II Festival Internacional SESC de Música: Impressões por Dianine Censon


Foto: Jonathas Rivero

Diversidade, integração, aperfeiçoamento e troca de experiências. Esses eram os pilares que sustentavam as bases da segunda edição do Festival Internacional SESC de Música, que aconteceu entre 9 e 21 de janeiro, em Pelotas.

A beleza do Festival começava sutilmente, com seus cartazes e banners remetendo a azulejos portugueses, a colocação estratégica dos mesmos em diversos pontos da cidade, e a linguagem fácil a qual se apresentava o material de divulgação. Pelotas, escolhida a dedo para sediar o Festival, estava também contida nos pequenos detalhes do mesmo.

Demorei a entender as diversas facetas desse evento. Música em todos os lugares! Concertos, recitais, oficinas, cursos, mas quando entendi, automaticamente me apaixonei. Qual era então, o propósito de se trazer algo desse porte para o sul do Rio Grande do Sul? Qual era o nosso diferencial, para merecermos isso tudo? Não sou pelotense , mas amo a cidade como minha. Entendi que, no fundo de cada amante de música da cidade, está a essência. A Princesa do Sul com seu passado glorioso, sua bela história, e seu rico ar antigo que ainda pode ser respirado entre as ruas dos casarões antigos tinha, e tem, tudo o que um festival de música erudita e popular precisa para ser um sucesso.

Foto: Jonathas Rivero

Pois o Festival começou. Músicos de diversos países, alunos das mais variadas idades, parceiros e apoiadores de importância fundamental, e o público, que fez jus ao voto de confiança dado pela organização do evento. Por volta de 400 pessoas participavam ativamente das atividades diárias, fazendo tudo acontecer. E fizeram!

Além disso, a diversidade de locais para onde a música era levada foi essencial. Seja teatro, praia, praça. Seja casa de entidade, conservatório de música, sociedades ou clubes. No meio da rua, dentro da casa de cada um. Era isso que fazia com que o Festival circulasse por Pelotas, que fez com que o público se apropriasse do Festival e, como todos já sabem, garantissem a terceira edição, prometida para 2013. “Pelotas está resgatando um pouco da sua autoestima cultural”, foram as palavras de Luis Fernando Parada, gestor do SESC Pelotas.

Acompanhei bem de perto os 13 dias de música, porém sempre acharei que estive em menos apresentações do que gostaria. Mesmo assim, pude observar em diversos momentos a diversidade que transitava pelo Festival. Pessoas de todas as idades, com várias formações culturais e vários estilos de vida. O importante era apreciar o acontecimento, independente da motivação que os levava ali.

Houve problemas? Claro que sim. Em alguns momentos as informações eram desencontradas e confusas, e algumas pessoas chegavam a reclamar disso. Por outro lado, o profissionalismo, o amor e a solicitude dos envolvidos no festival eram tão intensos, que seria absurdo fazer qualquer reclamação séria. Todas as vezes que estive na companhia de alguém da organização fui muito bem atendida e recebida, o que mostrava que aquilo, realmente, estava sendo feito para nós.

Poderia passar horas destilando elogios a todos que trabalharam e prestigiaram o Festival. Mas espero que vocês, sozinhos, consigam perceber a magnitude disso. Nossa cidade precisa de mais iniciativas como essa, precisa reeducar os ouvidos de seus moradores, precisa de mais confiança no seu potencial e precisa de incentivo. O SESC fez, e continuará fazendo enquanto for possível, e o que nós podemos dar em troca? Todo o nosso amor e gratidão por esse, que foi, um Festival apaixonante.

Por: Dianine Censon
Estudante de Turismo – UFPel