Lenine aporta em Rio Grande e traz show com entrada franca


Música e sustentabilidade numa só nota: Lenine percorre projetos socioambientais pelo Brasil e aporta em Rio Grande, no dia 27 de março, às 19h no Largo da Prefeitura.

A partir do mês de março, Lenine dá início a uma turnê por 12 projetos socioambientais pelo Brasil para encontros com as comunidades, gestores, técnicos e, claro, para fazer o que mais gosta: música. “A arte é um instrumento de aproximação poderoso por uma sociedade mais justa, gosto de acreditar que a minha música vai além do que meramente canto”, explica o cantautor, que também é botânico autodidata, colecionador de orquídeas (ou “orquidoido”, como prefere) e apoiador engajado de grupos de preservação ambiental.

Os “Encontros Socioambientais com Lenine” percorrem as 5 regiões do país e já passaram pelo projeto “Floresta Sustentável” na Praia do Forte, Bahia e “Orquestra Jovem” e “Tecendo uma Rede de Cidadania” (MG). As próximas paradas serão: “Centro de Referência de Esporte Educacional” (RS), “Mantas do Brasil” (SP), “Pé de Pincha” e “Bois Vermelho e Azul” (AM), “Caranguejo Uça” e “Projeto Diferentes Talentos” (RJ), “Pesca Solidária” (CE), “Meros” (ES), “Bichos do Pantanal” (MT), “Encauchados” (AC), “Comunidade Produção e Renda” (MA) e “Cerrado Vivo” (GO). Toda essa extensa agenda conta com a parceria e o patrocínio da Petrobras.

Serão dois dias de ações em cada destino. No primeiro dia o cantor visita o projeto anfitrião e no segundo celebra com a comunidade local, conhecendo a história dos vários projetos da região, assim como seus representantes e parceiros locais. O encerramento será com um show gratuito, onde Lenine revisita seu repertório para mostrá-lo ao público de uma maneira intimista, no formato voz e violão. “É a oportunidade de conhecer a canção despida e sem subterfúgios, da maneira como foi concebida”, explica.

O cenário é uma criação do designer João Bird – que viveu e trabalhou durante 10 anos na Amazônia com organizações como WWF (World Wide Fund for Nature) e FSC (Forest Stewardship Council). A ideia veio da própria estrada que Lenine percorre neste projeto: o palco será um trançado de lonas de caminhão usadas, mangueiras de incêndio com validade vencida, ambas recicladas, além de estruturas de bambu. O espaço vai se transformando ao longo da turnê, sendo carimbado por cada projeto visitado. Com sustentabilidade em cada detalhe, a camisa da turnê foi assinada pela designer Marceli Mazur, que desenvolve um trabalho social em comunidades do Rio de Janeiro, e batizou a peça de “Mãe Terra”.

Robson de Cassia, light designer com formação na escola francesa Scaenica, concebeu o projeto dos encontros com tecnologia ecologicamente correta e inédita num show: a “Waka Waka”, criada por um empreendimento social como solução para famílias que não têm acesso à eletricidade. A organização luta para abolir a pobreza energética em todo o mundo e desenvolveu uma das mais eficientes lâmpadas solares de LED, que provêm cerca de 16 horas de luz após um único dia de sol. Para completar o projeto, entra em cena um outro modelo de iluminação, também abastecida por energia solar, a “N222 Huron”, da Nokero. Como o próprio nome diz: Non Kerosene! Uma alternativa viável para substituir o querosene ou outros combustíveis nocivos que ainda são usados em lampiões nas regiões mais vulneráveis do mundo. Criadas como uma alternativa de alta tecnologia e baixo custo, essas fontes de energia sustentável prometem surpreender no palco.

A primeira tour socioambiental de Lenine tem precedentes. O compositor é colaborador de grupos como o Witness (ao lado do músico e defensor dos direitos humanos Peter Gabriel), Rain Forest Alliance, SOS Mata Atlântica, WWF, Projeto Albatroz Brasil, Orquestra Sinfônica Heliópolis, campanha Ser Diferente é Normal, do Instituto Metasocial, entre outros projetos. Ainda no ginásio, Lenine começou a mergulhar com um colega chamado Cesar Coelho – que se tornaria um dos fundadores do Tamar e aproximaria o músico do projeto de proteção às tartarugas marinhas. “Acompanho tudo desde o começo, faço alguns vídeos promocionais e tenho uma certa culpa pela associação do Tamar com a música. Todo final de semana tem show nos principais polos do projeto, ideia maravilhosa do Guy Marcovaldi, totalmente apoiada por mim e por vários músicos”.

LENINE – turnê “Música e Sustentabilidade numa só nota”
Projeto anfitrião: “Centro de Referência de Esporte Educacional”
Data: 27 de Março de 2014
Horário: 19h
Local: Largo da Prefeitura
Cidade: Rio Grande (RS)
Classificação: Livre
Mais informações: http://encontrossocioambientais.com.br
Curta o hotsite do show: ecult.com.br/lenineemriogrande
Confirme sua presença no evento do facebook.

Muito além de cada organização, Lenine conta que sua motivação são as pessoas. “Com o Sebastião Campello, por exemplo, já são 20 anos de admiração e parceria. Eu fiz parte do Movimento Pró Criança, no Recife e hoje eles estão sendo homenageados pela ONU e pelo Governo Brasileiro entre as instituições nacionais que mais vêm contribuindo para os objetivos de desenvolvimento do milênio. Recentemente, também, participei das comemorações pelos 40 anosdas comemorações pelos 40 anos da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), em Salvador”, relembra.

Desde as primeiras composições, as questões sociais e ambientais estão presentes. Em Na Pressão tem “Relampiano” (Cadê neném? Tá vendendo drops no sinal prá alguém) e “Rua da Passagem” (Todo mundo tem direito à vida / Todo mundo tem direito igual), além de “Candeeiro Encantado”, do álbum O Dia em que Faremos Contato. Em Falange Canibal, Lenine indaga em “Ecos do ão”: “Mas se nós temos planos e eles são o fim da fome e da difamação, por que não pô-los logo em ação?”. Só no disco Olho de Peixe tem “O último pôr do sol” (A onda ainda quebra na praia / Espumas se misturam com o vento), “Miragem do porto” e “A gandaia das ondas”. Mas nunca a natureza entrou na sua música de forma tão sorrateira quanto em Chão, em turnê pelo Brasil. Ao ouvir uma canção gravada em seu estúdio, ele percebeu que havia sido registrado também o canto afinado de um canário belga. Decidiu assumir o som na gravação, assim como é possível ouvir o coro de cigarras na Urca e outros tantos ruídos do seu cotidiano.

Próximas datas:
2 e 3 de abril: “Mantas do Brasil” em Santos, São Paulo
9 e 10 de abril: “Pé de Pincha” e “Bois Vermelho e Azul” em Parintins, Amazônia
15 e 16 de abril: “Caranguejo Uça” e “Projeto Diferentes Talentos” em São Gonçalo e Rio do Ouro, Rio de Janeiro
18 e 19 de abril: “Pesca Solidária” em Jericoacoara, Ceará
23 e 24 de abril: “Meros” em São Mateus, Espírito Santo
2 e 3 de maio: “Bichos do Pantanal”, em Cáceres, Mato Grosso
7 e 8 de maio: “Encauchados” em Rio Branco, Acre
3 e 4 de junho: “Comunidade Produção e Renda” em São Luis, Maranhão
6 e 7 de junho: “Cerrado Vivo” em Goianésia, Goiás