O cenário da produção cinematográfica no Brasil mudou desde a retomada. Na época foi orientada uma nova política industrial e comercial e as empresas transnacionais no Brasil passaram por uma globalização dos mercados, fazendo com que o faturamento fosse estável. A tríade: distribuição, produção e exibição, feita de maneira vertical foi ocupada pelo mercado internacional.
Atualmente, o cinema brasileiro está dependente do Estado e encontrando dificuldade no escoamento nas salas de cinema no Brasil. Analisando a assimetria, é necessário um balanço competitivo entre o produto nacional e o importado no mercado convencional, o que não vem ocorrendo, mesmo com leis como a TV Paga da Ancine.
Com isso, plataformas alternativas surgem ganhando público e visibilidade no meio audiovisual, consolidando a estrutura e conjuntura estético-narrativa necessária para alavancar e conseguir mais sustentabilidade entre os produtores.
É o caso dos cineclubes, exibições online e as próprias distribuições físicas
que promovem a circulação fora das salas de cinema, fortalecem o mercado nacional, incluindo pessoas que não podem pagar por uma sessão assim como obras de baixo orçamento.
Surge também a DF5, distribuidora digital, projeto do Clube de Cinema do Fora do Eixo, que disponibiliza seu acervo de filmes em diversas plataformas. A DF5 facilita a circulação, o mapeamento de exibições em todo país e integração em rede dos realizadores, exibidores e público, tornando a experiência do cinema realmente coletiva. São feitos compartilihamento de conteúdos livres, realizados circuitos integrados de exibições não comerciais de forma a reapropriar e conectar esse cenário cinematográfico.
É a Produção cultural indepedente no “Multiplex do Precariado”, como a própria distribuidora se considera, com projetos cada vez mais reconhecidos. e acervo sempre em crescimento e aberto para que realizadores também possam contribuir, sejam com video-clipes, documentários ou experimentais, vale tudo.
O Zero3 Cineclube em Pelotas/RS se apropria da plataforma e cria sessões gratuitas e abertas todos os sábados às 15h para que as pessoas consumam cinema e não ingressos.
Texto: Beatriz Janoni
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.