Deborah Colker traz a Pelotas seu primeiro espetáculo de temática explicitamente brasileira, dia 21 de maio (segunda-feira) no Theatro Guarany. “Cão sem plumas” baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999).
A estreia internacional aconteceu em 3 de junho de 2017, no Teatro Guararapes, em Recife. A Cia. Deborah Colker conta com o patrocínio da Petrobras desde 1995.
Publicado em 1950, o poema acompanha o percurso do rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco. Mostra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites, a vida no mangue, de “força invencível e anônima”. A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno.
“O espetáculo é sobre coisas inconcebíveis, que não deveriam ser permitidas. É contra a ignorância humana. Destruir a natureza, as crianças, o que é cheio de vida”, diz Deborah.
A dança se mistura com o cinema. Cenas de um filme realizado por Deborah e pelo pernambucano Cláudio Assis – diretor de longas-metragens como Amarelo Manga, Febre do Rato e Big Jato – são projetadas no fundo do palco e dialogam com os corpos dos 13 bailarinos. As imagens foram registradas em novembro de 2016, quando coreógrafa, cineasta e toda a companhia viajaram durante 24 dias do limite entre sertão e agreste até Recife.
Cão Sem Plumas – Cia. Deborah Colker em Pelotas
Quando? Segunda-feira, 21 de Maio de 2018
Hora? 20h30min
Abertura da casa? 19h30min
Local? Theatro Guarany – R. Lôbo da Costa, 849 – Centro, Pelotas
Evento Facebook
Ingressos:
Plateia Gold
Inteira: R$ 120,00 | Meia Entrada R$ 60,00
Plateia Silver
Inteira: R$ 100,00 | Meia Entrada R$ 50,00
Plateia Alta
Inteira R$ 80,00 | Meia Entrada R$ 40,00
Camarotes 1 ordem p/ 5 pessoas R$ 500,00 (R$ 100,00/pax)
Camarotes 2 ordem p/ 5 pessoas R$ 400,00 (R$ 80,00/pax)
Descontos:
– Cartão Petrobras e Força de Trabalho: 50% na compra de até 2 ingressos por apresentação.
Desconto não cumulativo.
– Estudantes, Professores e Idosos: 50% de desconto.
– Cliente Porto Seguro c/ 01 acompanhante 50 % de desconto.
PONTOS DE VENDA:
ÓTICA LUME
Rua Sete de Setembro, 376 (esquina Osório) – Pelotas
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EMILICE CALÇADOS
Rua XV de Novembro, 667- Galeria Malcon, Loja 14
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Classificação: Livre
A jornada também foi documentada pelo fotógrafo Cafi, nascido em Pernambuco. Na trilha sonora original estão mais dois pernambucanos: Jorge Dü Peixe, da banda Nação Zumbi e um dos expoentes do movimento mangue beat, e Lirinha (ex-cantor do Cordel do Fogo Encantado, poeta e ator), além do carioca Berna Ceppas, que acompanha Deborah desde o trabalho de estreia, Vulcão (1994). Outros antigos parceiros estão em cenografia e direção de arte (Gringo Cardia) e na iluminação (Jorginho de Carvalho). Os figurinos são de Claudia Kopke. A direção executiva é de João Elias, fundador da companhia.
Os bailarinos se cobrem de lama, alusão às paisagens que o poema descreve, e seus passos evocam os caranguejos. O animal que vive no mangue está nas ideias do geógrafo Josué de Castro (1908-1973), autor de Geografia da fome e Homens e caranguejos, e do cantor e compositor Chico Science (1966-1997), principal nome do mangue beat. O movimento mesclava regional e universal, tradição e tecnologia. Como Deborah faz.
Para construir um bicho-homem, conceito que é base de toda a coreografia, a artista não se baseou apenas em manifestações que são fortes em Pernambuco, como maracatu e coco. Também se valeu de samba, jongo, kuduro e outras danças populares.
“Minha história é uma história de misturas”, afirma ela.
Tendo a Petrobras como mantenedora desde 1995, seu grupo se firmou como fenômeno pop em Velox (1995), Rota (1997) e Casa (1999). Os espetáculos Nó (2005), Cruel (2008), Tatyana (2011) e Belle (2014) trataram de temas existenciais, como os afetos. Em Cão sem plumas, Deborah reúne aspectos de toda a sua carreira.
“Cabem a elegância do clássico, a lama das raízes e o olhar contemporâneo. O nome disso é João Cabral”, diz ela.
Reconhecida internacionalmente, Deborah recebeu em 2001 o Laurence Olivier Award na categoria Oustanding Achievement in Dance (realização mais notável em dança no mundo). Em 2009, criou um espetáculo para o Cirque de Soleil: Ovo. Em 2016, foi a diretora de movimento da cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro João Cabral vivia em Barcelona, como diplomata, quando leu numa revista que a expectativa de vida no Recife era menor do que na Índia. A notícia foi o impulso para fazer O cão sem plumas. Publicou em 1953 O rio ou Relação da viagem que faz o Capibaribe de sua nascente à cidade do Recife e, três anos depois, sua obra mais conhecida, Morte e vida severina. Sua poesia, das mais importantes do Brasil, é marcada pelo rigor e pela rejeição a sentimentalismos.
Criação, Coreografia e Direção: DEBORAH COLKER
Direção Executiva: JOÃO ELIAS
Direção Cinematográfica e Dramaturgia: CLAUDIO ASSIS
Direção de Arte e Cenografia: GRINGO CARDIA
Direção Musical: JORGE DÜ PEIXE e BERNA CEPPAS participação especial LIRINHA
Desenho de Luz: JORGINHO DE CARVALHO
Figurinos: CLÁUDIA KOPKE
Duração: 1h10 minutos
Classificação: Livre
Produção Pelotas: Orth Produções e Rádio Pelotense
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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