Kledir Ramil e o Prêmio Açorianos


Estou me sentindo como Elizabeth Taylor quando recebeu o Oscar pelo conjunto da obra. É que o Prêmio Açorianos deste ano resolveu prestar uma homenagem especial a Kleiton & Kledir, em uma belíssima noite no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre.

O Açorianos de Música vem se confirmando cada vez mais como a grande festa dos músicos, cantores e compositores do sul do Brasil. É muito bom encontrar os amigos e colegas dessa profissão que nos faz andar o tempo todo na estrada e raramente nos permite encontros. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa turma – a música popular do Rio Grande do Sul – e vejo com enorme alegria a nova geração chegando cheia de talento e fazendo bonito.

A festa foi linda, superlativa. Não por nossa causa, mas por culpa de Jorge André Brittes, Coordenador de Música da Secretaria Municipal da Cultura, que convidou o diretor Edson Erdmann para dirigir a noite. Edson é um maluco de 2 metros de altura, e tudo nele é exagerado, a começar pelo próprio talento. O cara transformou o evento num mega espetáculo digno de… sei lá, uma Elizabeth Taylor. A coisa foi monumental. A grandiosidade e o glamour da cerimônia só fizeram aumentar ainda mais a importância do prêmio e a autoestima dos artistas gaúchos.

Após a cerimônia, fui levado a um coquetel de confraternização onde abusei na quantidade de água mineral. E, como vocês sabem, depois do terceiro ou quarto copo eu não me responsabilizo. Fui acordado na sarjeta de um beco na Cidade Baixa pela Brigada Militar e encaminhado ao HPS – Hospital de Pronto Socorro. Não, não foi ao IML como noticiaram alguns sites de fofocas. Curada a ressaca, resolvi escrever essas palavras de agradecimento já que, para demonstrar toda minha emoção, foi-me permitido apenas 15 segundos ao microfone. Que ainda tive que dividir com meu irmão, já que somos uma dupla.

Brincadeiras à parte, a verdade é que estou sinceramente agradecido e feliz. Minha única preocupação é que, em geral, esse tipo de homenagem é reservada a artistas que já cumpriram uma longa trajetória e, pela quantidade de serviços prestados, podem até pensar em parar. Tudo bem, nós já temos muitos quilômetros rodados, mas ainda estamos longe de pendurar as chuteiras. Aliás, se por acaso alguém estava aí pensando que “já era hora desses dois vestirem o pijama”… Pra esses, eu tenho uma péssima notícia: Kleiton e eu estamos só começando.

Texto: Kledir Ramil
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