Ano Novo por Kledir Ramil


Apesar das previsões, o mundo não acabou em dezembro. Eu estou considerando isso um baita presente, pra todos nós. Estamos ganhando de volta o que já estávamos dando como perdido, o planeta Terra e a História da humanidade.

Nós, os bilhões de seres humanos que giramos pelo espaço a bordo deste planeta simpático e agradável, temos feito muita besteira, mas também temos produzido obras extraordinárias como a Muralha da China, o iPhone, a 9a Sinfonia e a Giselle Bündchen.

Eu faço parte daquele grupo de malucos que acorda todas as manhãs e agradece a Deus por poder desfrutar desta maravilha. Sou um apaixonado pelo sol, pelo oxigênio, pelo mar. Adoro as pessoas e os animais. As árvores, as flores, as frutas e os legumes. Com exceção do jiló.

Sim, eu sei que os orientais dizem que tudo isso é Maya, ilusão. Tudo bem, enquanto não consigo me livrar da ignorância e fazer consciência do que é eterno em mim, vou aproveitando essa ilusão passageira que, segundo ouvi falar, seria a manifestação artística de algum Pensamento Inteligente. Faz sentido.

Eu andava triste com a notícia de que o mundo ia acabar. Já pensou, toda essa obra de arte jogada no lixo? E logo agora que eu estava aprendendo a mexer no Facebook?

A leitura que fizeram da previsão dos Maias foi equivocada. Então, o que passa a valer agora é a previsão de que estamos entrando em uma nova era de luz e sabedoria. E dessa vez, torço para que esteja certa.

Em 1938, Assis Valente compôs “E o mundo não se acabou”, um samba genial, eternizado na voz de Carmem Miranda. A letra da música conta a história de um personagem que, na iminência de ver chegar o final dos tempos, enfia o pé na jaca e depois é surpreendido com o fato de que a previsão não se confirma. A canção me alertou para essa possibilidade e mantive meu comportamento em marcha lenta. Sóbrio e prudente. Me dei bem. Tenho um amigo que se endividou, outro “beijou na boca de quem não devia”. Passado o tumulto, terão que prestar contas de seus atos. Pra Deus e pro Joaquim Barbosa.

Acredito que você deve ter se comportado direito, como eu. E recebeu como um presente a notícia de que tudo não passou de um falso alarme. Portanto, parabéns.

Feliz Ano-Novo e Carpe Diem, aproveite o momento.

Por: Kledir Ramil
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