Em edição emblemática a mostra de arte resgata uma de suas vocações iniciais voltando-se para a arte da América Latina
Com o título “Novas Mensagens da América” a 10ª Bienal do Mercosul retoma sua vocação histórica ao priorizar novamente a arte produzida nos países da América Latina. A exposição, que acontecerá de setembro a novembro de 2015, em Porto Alegre, terá o historiador e crítico de arte Gaudêncio Fidelis (Brasil) como curador-chefe. A equipe curatorial é formada pelo curador-adjunto Márcio Tavares (Brasil) e pelos curadores-assistentes Carmen Cebreros Urzaiz (México), Fernando Davis (Argentina), Raphael Fonseca (Brasil), Ramón Castillo Inostroza (Chile) e Regina Teixeira de Barros (Brasil).
A plataforma curatorial da 10ª Bienal do Mercosul estará voltada para a exibição da produção artística dos países latino-americanos, retomando uma vocação inicial apontada em sua primeira edição, cuja estratégia curatorial era “reescrever” a história da arte da América Latina. Esta edição da exposição buscará promover a visibilidade, a legibilidade e a recepção da produção artística destes países através de uma exposição de grande envergadura que irá se construir em torno da produção mais relevante desta região. A exposição pretende dar conta de um considerável número de “pontos cegos” deixados pela crítica e pela historiografia, trazendo à superfície obras cuja contribuição artística ainda não recebeu a merecida consideração crítica.
Quatro grandes campos conceituais compõem a 10ª Bienal do Mercosul: A Jornada da Adversidade, A Insurgência dos Sentidos, O Desapagamento dos Trópicos e A Jornada Continua. Cada um deles será composto por uma ou mais mostras, além de atividades voltadas para a formação profissional no campo curatorial e o desenvolvimento de um Programa Educativo relacionado.
A 10ª Bienal será realizada considerando o substrato histórico da arte e sinalizando para uma dimensão de excelência e significado cultural e artístico da produção contemporânea. Para tanto, apresentará um vasto número de obras canônicas e não canônicas, perfazendo um amplo arco histórico até a produção atual.
A exposição irá lançar mão de um arrojado projeto curatorial que partirá de balizadores conceituais cuja contribuição tem sido relevante para a região como a antropofagia de Oswald de Andrade, o neobarroco como estratégia de miscigenação, a investigação dos outros sentidos além do olhar e as novas investidas da forma artística a partir dos diversos “modernismos” dos países latino-americanos. A plataforma curatorial da 10ª Bienal do Mercosul pretende dar uma contribuição a uma história de exposições sobre a arte da América Latina, intervindo de maneira considerável para a apresentação de novos modelos curatoriais de promoção da produção artística e de sua legibilidade histórica.
Fonte: Ariela Dedigo
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