Resenha: Dado Villa Lobos em Pelotas


No palco do bar que leva o nome de uma de suas grandes influências, Dado confessou que não visitava a terra da Fenadoce “há muitos anos, desde um show do Taranatiriça, que estava muito bom”. Em seguida homenageou Nenung (Dharma Lovers), um dos gaúchos com quem mantém parceria musical, abrindo a noite com “Seres Extranhos” – mais tarde seria a vez de “Diamante”.

Cada vez mais à vontade no palco, Villa Lobos tocou harmônica e dançou a seu modo no clima da cover de “Rainy Day Women”, de Bob Dylan, que conclama: “everybody must get stoned”.
Na sequência, o guitarrista interpõs suas canções mais conhecidas “Dias”, “Quase Nada” e a nova “O Homem Que Calculava” com as da Legião que escolheu para fazer lead vocal: “Teatro dos Vampiros”, “Um Dia Perfeito”, e “A Dança” – em versão rearranjada onde ele se deixa tomar por gestos “epiléticos”, nos golpes na guitarra, e na dança que protagoniza. Break para o frontman, e Renatinho (segunda guitarra) assume também o microfone para sua versão de “Por Enquanto”.

De volta, Dado já convoca Toni ao palco, para duas parcerias que gravaram: “Tudo Que Vai” (hit com o Capital Inicial) e “Como Te Gusta ¿”. Resgatam o êxito-mor da banda de origem de Platão, a Hojerizah: “Pros Que Estão Em Casa”, com seu refrão operístico-smithiano, em versão que abrevia a trabalhada introdução de Flávio Murrah.

Parece que sempre termina… mas não tem fim

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Chega a hora de um tributo feito com toda a propriedade. Dado ainda seria crooner em “Ainda É Cedo/Gimme Shelter”, “Índios” (só ao microfone, sem guitarra), e em uma “Geração Coca-Cola” acústica, estilo trovador solitário, que sua ex-banda às vezes revisitava.

De resto, é de Toni a voz na sequência legionária que entra bis adentro: “Tempo Perdido”, “Eu Sei”, “Será”, “Há Tempos” e “Pais e Filhos”. O timbre do baritono, sem intenção alguma de substituir Renato Russo, ainda assim favorece o clima da catarse coletiva. A combinação no palco demonstra-se uma das melhores alternativas para a demanda reprimida desde 1996, quando, junto com Russo, morreram as esperanças de voltar a ver a Legião ao vivo.

Ao mesmo tempo, Dado estava com saudades do calor das platéias brasileiras, após uma excursão na Europa, com Marcelo Bonfá e a Caravana Americana.
O resultado dessa interação comprovou que a Legião Urbana vive – já que, segundo o próprio Renato, ela é composta pelos fãs. Quantas bandas atuais levam os admiradores a manter em sua memória cache por tantos anos letras longas e com refrão escasso como “Índios” ?

Em entrevistas exclusivas:

Dado
>comenta a pré-produção de seu segundo disco solo
>fala do convívio com Renato Russo: últimos encontros e Clube da Criança Junkie em Brasília
>estilo de guitarra, budismo, Rock It ! e mais
http://marcelofialho.wordpress.com/2010/11/18/entrevistadado/

Toni
>também detalha o trabalho no próximo álbum, Chacundum
>relata as conversas literárias com Renato Russo em meados dos anos 80
>showbusiness, futebol, parcerias e outros assuntos
http://marcelofialho.wordpress.com/2010/11/18/entrevistatoni/

Fonte: Marcelo Fialho
marcelofialho.wordpress.com

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