O Coletivo Catarse está em Pelotas realizando as filmagens do Projeto Tambor de Sopapo: resgate histórico da cultura negra do extremo sul do Brasil, e neste sábado entrevistamos a professora do curso de Arquitetura da Universidade Federal de Pelotas, Ester Gutierrez, que pesquisou a história das charqueadas e publicou o livro Negros, charqueadas & olarias: um estudo sobre o espaço pelotense, fruto do seu mestrado em história. Ela nos contou que a destruição das senzalas e das estruturas de produção do charque, que deveriam ser patrimônio cultural preservado para contar uma parte obscura da história, foram sendo destruídas sem nenhum controle.
A tentativa de apagar uma parte da história das charqueadas, segunda a professora, é pelo fato de tratar-se de um tempo dramático de sofrimento para os escravos e para esconder uma realidade ainda presente na cidade.
A entrevista ocorreu na charqueada São João, em frente ao que sobrou da antiga senzala doméstica, ao lado da casa grande do charqueador, um dos únicos resquícios materiais da história dos negros escravizados em Pelotas.
Fonte: coletivocatarse.blogspot.com
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