Dias 29 e 30 de junho e 1º de julho
Sexta e sábado, 21h e domingo às 18h
Theatro São Pedro – Praça Marechal Deodoro, s/n – Centro – Porto Alegre

Ingressos:
50 reais (plateia); 40 reais (camarote central e cadeira extra); 30 reais (camarote lateral); 20 reais (galerias)
50% de desconto para idosos, estudantes e clube do assinante ZH, em todas as apresentações
A venda nas bilheterias do Theatro São Pedro
De segunda a sexta, das 13h às 18h30 (em dias de espetáculo das 13h às 21h)
Sábados, das 15h às 21h e domingos, das 15h às 18h

Fonte: Bebê Baumgarten/ BD Divulgação