Nessa sexta feira, 20 de janeiro, Zudizilla Luz vai abrir as portas para o rap da nossa cidade num espaço que era predominantemente ocupado pelo rock e vertentes. Prepare-se para o rap undergroud de Zudizilla com participação da Dj Helô, no Galpão.
A seguir palavras de Zudizila convidando a todos para esta grande noite.
“Agradeço ao pessoal da satolep Circus pelo convite e por me deixar apresentar a minha proposta musical dentro do espaço que a partir do momento em que foi assumido por esse pessoal, tomou ares mais ecléticos.
Eu mesmo muito frequentei esse espaço em festivais de hardcore, grunge, punk e, ultimamente, nos tributos a bandas que formaram meu conceito músical e ideológico, como RATM, e Nirvana.É um espaço que pra mim significa muito, onde tenho boas lembranças de meus amigos e poderei revê-los todos, dessa vez de cima do palco.
Além deles, estarei também apresentando meu trabalho para o atual público do Galpão (que talvez não tenha pego essa golden era) que estará presente por confiar nas festas em que se cita o nome da Satolep Circus.
Eu nasci no samba, escutei muito Djavan com a minha mãe, abracei como meu estilo musical o hardcore e curto um funk boladão (eu vim do gueto e não renego minhas origens), mas sempre achei muito importante para minhas composições o diálogo com outros estilos musicais.
Desde MUITO cedo frequento festas alternativas, como a extinta (e falo isso com muita tristeza) festa do Direito, Mafuá das artes, e as festas que os cursos da UFPEL promoviam.Lá conheci a nossa “Dama da Noite” DJ Helô, sua enorme coleção musical e habilidade para encaixar músicas nos momentos certos.
Quando me informaram que eu dividiria o palco com ela me brilharam os olhos. Achei simplesmente FODA a união.
Espero um público variado. Espero críticas positivas e negativas. Mas espero principalmente que os meus irmãos se sintam muito bem representados. Sei que sou um só querendo falar por mais de mil, mas pensar pequeno nunca fez parte da minha personalidade.No repertório estarei mesclando músicas do projeto “Mixtape LUZ”, com músicas que me levaram a esse projeto, somadas há algumas faixas que produzi enquanto trabalhava na mixtape, mas que não vão nela.
Esse projeto intermediário chama-se “to all my niggaz and my bitches, all the pimps, nerds and hustlers, put your middle fucking finger on the F**a-se”, e teve repercussão nacional, obtendo boas críticas dos grandes do cenário do rap.
Assim como a mixtape LUZ, ela mostra algumas falhas no sistema que nos permite viver bem, sem grana e longe do crime, apenas mantendo um pensamento positivo acerca das situações mais críticas que nós, pretos da periferia, aprendemos a conviver diariamente.
É um manual de sobrevivencia nessa selva.Espero todos lá, menos a polícia e a Luiza que está no Canadá.”
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.