Dona Conceição lança seu novo clipe, ‘Dabudé’ e apresenta o show Asè de Fala em Porto Alegre


Sexta-feira, 30 de agosto, Dona Conceição lança seu novo clipe, ‘Dabudé’ e apresenta o show Asè de Fala no Teatro do SESC.

Acompanhado de Paola Kirst, Gutcha Ramil, Andressa Ferreira, João Pedro Cé, Bruno Vargas e James Oliveira, o músico reúne os batuques ao contemporâneo com poesia, pulso e potência.

Dona Conceição – fotos Luis Ferreira

Dona Conceição traz em sua música e em sua poesia a força e a determinação do jovem negro de periferia. Com muita sensibilidade e os pés fincados em suas raízes, já mostrou em seu primeiro disco ‘Asè de Fala’, toda a potência e a verdade de seu trabalho. Agora lança seu novo clipe, ‘Dabudé’, dedicado ao seu pai Carlos Moacir Dornelles Conceição, falecido há poucos anos.

O clipe retrata momentos felizes com seu pai e também revela os importantes ensinamentos acerca das privações, da postura, dos subterfúgios e da persistência que o povo negro de periferia precisa ter e adotar para sobreviver. Dabudé aborda de forma sensível o luto, a tristeza e também a alegria, porque não? Gravado no Teatro Sesc, com a participação de pessoas que perderam alguém querido e importante para elas, o clipe traz essa narrativa. São histórias de vida, de superação, de memórias fundamentais que nos movem, da presença constante e permanente das lembranças de pessoas importantes que viveram conosco em um tempo de nossas vidas.

Para este clipe, que ganha lançamento dia 30 de agosto no Teatro do SESC, Dona Conceição entrevistou essas pessoas e as entrevistas estão sendo lançadas individualmente a cada semana em seu canal de youtube, para quem quiser conferir mais profundamente essa narrativa.

O roteiro do clipe é do próprio artista, a direção é de Luiz Ferreira, da NúcleOne e a produção executiva é de Josi Arruda. Participaram das gravações (e farão participação especial também no show) Paola Kirst, Rafael Rodrigues e integrantes da bateria da Academia de Samba Puro, escola de samba da comunidade Maria da Conceição, no bairro Partenon.

Além do lançamento do clipe o show passeia pelo trabalho Asè de Fala, que tem como base a percussão, originalmente usada em ritos de religiões de matriz africana, estabelecendo um diálogo, propondo uma maneira de contar a história do povo negro gaúcho em uma linguagem musical contemporânea. No palco, instrumentos como baixo, guitarra e pedais, teclado, saxofone, rabeca, cavaquinho e violão, estabelecem uma ligação entre a tradição e o moderno, que passa por ritmos afro-brasileiros como maracatu, jongo, ijexá, xote, baião e coco, e pela música popular brasileira em sua diversidade do norte ao sul do país unindo o samba, o forró e o axé com rock, jazz, afrobeat e o soul.

Dona Conceição – fotos Luis Ferreira

A música de Dona Conceição reúne a força do batuque do Rio Grande do Sul aliada aos timbres da contemporaneidade musical e elementos da cosmovisão africana. Músico, compositor e poeta gaúcho, foi um dos quatro selecionados do Som no Salão 2018, projeto que fomenta a cena musical autoral, lançando seu álbum no dia 07 de novembro daquele ano, no Salão de Atos da UFRGS, com casa cheia!

Fruto de um trabalho de dois anos de concepção e produção, ‘Asè de Fala’ é o primeiro disco do artista. Natural de Alvorada (RS), o também ator, performer e diretor de cena, reuniu um grande grupo – 32 pessoas – em diferentes localidades para o registro. Gravado entre as cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador no Brasil, e Amiens, na França, o disco teve no Estúdio da Pedra Redonda, em Porto Alegre, a sua base. O músico e produtor Wagner Lagemann dividiu com Dona Conceição a produção do trabalho que conta com a coprodução do músico Pedro Dom.

