Farsa da Boa Preguiça, da obra de Ariano Suassuna, estreia em Porto Alegre dia 2 de setembro


Dirigida por João das Neves a peça traz Guilherme Piva, Bianca Byington, Jackyson Costa, Daniela Fontan e grande elenco

A comédia musical Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, conta com a direção de João das Neves, um dos fundadores do “Grupo Opinião” e que esse ano completa 50 anos de carreira. No elenco de protagonistas, Guilherme Piva, Bianca Byington e Jackyson Costa. Juntam-se a eles os atores Daniela Fontan, Leandro Castilho, Vilma Melo, Fábio Pardal e Francisco Salgado. O espetáculo cumpre curta temporada no Theatro São Pedro, de 2 a 4 de setembro.

Indicada para todas as idades, inclusive jovens e adolescentes, narra a história de Joaquim Simão (Guilherme Piva), poeta de cordel, pobre e “preguiçoso”, que só pensa em dormir. Joaquim é casado com Nevinha (Daniela Fontan), mulher religiosa e dedicada ao marido e aos filhos. O casal mais rico da cidade, Aderaldo Catacão (Jackyson Costa) e Clarabela (Bianca Byington), possui um relacionamento aberto. Aderaldo é apaixonado por Nevinha e Clarabela quer conquistar Joaquim Simão. Três demônios fazem de tudo para que o pobre casal se renda a tentação e caia no pecado, enquanto dois santos tentam intervir. Jesus observa e avalia tudo. A partir daí, situações inusitadas e muito divertidas fazem deste texto uma das peças mais divertidas do teatro brasileiro.

“Ao encenar esse texto queremos reverenciar o mestre Ariano Suassuna e sua obra. Queremos celebrar, com carinho e alegria, aquilo que somos: artistas do povo brasileiro”, resume João das Neves, diretor do espetáculo.

Para Ariano Suassuna, a Farsa da boa preguiça tem dois temas centrais. Nela, não defendo indiscriminadamente a preguiça — coisa que, aliás, não poderia fazer, pois ela é um dos “sete vícios capitais” do Catecismo. No Teatro antigo, havia uma convenção, segundo a qual, no fim da história, o autor podia dar sua opinião sobre o que acontecera no palco. Era a chamada “licença”, ou “moralidade”. Pois bem. Na “licença” da “Farsa”, numa das estrofes finais do terceiro ato, diz um dos personagens:

Farsa da Boa Preguiça
Dias 2, 3 e 4 de setembro
Sexta e sábado, 21h / Domingo, 18h
Theatro São Pedro – Praça Marechal Deodoro, s/n – Centro
Valor do ingresso: Platéia (20,00) demais setores (10,00)

Informações: (51) 3227-5100 / www.teatrosaopedro.com.br
Duração: 120 minutos
Classificação etária: A partir de 12 anos

O elenco divide o palco com mamulengos
Durante os ensaios, por sugestão do diretor, os atores fizeram oficinas de mamulengos – tipo de fantoche típico do Nordeste, especialmente em Pernambuco – com o artista plástico Gil Conti. O grupo se saiu tão bem, que o diretor resolveu utilizá-los em cena. Os mamulengos representam cada personagem e trazem as características físicas de cada ator. Durante o espetáculo os personagens são representados também pelos bonecos.

A música está presente em todo espetáculo
Com um texto rimado, característica muito presente nas obras de Ariano, Alexandre Elias, diretor musical da montagem, musicou vários momentos do espetáculo. Entre eles a música de abertura, composta pelo próprio João das Neves. Segundo Alexandre, são 15 músicas no total. “A sonoridade que estou construindo para o espetáculo é a que encontramos no universo do Ariano, uma mistura de musica nordestina de raiz, música folclórica, e, como não poderia deixar de faltar, música armorial. Essa música armorial é uma mistura da música nordestina de raiz com música medieval e clássica”, explica Elias.

A partir disso, o diretor pediu para que os próprios atores cantassem, dançassem e tocassem diversos instrumentos, como violão, cavaquinho, percussão, entre outros. Leandro Castilho e Flavio Pardal, inclusive, aprenderam a tocar rabeca com o mestre Daniel Bitter. E tiveram o privilegio de terem seus instrumentos construídos pelo famoso Nelson da Rabeca.

“Mesmo quando o ator vem me dizer que não sabe cantar nem tocar nada eu o coloco pra ralar e, no final, todos viram músicos. Porque, ao meu ver, a música está dentro de todas as pessoas, todos nós somos seres musicais e podemos fazer música e cantar. O canto é nosso instrumento musical natural e orgânico”, acrescenta.

Nordeste de Ariano inspira cenário e nos figurinos
Outro destaque da montagem, o cenário de Ney Madeira, conta com detalhes de algumas iluminugravuras do Ariano Suassuna e xilogravuras de Jota Borges, este, considerado pelo autor o maior artista popular de todos os tempos. Completando a ficha técnica, Rodrigo Cohen criou figurinos super coloridos, inspirados nos festa populares da região.

Ficha técnica
Autor – Ariano Suassuna
Direção cênica – João das Neves
Direção musical – Alexandre Elias
Figurinos – Rodrigo Cohen
Cenógrafo – Ney Madeira
Iluminação – Paulo César Medeiros
Direção de produção – Andréa Alves
Realização – Sarau Agência de Cultura Brasileira

Elenco
Guilherme Piva, Joaquim Simão
Bianca Byington, Dona Clarabela
Jackyson Costa, Aderaldo Catacão
Daniela Fontan, Nevinha
Flavio Pardal, Miguel Arcanjo e Quebra-Pedra (o Cão Caolho)
Francisco Salgado, Simão Pedro
Leandro Castilho, Fedegoso (o Cão Coxo) e Manuel Carpinteiro
Vilma Melo, Andreza, a Cancachorra

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