Com direção, concepção e roteiro de Daniela Carmona, a peça fala de encontros e desencontros entre seres não definidos como humanos ou animais. Porém, esses personagens, ao portarem as máscaras-larvas, assumem características intermediárias, contendo peculiaridades de homem e de bicho, sem precisar demonstrar nada de maneira ilustrativa. Na medida em que as máscaras vão surgindo em cena, o espectador começa a perceber determinadas singularidades do cotidiano, seu humor e poesia que são retratadas nas cenas do espetáculo. Não existe uma história realista sendo contada, nem tampouco a dramaturgia cênica se preocupa com a organização simplista das ideias. Muito pelo contrário, em “Larvárias” o espectador percebe que existem muitas lacunas, muitos espaços em branco que deverão ser preenchidos pelas suas percepções dos fatos que estão se desenrolando nas cenas propostas pelo elenco.
Para aqueles que conhecem o difícil empenho físico que um trabalho com máscaras larvárias exige, sai desse espetáculo rendendo louvores aos atores pelo seu desempenho cênico.
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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