Dona Conceição fala sobre seu processo de criação como uma narrativa que resulta em composições que são um mapa de volta para casa, uma volta às Áfricas, onde cada música desse disco é um recorte de sua história e vivências. Para Conceição, escrever do seu lugar social é necessário, como negro, jovem, da periferia gaúcha, sentiu a necessidade que o mundo escutasse seu grito em forma de música.

O álbum e o espetáculo Asè de Fala são mais do que uma manifestação musical, pois contam a história de uma perspectiva que é constantemente invisibilizada: a do povo negro. Ele estabelece uma conexão entre vários temas que não são falados comumente em uma única obra e as nove faixas que compõem o álbum falam de racismo, de religiosidade, de morte, de resistência, de força, de saudade, de desejo, de fome, sobre sexo, sobre amor, sobre Exú, sobre transformação. Asé de Fala é disco de beleza e fúria de um batuqueiro negro do sul do Brasil e já disponível em todas as plataformas de streaming.

ASÈ DE FALA e Lançamento do clipe DABUDÉ de Dona Conceição
Dia 30 de agosto, às 20h

Teatro do Sesc – Alberto Bins, 665

Ingressos:
R$ 20,00 inteira / meia-entrada para comerciários, idosos, estudantes e pessoas com necessidades especiais

Ficha técnica:
Dona Conceição (voz) / Gutcha Ramil (voz, alfaia e rabeca) / Andressa Ferreira (voz, Ilú, zabumba) João Pedro Cé (guitarra) / Bruno Vargas (contrabaixo) / James Oliveira (caixa, ilú, pandeiro) / Direção musical e arranjos: Dona Conceição / Produção executiva: Josi Arruda/ Duração: 1h20min /

Classificação Etária: Livre

Sobre os artistas:

Dona Conceição é um artista que resiste e denuncia o racismo e o genocídio da juventude negra através da arte. É cantor, percussionista, compositor, poeta, cineasta, ator e performer. Suas múltiplas facetas são atreladas ao fato de que jovens e negros no Brasil ainda precisam mostrar do que são capazes. E não é nada fácil para um jovem periférico sobreviver e ainda conseguir realizar seus sonhos. Com apenas 15 anos, Dona Conceição idealizou e coordenou o projeto de inclusão social Nação Periférica, que ensinava percussão aos jovens da periferia de Alvorada. Na contramão das estatísticas contabiliza em seu passaporte carimbos da Europa e da América Central e, em sua casa, prêmios como o Troféu João Cândido – SEPPIR/PR (2013), Iº Prêmio da Diversidade Cultural do RS – SEDAC/RS (2014) e o Prêmio Carolina Maria de Jesus, promovido pela FLUP 2018 – Festa Literária das Periferias – RJ. Porém, acredita que essa narrativa de exceção não deve ser regra, por isso luta para que mais pessoas como ele, estejam cada vez mais em espaços de poder e façam as transformações necessárias nessa sociedade adoecida. Em 2018, fez sua estreia como diretor e roteirista de cinema, ao lançar na edição de 11 anos do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul – Brasil, África e Caribe, seu primeiro filme curta metragem “A máquina de moer pretos”. Finalizado em 2018, o filme reúne uma coletânea de imagens de uma performance que circulou três países, Brasil, França e Alemanha, abordando os linchamentos que ocorrem em decorrência da desumanização do corpo negro e do racismo. Em 2019, Dona Conceição ficou em 6º lugar na lista dos 100 melhores discos lançados em 2018, promovida pelo site Embrulhador, foi indicado ao prêmio Açorianos de música, o mais importante do Rio Grande do Sul, na categoria melhor espetáculo do ano e é finalista nas categorias cantor e autor no Prêmio Profissionais da Música 2019 que acontece nos dias 01, 02 e 03 de novembro em Brasília – DF.

