Para começar, prefiro parafrasear Dianine Censon, em sua crônica, dizendo que os pilares sustentadores das bases da segunda edição do Festival Internacional SESC de Música, ocorrido entre os dias 9 e 21 de janeiro, aqui em Pelotas, foram diversidade, integração, aperfeiçoamento e troca de experiências.
Mas paro por aqui, pois vou falar sobre as impressões musicais do festival.
Como sabem, sou formada no Curso de Música – Bacharelado em Piano, aqui pela UFPel, e hoje em dia estou terminando o Curso de Música – Licenciatura, também pela UFPel. Por causa disso, bateu a vontade de escrever para o e-cult.
Então, vamos falar sobre o Festival!!
Participei ativamente, pois, como bacharel em Piano, resolvi fazer aulas com o excelente professor Ney Fialkov. Fiquei muito feliz quando vi que neste segundo festival seria oferecida a classe de piano erudito, pois no primeiro festival, ocorrido no ano passado, só foi oferecido a classe de piano jazz. Foram treze dias de festival, e onze dias de aula, onde todos aproveitaram não só as aulas, mas todos os momentos de convivência com os novos e antigos colegas e professores, sem contar os diversos espetáculos para a platéia pelotense, sedenta por arte e cultura.
Foram nove recitais dos alunos do festival, e também nove recitais dos professores; além dos treze concertos, onde os recitais dos alunos e dos professores ocorreram no Salão Milton de Lemos do Conservatório de Música da UFPel, e os concertos tiveram lugares variados, como o Theatro Guarany, o Palco em frente à Praça Cel. Pedro Osório, o Palco do Laranjal, e o Palco no Parque Dom Antônio Zattera. Infelizmente não consegui ir a todos os eventos, mas em todos os que compareci, havia uma grande platéia prestigiando este rico evento!
Começo falando no Concerto de Abertura, ocorrido no dia 09 de janeiro, quando tivemos a brilhante Orquestra da UNISINOS, regida pelo excelente maestro Evandro Matté, e a participação da diva Luísa Kurtz e do queridíssimo e carismático quarteto de sopros Cuatro Vientos; apresentando um repertório variado, a orquestra mostrou extrema competência na execução das peças, além de uma musicalidade incrível; Luísa impressionou e emocionou a todos com a sua bela voz, e teve muita unidade com a orquestra, o que era perceptível; após, o grupo Cuatro Vientos começou a sua participação de forma inusitada, saindo do meio da platéia.
Na segunda noite de espetáculos, ocorrida no dia 10, tivemos as contrastantes apresentações, com os grupos Clube do Jazz (daqui de Pelotas) e Cuatro Vientos (da Argentina); o Clube do Jazz, formado pelos músicos Daniel Zanotelli (sax), Eduardo Varella (piano), Renato Popó (bateria), Guilherme Ceron (baixo) e Mateus Porto (guitarra), apresentou um repertório belíssimo, mas intimista, onde todos os temas foram muitíssimo bem executados; após, o grupo Cuatro Vientos, formado pelos músicos argentinos Diego Maurizi, Leo Heras, Jorge Polanuer e Julio Martinez, começou o seu show, mais uma vez, de forma inusitada, entrando pelos lados do Theatro, perto do palco, e após apresentaram um repertório eclético, mostrando total sintonia.
No terceiro dia, 11 de janeiro, houve o espetáculo do quinteto de gaitas, o Quinteto Persch.
No quarto dia, 12 de janeiro, começaram os recitais de alunos e os de professores, e teve a Ópera Rita, que contou com a participação dos solistas Carla Domingues (soprano, grande diva, formada aqui em Pelotas), Flávio Leite (tenor) e Homero Velho (barítono), contando com a regência do maestro Evandro Matté. Infelizmente, só consegui assistir ao recital de alunos, que estava excelente!
No quinto dia, 13 de janeiro, houveram o Recital de Alunos e o Recital de Professores, e também o concerto da Banda Sinfônica Acadêmica, dessa vez não no Theatro Guarany, mas no Palco da Praça Cel. Pedro Osório.
No sexto dia, 14 de janeiro, tivemos mais uma vez o Recital de Alunos e o Recital de Professores, além dos concertos do Clube de Choro e o Rock in Concert.
Por motivos particulares, não pude ir a nenhum concerto nesses dois dias.
No sétimo dia, 15 de janeiro, houveram os concertos da Orquestra de Sopros e da Orquestra Acadêmica; fui neste segundo, e o Concerto da Orquestra contou com a participação dos alunos de diversos instrumentos que tiveram curso no festival, e com a participação do violinista chinês Yang Liu, como solista; no programa, tivemos o Concerto para Violino, de Tchaikovsky e Pini di Roma, de Respighi, que foram brilhantemente executadas; a orquestra contou com a regência do maestro Kyiotaka Teraoka.
No oitavo dia, 16 de janeiro, tivemos os recitais dos Alunos e dos Professores, em horários distintos, como aconteceu durante todo o festival, e a noite ocorreu o concerto dos núcleos de Madeiras e Percussão; consegui ir ao concerto, onde foi surpreendente o carinho do público, que lotou o Guarany.
No nono dia, 17 de janeiro, além dos tradicionais recitais de alunos e professores, ocorreu o Concerto do Núcleo de Cordas e Gala Lírico; os três eventos estavam divinos! Muitíssimo bem organizados, e os músicos envolvidos preparados para um grande evento como este.
No décimo dia, 18 de janeiro, a novidade ficou por conta do Concerto Clássicos do Cinema, que estava belíssimo! Foram vários filmes prestigiados, que tiveram suas trilhas executadas pela Orquestra da UNISINOS, e contou com a participação dos solistas Rafael Gubet, Elisa Machado e Caroline Peres, que foram sublimes em suas execuções.
No décimo primeiro dia, 19 de janeiro, ocorreu o concerto da Banda Sinfônica Acadêmica.
Nos dias 20 e 21, aconteceram, respectivamente, os concertos do Instrumental Brasileiro Jazz e Big Band Brothers, e o concerto de encerramento, com a orquestra da UNISINOS.
Espero que, no terceiro festival, tenha ainda mais diversidade, já que neste ano, além das aulas de Música de Concerto e Jazz, teve Choro; e também parabenizo a produção do Festival, aos professores, alunos e todos os músicos envolvidos.
Texto e fotos: Ana Lucia Azambuja – @anazambs
Bacharel em Piano/UFPel; Acadêmica do Curso de Música – Licenciatura/UFPel
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.