Banda Chapéu de Cobra – A dureza de fazer rock no sul do sul


Foto: Chico Maximila

Dos primórdios do rock gaúcho, banda de Santa Vitória completa 25 anos e grava em Pelotas.
Por: Marcelo Nascente

Ícone da resistência às modinhas passageiras, a Chapéu de Cobra é uma das mais antigas no cenário do rock gaúcho ainda em atividade; grava seu terceiro trabalho no estúdio do músico e produtor Davi Batuka, em Pelotas e, entre a mixagem de um som e outro, os músicos contam sua trajetória ao longo de quase três décadas da mais completa fidelidade ao rock´n´roll.

“Um destino desconhecido é um destino traçado”, é o que diz a música Horizontes, uma das novas composições. E talvez seja exatamente esta a explicação para o rock: apesar de já se saber para onde vai, as dificuldades do caminho, o tornam sempre uma esquina.

Fazer rock gaúcho em Porto Alegre é fácil… mas no extremo sul do país, onde até o vento é diferente – e onde os investimentos governamentais para a cultura são ainda insuficientes -, sobreviver durante vinte e cinco anos, não é para qualquer um.

Com músicas gravadas nos trabalhos-solo do músico Alemão Ronaldo e de bandas como Automóvel Verde e Banda Cinza, a Chapéu de Cobra foi influência para uma quantidade enorme de bandas que surgiram a partir do início dos anos 90.

A Chapéu constantemente faz shows pelo Estado, mas a receptividade do público uruguaio tem sido cada vez maior, a ponto da agenda de 2014 já incluir algumas apresentações no país vizinho; caso do Festival de San Miguel, em fevereiro.

Foto: Chico Maximila

“Aqui no Sul, a gente toca em Rio Grande, Camaquã e outras cidades, mas Pelotas, infelizmente, não tem sido roteiro. Só de passagem. Em 25 anos, tocamos umas cinco vezes em Pelotas. Estamos abertos a convites. A cena musical em Pelotas é bem forte”, diz Bola Torino, vocalista e fundador da banda.

PROJETOS
A Chapéu de Cobra deve voltar a Pelotas em breve, para mais uma etapa de gravações. Depois de finalizados os trabalhos de produção, será hora de pegar a estrada, para divulgar este novo trabalho (ainda sem nome).

A banda também planeja regravar, em espanhol, o seu segundo CD, Lua Interiorana (2011), para disseminar ainda mais sua música na terra do Mujica.

OPORTUNIDADE
Como a banda deve retornar a Pelotas algumas vezes, é possível que algum show seja marcado por aqui, ainda este ano. Vamos aguardar.