Percussionista, cantora, compositora, arte educadora e agente cultural, Andressa Ferreira é brasiliense, filha de piauienses e cresceu vivenciando em casa, nas festas de família e nas visitas ao Piauí, a música nordestina. Trabalha acompanhando mestres e mestras de diversas tradições desde 2007. Bacharela em Música Popular / UFRGS, é a primeira mulher negra e indígena, e primeira mulher percussionista a entrar no curso. É idealizadora e coordenadora do projeto Ngoma – Núcleo de Vivência e Estudos de Percussão e Cultura Popular no Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomodê, arte educadora através da extensão do NGOMA na ONG Afaso com crianças do bairro Bom Jesus, e professora do projeto Música no IA. Integra os grupos: Três Marias, Sankofa, Íbejí, Ò̩s̩é̩è̩túrá (Africa’njazz), projeto Alujá, Dona Conceição, e compõe a banda do compositor Thiago Ramil.

Rabequeira, cantora, percussionista, compositora, arte educadora e antropóloga, Gutcha Ramil é natural de Pelotas-RS e cresceu numa família de músicos. Capturada pelo encanto e a força da cultura popular, aos poucos o violino foi abrindo espaço para a rabeca e as cantigas tomando conta da sua voz. Desde 2009, trabalha acompanhando mestres e mestras, como Mestre Zé do Pife, Chico Simões, Tião Carvalho, Martinha do Coco, Paraquedas, Dona Cô. Mestre em antropologia pela UFRGS, realiza um trabalho de pesquisa e valorização de musicalidades da cultura popular por meio do  grupo Três Marias e do NGOMA – Núcleo de Vivência e Estudos em Percussão e Cultura Popular no Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomodê, e como arte educadora por meio da extensão do NGOMA na ONG Afaso, com crianças do bairro Bom Jesus. Integrante do grupo Três Marias, também participa dos projetos Sankofa, Íbejí, Alujá, Casa Ramil, Dona Conceição, e compõe a banda do compositor Thiago Ramil.

Músico e produtor musical, João Pedro Cé trabalha em projetos de diferentes abordagens como o que mantém com o grupo Trabalhos Espaciais Manuais. Como produtor executivo, coordena o Festival Porto Alegrense de Bandas Instrumentais. No Teatro, trabalhou com diversas peças, dentre elas o espetáculo ‘Impressões’, de Raquel Leão e o espetáculo ‘Qual a Diferença Entre o Charme e o Funk?’ vencedor do Prêmio Açorianos de teatro 2015 de melhor trilha sonora, e ‘AFROME’, indicado para melhor trilha, no mesmo prêmio em 2016.

Bruno Vargas é baixista dos grupos Quarto Sensorial, Arthur de Faria & Orkestra do Kaos, Bibiana Petek e Desandance e Dona Conceição. Em junho de 2015 foi destaque da Revista Bass Player Brasil em entrevista referente ao disco Halteroniilismo (Quarto Sensorial, 2014).  Participou de gravações e apresentações de diversos artistas da cena rio-grandense como Carmen Correa, Marietti Fialho, Chama Violeta, Ricardo Lunkes e Os Daltons.

O mais jovem integrante da banda, James Oliveira foi aluno de Dona Conceição nos anos 2012 e 2013 em um projeto social chamado Latitude, que ensinava percussão para jovens na periferia de Porto Alegre – RS. Hoje é percussionista na banda Dona Conceição, ritmista na banda Saldanha (POA-RS) e diretor de bateria na Academia de Samba Puro, escola de samba de Porto Alegre – RS.

Redes Sociais:
Facebook: @dnaconceicao
Instagram: @donaconceição
Twitter: twitter.com/donaconceicao
Youtube:  https://bit.ly/2MIGOU3

Asè de Fala / disco:  https://www.onerpm.com/al/8233267527

Videoclipes:
https://youtu.be/HQoyTAUKlmY

https://youtu.be/wSKBNbiQGZI

Fonte: Bebê Baumgarten Comunicação

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