Cultura em alta: Porão vira espaço de arte em Pelotas


Foto: Nauro Júnior
Foto: Nauro Júnior

A cada degrau, o barulho da cidade grande vai ficando mais distante. Lá embaixo, no porão da Bibliotheca Pública Pelotense, parece haver paredes revestidas de material acústico. É como estar em um mundo à parte, onde o silêncio ambiente faz parte das histórias do passado. O lugar comumente hostilizado nos casarões do Centro Histórico de Pelotas, se transformou em um espaço nobre. A partir desta quinta-feira (15), o porão é a sede oficial do Museu da Bibliotheca.

Quem chega se depara com uma arquitetura que mistura os estilos contemporâneo e neoclássico. O teto rebaixado, com detalhes em madeira, e os pilares decorados com tijolo à vista nem de longe lembram aquele lugar úmido e escuro que por mais de cem anos foi apenas um apêndice do prédio que existe desde 1875 e já serviu de sede para a Câmara de Vereadores e à Escola de Belas Artes.

– Levamos um ano e meio para organizar esse espaço, que agora virou o terceiro piso da Bibliotheca. Um ganho também para os turistas, eles agora já podem conhecer todas as peças de um dos únicos prédios históricos que permanece com as portas abertas – enfatiza a diretora presidente da instituição, Lisarb Crespo.

Além de Museu, o porão da Bibliotheca virou espaço de arte moderna. A galeria Mello da Costa é uma peça permanente para a exposição de obras itinerantes, a cada 30 dias uma nova galeria de arte poderá ser observada. Na inauguração, as telas são do próprio artista homenageado, criações do pelotense Mello da Costa nas décadas de 80 e 90, quando ele rodava o país em busca de inspiração para criar e apresentar as suas obras.

São mais de cinco mil peças organizadas desde 1904, mas que até ontem não possuíam um espaço exclusivo. Algumas delas eram mantidas como enfeite em meio aos cômodos da Bibliotheca e, a maioria, ficava guardada no lugar específico às obras de reserva.

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No porão, as peças seguem uma sequência de evolução histórica. Fósseis do período mesozóico e adereços indígenas de desde antes da colonização dos europeus. A partir do final do século 19, o avanço da comunicação, com tipógrafos de ferro fundido, uma coleção de máquinas de escrever e outra de câmeras fotográficas.

Texto: Joice Bacelo | Zero Hora
Matéria completa no ClicRBS Pelotas.

Serviço:
O que: Museu da Bibliotheca Pública Pelotense.
Onde: no porão da Bibliotheca, praça Coronel Pedro Osório, 103 – no Centro Histórico de Pelotas.
Quando: segundas, quartas e sextas-feiras, das 13h às 17h. As visitas aos finais de semana, para grupos e excursões, precisam ser agendadas.
Quanto: a entrada é franca.
Contato: (53) 3222-3856.
Mais informações: www.bibliotheca.org.br

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