Para marcar a chegada do livro de estreia da poeta Ju Blasina, “8 horas por dia” será lançado pela Editora Concha junto com uma festa de calçada em Rio Grande, no sábado, 28 de outubro. Será às 18h, na O Bárbaro – Barbearia (Domingos de Almeida, 591).
O livro já está à venda na loja da Concha (www.conchaeditora.com.br/loja) e quem comprar exemplares até o dia do lançamento irá recebê-los autografados.
Ju Blasina
Mulher, feminista, mãe, bióloga por formação, poeta por condição, alquimista amadora e escrava da Netflix nas horas vagas, Juliana Ruas Blasina nasceu na Porto Alegre dos anos 80. Publicou seu primeiro livro de poemas aos oito anos, em cartolina cor-de-rosa, encadernado do lado errado. Vive em Rio Grande onde toca uma barbearia com o marido na garagem de casa. Publica em meios digitais e alguns jornais da região sul do Rio Grande do Sul desde 2009. Foi por anos cronista colaboradora do Caderno Mulher (Jornal Agora, Rio Grande) e da Revista Samizdat, além de integrante do grupo Mandinga Arte Literatura, com o qual levou pelo Estado o projeto Poesia no bar. Tem dois e-books publicados de forma independente (2010 e 2014), vinculados ao blog P+2T. Para Ju Blasina, o livro 8 horas por dia é “um sonho encadernado do lado certo”.
Festa de lançamento do livro 8 horas por dia, de Ju Blasina
Quando: 28/10/2017, às 18h
Onde: O Bárbaro – Barbearia – Domingos de Almeida, 591, Rio Grande – RS
Livro: R$ 35
Editora Concha
A Concha é uma editora independente ligada à Mundo Moinho (www.mundomoinho.com.br), produtora artística de Rio Grande – RS, e existe para colaborar com a circulação de literatura, com a formação de escritores e com a ampliação de público leitor a partir da cidade papareia. Literatura contemporânea e crítica literária são nossos principais interesses. Projetos acadêmicos e experimentos em arte também têm nosso coração. Já foram publicados pela Concha os títulos Antes que o mundo aconteça, de Daniel Baz (poemas, 2016), Histórias de vento, mar e amor, organizado por Joselma Noal (contos, 2017) e 8 horas por dia, de Ju Blasina (poemas, 2017).
8 horas por dia (uma prévia)
Tricot
Desfazer velhos sonhos
como quem puxa a ponta solta
do velho agasalho de lã
Enrolar metros e metros
de fio, de novo e de novo
até ter nas mãos um novelo
Olhar para ele
como se fosse a primeira vez
Tecer com ele uma nova peça
que ao menos sirva
Durante a próxima estação.
Poema do amor banal
Perdoe-nos, poeta
mas hoje vivemos num tempo
de tanta pressa e tão pouca virtude
de desejos tão rasos e dizeres rudes
que das costelas fez-se grades
do corpo, o próprio leito:
viver agora é estar preso dentro do peito
e o coração apertado se debate
como quem ora tem ânsia de morrer
ora se ilude
a vida agora anda de um jeito
que temo não mais sabermos amar amiúde.
Turvos
Feito fumaça negra no céu azul
a raiva consumia as meninas
– e onde antes o amor era tudo o que se via
agora isso… um abismo absurdo
era triste admitir que já não havia
lá espaço a miniatura alguma
dela refletida
nem uma lágrima sequer contida nos cantos curvos
e naqueles olhos que um dia foram tão claros
– de um verde esperança tão raro
hoje se viam vazios e turvos
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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