Quinta-feira (19), uma dezena de pessoas assistiu à penúltima apresentação do projeto Sete Imagens deste ano. Apesar de não estar chovendo, às 18h30 daquele dia somente havia três pessoas no teatro: as fortes chuvas dos dias anteriores tinham afetado o sucesso desta reunião.
Em 2008 o Sete de Abril iniciou esta interessante forma de estimular a produção local de vídeo e cinema, divulgando 7 curtas-metragens pelotenses e debatendo sobre o processo criativo com artistas e público. Em 2009, as sessões mantiveram o formato (projeção e debate), mas a mostra passou a incluir produções de todo o Estado.
Nesta ocasião, programou-se o filme Gol a Gol (veja anúncio), segunda obra dirigida pelo produtor e montador Bruno Carvalho, cineasta gaúcho da geração nascida nos anos 80.
O curta de 12 minutos já havia sido exibido em outubro de 2008 pela RBS no seu projeto Histórias Curtas, amostragem de 8 produções gaúchas por ano. Os atores infanto-juvenis provêm da agência porto-alegrense de modelos Guri e Guria.
Após a projeção, o público recebeu a notícia de que ninguém tinha vindo de Porto Alegre para falar sobre o filme e por esse motivo não haveria o acostumado diálogo.
Às vezes os encarregados anulam os objetivos de seu próprio projeto por desconhecer o significado da palavra “debate”. Sentindo-se incapacitados para conduzir uma discussão grupal, deixam de ouvir o que o público tem a dizer e se perde uma ocasião educativa. Verdade que o povo não está acostumado a debater, como se viu na passada Feira do Livro, mas é em momentos assim que se pode aprender. O que teríamos a dizer sobre este filme, e não pudemos? A opressão segue instalada em nossos próprios medos e omissões.
Fonte: Francisco Antônio Vidal
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