“Madu indica que pretende dar voz às mulheres vindas de tantos lugares através de elementos que compõem a história da tradição do doce em Pelotas”.
A tradição doceira de Pelotas, no extremo sul do Rio Grande do Sul, surgiu de uma grande mistura cultural. Desde os africanos e portugueses até os franceses, alemães e italianos, são muitas as histórias que construíram a vocação da cidade que, neste ano, celebra a 25ª Feira Nacional do Doce, que acontecerá de 31 de maio a 18 de junho. “Doce: A Nossa Grande História” é o tema desse ano da feira, que busca resgatar as origens culturais que transformaram a cidade na capital nacional do doce e valorizar a figura das doceiras.
Para que cada detalhe da decoração da Fenadoce possa transmitir a mensagem de valorização às origens e às doceiras, a organização buscou o trabalho do artista plástico Madu Lopes, que é o responsável pelo conceito e projeto cenográfico da feira nos próximos três anos. O artista explica que a inspiração foi a mescla de culturas que criaram o doce de Pelotas com foco na produção artesanal. “Busco algo mágico para encantar visualmente a todos e contar não apenas as histórias dos doces, como também das mãos que deram vida a essas joias dos sentidos”, afirma ele, ressaltando que busca criar uma unidade da tradição doceira onde cada povo que participou dessa construção possa ter o seu espaço.
Madu indica que pretende dar voz às mulheres vindas de tantos lugares através de elementos que compõem a história da tradição do doce em Pelotas. Ele conta que pretender colocar a cozinha como lugar de fabricação e alma dessa narrativa para valorizar o modo como as etnias contribuíram para o mosaico de receitas e ingredientes que se formou ao longo dos anos e hoje é marca registrada do município, que recebe excursões de várias partes do país durante o período da Fenadoce e até de países vizinhos, como Uruguai e Argentina.
Com a produção já em andamento dos espaços a serem preenchidos no Centro de Eventos pelo trabalho de Madu Lopes para a feira, ele afirma que o material utilizado para a confecção é diversificado e produzido a partir de objetos garimpados em briques e lojas de demolição da cidade. “Criaremos obras bidimensionais e tridimensionais utilizando técnicas mistas, como a assemblage, por exemplo, em diferentes suportes”, revela o artista.
Para esse ano, Madu salienta que o público poderá esperar uma decoração com um toque de inovação devido a ressignificação de objetos e de um trabalho diferenciado de criação de esculturas e pinturas exclusivas. Segundo ele, a ideia é realizar uma grande exposição que deve se espalhar pela feira. “O público pode esperar uma experiência estética única, uma incursão lúdica no universo do doce”, adianta ele.
O vestido da corte também costuma ser de grande expectativa do público. Formada nesse ano pela rainha Fernanda Rott e as princesas Bibiana Dias e Laura Braga, a corte leva mais uma vez o nome da feira e da cidade de Pelotas para todos os cantos. Elas traduzem a alma calorosa do povo que representam, por isso, cada detalhe das suas roupas deve retratar também a história do doce em sintonia com o trabalho de Madu Lopes.
Sobre o artista
Conhecido como Madu, o artista plástico Manoel Eduardo Lopes de Oliveira é natural de Dom Pedrito e reside em Pelotas desde 1991. A partir de 2000 começou a vender as suas peças e “viver” da sua arte, passando pela cerâmica, pintura em tela, esculturas e porongos. O profissional tem o trabalho reconhecido por retratar mulheres em suas pinturas. Atualmente, comercializa peças para todo o país, ministra cursos e participa de feiras e exposições.
Feira Nacional do Doce – Fenadoce 2017
Data: 31 de maio a 18 de junho
Local: Centro de Eventos Fenadoce (Av. Presidente Goulart com a BR-116) – Pelotas (RS)
Horário: seg a qui, das 14h às 22h; sex, das 14h às 23h; sáb, dom e feriado, das 10h às 23h.
Ingressos: seg a sex: R$ 8,00 por pessoa; Sab, dom e feriados: R$ 10 por pessoa. Estacionamento: R$ 15,00 Crianças até 6 anos não pagam ingresso e estudantes identificados com a carteira estudantil e idosos acima de 60 anos pagam 50% do valor.
Site: www.fenadoce.com.br | Facebook: www.facebook.com/fenadoce
Fonte: Reverso Comunicação Integrada
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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