Entrevista com a poeta Larissa Leão por Charlie Rayné


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De como encontrei a poesia de Larissa Leão e descobri que Poesia e Medicina podem caminhar juntas.

Por Charlie Rayné

A poesia foi ao meu encontro. Eu sempre fui buscador de poesia, mas desta vez foi ela que me puxou para si. Estava num dia bem cinzento, caminhando pelo Campus I da UCpel e encontrei uma mostra impressionante. E posso dizer: valeu a pena!

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Sim, este é o título da exposição de poesias de Larissa Leão com mostra até dia 1 de dezembro de 2017, na Galeria de Arte da UCPel.
Valeu a pena porque as palavras dela iluminaram aquela tarde bem “blasé”. Valeu a pena porque a “pena” desta estudante de medicina pode ser comparada a um preciso bisturi. Texto maduro, repleto de emoções e maravilhosamente carregado daquela coisa chamada “verdade humana.”

Imediatamente busquei contato da artista e marcamos uma entrevista. E uma semana depois foi possível.
Larissa, futura médica é uma cirurgiã de palavras. Desde pequena criava e ouvia histórias e era inventiva. Este “ouvir” talvez seja a principal base que sustenta sua arte. Imediatamente perguntei à jovem de 23 anos como é a construção de seu trabalho, os instrumentos que operaram um milagre na minha tarde:
“Eu uso a realidade, minha rotina, o que eu vivo, o que eu vejo, o que eu sinto. Então é inevitável: eu uso histórias das pessoas que cruzam comigo – pacientes, família, amigos. E na verdade eu gosto disso. Cada pessoa é uma obra de arte. Eu só tenho o trabalho de pôr no papel.”

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Seria impossível eu não perguntar a ela qual seria a relação entre medicina e poesia. Afinal, a medicina é uma ciência tão concreta, um tanto fria às vezes…já a poesia, aquele emaranhado de fugas, “viagens” e descompromissos. Ela faz um sorriso contido. Ela é contida na medicina e libertina nas palavras?
Ela me diz que a poesia é um remédio contra os males e que não tem contraindicações. Ela me diz que Medicina e poesia podem ser aliados para a melhoria da saúde das pessoas.
“Uma vez ouvi de um amigo que, como escritora, eu já curava muita gente. Eu acho que é exatamente isso que eu quero fazer.”

Saio convencido de que esta mistura, nas mãos de Larissa será salutar. Saio contente em saber que a Medicina também poderá contar com a Arte desta poeta.

– Na sua opinião, o mundo contemporâneo está doente mais de alma ou de corpo?
“De alma. E isso reflete no corpo também. A correria, a competição, o egoísmo, o ego e a intolerância adoecem. É mais fácil pensar num remédio para dor no peito do que descobrir o que é que está causando esse aperto. Geralmente, uma boa conversa e um abraço bem dado poderiam ser mais eficientes do que qualquer droga”

Silêncio. Deixo neste instante a entrevista. Me despeço de Larissa e faço o convite para visitarem a exposição.
A poesia me curou.

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