O jornalista e escritor Manoel Soares Magalhães inaugurou individual, no gênero naïf, no Corredor Arte do Hospital Escola UFPel/FAU. “No tempo das charqueadas” é a primeira mostra do artista pelotense, discípulo da artista plástica Carmen Garrez, precursora da arte ingênua no Rio Grande do Sul. Em dezoito trabalhos, na técnica acrílica sobre tela, em tamanhos variados, a mostra retrata a época de ouro de Pelotas, período em que a atividade saladeril era fonte de riqueza do pelotense. Seu trabalho, entretanto, não deseja mostrar tão-só a opulência de Pelotas, mas revelar, mercê de pinceladas ingênuas e primitivas, o sonho de espiritualização dos negros, numa clara evocação ao sincretismo religioso, cujo intento é escapar da opressão do branco escravocrata. “No tempo das charqueadas”, portanto, revela-se ingênua e, ao mesmo tempo crítica, levando à necessária reflexão acerca de um período opulento e ao mesmo tempo cruel da vida dos pelotense no século XIX. A exposição, aberta no dia 25 último, vai até 15 de setembro, com visitação pública das 7h às 22h, à rua Prof. Araújo, 538.
Manoel Soares Magalhães tem cinco livros publicados: Guerra Silenciosa – livro-reportagem; Dois Textos Marginais – contos; O Abismo na Gaveta – romance; O Homem que Brigava com Deus – romance; Vampiros – romance. Também escreve para teatro e cinema. Em 1982 ganhou o Prêmio João Simões Lopes Neto – gênero teatro, e em 2005, no mesmo Prêmio – gênero contos, foi finalista com o conto A Mosca, publicado na antologia de Contos João Simões Lopes Neto. Como jornalista trabalhou no Diário Popular, Pelotas; no Diário Catarinense, Florianópolis; e Correio Braziliense, Brasília. Viajou pelo país como free-lance, vendendo reportagens para vários jornais brasileiros na temática ecológica.
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.