“Basta um olhar, um riso quase vulgar, para você entender que jamais deixarei de ser cúmplice.”
A frase, em meio ao som da guitarra e do sintetizador, marca o primeiro single da cantora e compositora Laura Bastos, que está prestes a lançar seu primeiro EP – extended play – autoral. A riograndina, estudante de Ciências Sociais na Universidade Federal de Pelotas, aproveita o formato para divulgar sua obra, fruto de uma dedicação de anos. Confira a entrevista realizada com a música.
Por Calvin Cousin
e-cult: O que podemos esperar do restante do teu trabalho? Uma pegada mais indie (abreviação de independent, usada para se referir ao estilo tradicional de músicos que não possuem contratos com grandes empresas)?
Laura Bastos: Então, o EP vai ter cinco faixas diferentes entre si, mas que se amarram de uma forma bem bacana. Essa é a vantagem de um EP, ele é mais curto do que um álbum normal de nove, dez músicas, então dá para ter uma espécie de unidade entre os sons com mais facilidade. Não sei se classificaria como indie, até porque o gênero hoje em dia vai para muitos lados, mas que será gostoso de ouvir eu garanto.
ec: E quais são as tuas influências? Poderias falar um pouco delas?
LB: Minhas influências antigas são parecidas com as de muita gente: sempre ouvi muita MPB quando era criança, aí tive aquela fase do rock inglês e depois muito rock clássico dos anos 60 e 70, mas acredito que as influências mais presentes nesse trabalho sejam as mais recentes. Tenho escutado bastante música nacional contemporânea, como Céu e Mahmundi, e também um som gringo como Frank Ocean, Chet Faker e alguns outros que misturam muito do orgânico – guitarra, baixo, bateria – com as batidas mais não-orgânicas. Acho que é importante ressaltar, também, que esse EP foi produzido pelo Vini Albernaz (que trabalha com a banda Musa Híbrida), então muitas das influências dele também estão presentes, e acho que essa combinação que fez o “caldo”.
ec: Sobre a tua carreira: qual foi tua trajetória?
LB: Eu comecei fazendo voz e violão em barzinhos de Rio Grande, do Cassino e de Pelotas aos 15 anos. Aos 17 tive minha primeira banda, que se chamava Laura Bastos e os Fulanos, e tocávamos, principalmente, covers dos anos 60 e 70. Também fiz parte de outra banda cover chamada Social Mashup de meados de 2014 até 2015. Tudo isso foi um grande aprendizado, mas parecia que algo em mim me fazia querer tentar o autoral, nem que fosse para quebrar a cara.
ec: Com o lançamento do EP, quais são teus planos e projetos que tens para o futuro?
LB: Para o imediato, meus planos envolvem fazer com que esse EP circule e atinja o maior número de pessoas possível. Já estão sendo esquematizados dois shows de lançamento, um em Rio Grande e outro em Pelotas, mas a ideia é não parar por aí. Os ensaios com a banda que vai me acompanhar já começaram e, pelo visto, ela fará jus ao disco. Também faço parte de um coletivo de cantoras de Rio Grande que está planejando alguns eventos para breve, mas ainda não temos data marcada. Ainda assim, os planos são que o EP seja lançado no início de dezembro.
O single de Laura, “Cúmplice”
Laura Bastos, no Facebook e no Soundcloud.
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Calvin Cousin é estudante no sexto semestre de Jornalismo na UFPel. Não acredita em horóscopo, mas é aquariano com Vênus em Peixes
Cultura a Três é uma parceria entre o site e-cult, tr3s Comunicação e a Universidade Federal de Pelotas. O projeto tem como objetivo ser uma oportunidade aos estudantes de Jornalismo que buscam experiência na área cultural, tão rica em nossa cidade.
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