Ópera PUNCH estreia nesta sexta no Teatro Renascença em Porto Alegre


Foto: Roberto Gonçalves

Ópera P-U-N-C-H aborda a relação entre a IBM e o Nazismo e coloca em discussão o uso da informação, segregação e preconceito. Grupo conquistou o público no Catarse, viabilizando o espetáculo que coloca em cena textos e sons captados em guetos e campos de concentração.

Uma boa notícia para os amantes do teatro e da ópera: o espetáculo P-U-N-C-H – Uma ópera sobre liberdade, identidade e porcentagem, de Christian Benvenuti, terá sua estreia em 28 de março, no Teatro Renascença, graças à contribuição massiva do público no Catarse. P-U-N-C-H marca o retorno do gênero aos palcos gaúchos que há muitos anos não tem o privilégio de assistir a uma ópera assinada por um compositor porto-alegrense.

A equipe reuniu paixão e talento para iniciar a pesquisa do projeto em 2012, o qual já foi contemplado com o prêmio Funarte Petrobras Klauss Viana de Dança 2012. Em formato de ópera, P-U-N-C-H aborda a relação entre a IBM e o holocausto, temática jamais apresentada em um espetáculo artístico. Os meios audiovisuais também são inusitados, sendo a primeira vez que uma ópera brasileira integra canções, poesias e cartas escritas em guetos e campos de concentração, dança, vídeo, música ao vivo, música eletrônica, sons gravados em campos de concentração, em documentários e discursos de chefes de Estado realizados durante a 2ª Guerra Mundial.

P-U-N-C-H é uma ópera de Christian Benvenuti – premiado doutor em composição musical pela Universidade de Surrey, com pós-doutorado em andamento na Universidade Federal do Paraná –com coreografia de Silvia Wolff, renomada bailarina e coreógrafa gaúcha, e direção cênica de Alexandre Vargas, um dos criadores do grupo teatral Falos & Stercus e diretor artístico do Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre. E a história apresentada pelo espetáculo é real, polêmica e perturbadora: a aliança estratégica entre a corporação IBM e a Alemanha nazista, revelada pelo trabalho investigativo do jornalista e ativista de direitos humanos Edwin Black. A IBM, segundo as investigações do jornalista, foi responsável pelo desenvolvimento, produção e implementação de sistemas automatizados de informação para auxiliar o partido nazista a eleger os cidadãos “indesejáveis” ao futuro da Alemanha, identificando quem eram essas pessoas e onde estavam, e os catalogando por suas características. O trabalho da IBM possibilitou ao Terceiro Reich localizar, prender e transportar para campos de extermínio os negros, judeus, homossexuais, portadores de deficiência física ou mental, ciganos e todos os que não se encaixavam no perfil ariano.

Para apresentar essa história que não pode ser esquecida a ópera esta organizado em três atos: A Corporação; O Gueto; e O Campo, explorando três significados da palavra punch em inglês: “inserir informação ao pressionar um botão ou perfurar um cartão”, “conduzir gado, empurrando-o com uma vara”, e “golpear com o punho”. O espetáculo também lança questionamentos sobre o uso da informação por parte de organizações governamentais ou não, tema atual, evidente em manipulações de estatísticas, censos tendenciosos, violação de direitos individuais na internet e a filtragem da informação através de mecanismos de busca bloqueados ou personalizados sem consentimento. O espetáculo também instiga o debate acerca da inclusão social e diversidade, através de temas contemporâneos como o controle social pela tecnologia, homofobia, racismo, segregação e sexismo, tendo como fio condutor o Holocausto, questionando até mesmo a própria definição de ópera.

Serviço:
P-U-N-C-H – Uma ópera sobre liberdade, identidade e porcentagem
Dias 28, 29 e 30 de março, às 20h
Teatro Renascença – Av. Erico Verissimo, 307. Menino Deus.
Ingresso a R$ 25,00

Mais informações em: www.facebook.com/punchtheopera
Link para vídeos: vimeo.com/cbenvenuti/punch

Ficha técnica:
Direção geral, música e concepção: Christian Benvenuti
Direção coreográfica: Silvia Wolff
Direção cênica: Alexandre Vargas
Direção de vídeo: Eny Schuch
Cenografia: Élcio Rossini
Criação de luz: Maurício Aguiar de Moura
Criação dos figurinos: Carolina Di Laccio
Produção executiva: Débora Plocharski Borges/Tribolê Produtora
Assistência de produção: Karenina Benvenuti e Matina Banou

Elenco de Intérpretes/Criadores:
Alessandra Souza, Alexander Kleine, Andrew Tassinari, Consuelo Vallandro, Cristiane Bocchi, Débora Jung Bonzanini, Gabriela Guaragna, Giuli Lacorte, Guilherme Conrad, Gustavo Duarte, Jaime Ratinecas, Jeferson Cabral, Julia Bueno Walther, Luana Camila, Luciano Souza, Manuela Miranda, Matina Banou, Renan Santos, Viviane Gawazee

Músicos:
Adolfo Almeida Jr., Cláudia Schreiner, Diego Silveira, Elimar Blazina, Filipe Muller, Gabriela Vilanova, Humberto Meyer, Paulo Bergmann, Philip Meyer, Vinícius Nogueira

Regência: Christian Benvenuti

Foto: Roberto Gonçalves

Fonte: Bebê Baumgarten / Ana Karla Severo – BD Divulgação