Acho que posso definir assim minha relação de mais de 20 anos com o Vitor e sua linda obra. Lembro de ouvi-lo pela primeira vez num disco da Tetê Espíndola e ficar muito impressionada com aquela voz melodiosa e triste. Tínhamos ali 18, 19 anos. Nos conhecemos pouco depois disso e a cada novo show, a cada novo disco, crescia meu carinho e admiração.
Lembro de flashs ao longo desses anos, como de um show incrível que assisti na coxia de um teatro – que nem lembro mais se era o antigo Teatro Leopoldina ou a Reitoria da UFRGS antes da reforma – de shows ao ar livre, shows pequenos de início de carreira, shows em Buenos Aires, grandes shows. Lembro de encontrá-lo uma noite no Porto de Elis e de descer com ele a Protásio Alves num confortável silêncio. Gosto das pessoas quietas. Gosto de caminhar com elas.
Durante alguns anos, o Vitor esteve num portarretrato no meu quarto, numa linda foto feita pela Irene Santos. Dei a ele o status de grande amigo, de amor platônico, tamanho era o amor que eu tinha por suas composições. Sua música me acompanhou em muitas épocas, como se tivesse sido composta para isso: uma trilha sonora pra minha vida. Ontem (20/05) fui vê-lo no Theatro São Pedro. As milongas de Délibáb, um belíssimo show, mais uma vez me fizeram chorar e pude perceber claramente que eu e o Vitor estaremos sempre juntos de alguma forma. Ele lá, soltando sua linda voz no palco e eu ali, embevecida na platéia.
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Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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