Revista Culture-se destaca artistas locais


Temos companhia! Desde o último dia 25, mais uma publicação gratuita tenta dar conta do panorama cultural pelotense: a revista Culture-se, produzida pelo coletivo 4B. No curioso formato de duas folhas A3 dobradas em A5, a revista traz entrevistas, fotos, textos e portfólios de artistas locais, com foco nas (mas não exclusiva às) artes visuais, especialidade do coletivo. De brinde, uma das folhas tem um poster – na primeira edição, da banda Musa Híbrida.

A cerimônia de lançamento, no Café Monjolo, teve show do guitarrista André Barbachan e seu projeto Invaders, de música instrumental, além de uma exposição de objetos sonoros de Barbachan. Nela foram distribuidas os primeiros exemplares ao público. Os 100 da primeira tiragem já esgotaram, mas a edição está disponível online.

A editora Priscila Oliveira conta que a ideia surgiu da carência que o grupo sentiu na própria área. “Existe uma porcentagem muito pequena da mídia em pelotas voltada às artes. Tipo, tem o e-cult que fala sobre a cultura em geral, mas é bem amplo mesmo. Não é focado de fato nas artes, e precisamos disso em Pelotas”. O objetivo da Culture-se é “fazer um link entre universidade e comunidade em geral, isto é, mostrar os artistas de fora da academia para a academia e mostrar para a comunidade os artistas que estão na academia”. A revista se mistura com as atividades do grupo, como o Penetras, em que eles “invadem” o espaço de criação dos artistas para fazer entrevistas. O invadido ganha uma página no site do coletivo, fotos e vídeo vão também para o perfil no Facebook e a entrevista vai para a revista.

Na primeira edição, entre outros, Madu Lopes responde sobre sua obra, inspiração e relação com o meio acadêmico; a Musa Híbrida ganha uma apresentação, além do poster; o historiador e produtor José Dionísio de Almeida defende a cultura como elemento transformador da sociedade; Isaac Arrais apresenta as séries de imagens “Estética do Vazio”.

O formato e o acabamento feito a mão fazem parte do conceito. “Por ser um grupo de produção artísticas e não somente de comunicação, a revista deveria ser de fato uma produção artística do grupo”, explica Priscila. O formato permite, ao mesmo tempo, a existência do poster e a praticidade do A5. “Qualquer pessoa pode carregar na bolsa, na sacola, ou até no bolso”.

A revista é bimestral – a segunda edição está programada para junho e deve ser encontrada em locais como o próprio Monjolo, a sede do 4B, Centro de Artes da UFPEL e Casa Fora do Eixo. “Na proxima tem literatura, tem matéria feita pela 2DL Productions e o resto é segredo”, adianta a editora.