Evento com a jornalista Tais Seibt, vencedora do prêmio ARI 2018 pelo seu trabalho de combate às fake news. A palestra sobre fake news acontece nessa segunda-feira, 6 de maio, com entrada franca.
As inscrições serão feitas na hora pela Universidade. O evento é realizado pelo Centro de Letras e Comunicação da UFPel, e conta ainda com o apoio da Prefeitura, Agência Incomum e Instituto Pesquisas de Opinião (IPO).
Taís Seibt
Jornalista e professora da Unissinos. Vencedora do prêmio ARI 2018 na categoria “Melhor Contribuição à Imprensa”, justamente pelo seu trabalho de combate às fake news, ela levanta um importante debate sobre a importância da checagem de fatos no jornalismo, webjornalismo e redes sociais.
Ela foi uma das fundadoras do Filtro Fact-checking, criado em março de 2018 com o objetivo de qualificar o debate político através da possibilidade de se verificar o que é falado e aumentar a conscientização de cada cidadão sobre sua responsabilidade quanto à identificação das notícias falsas.
Bate-papo com Taís
A Prefeitura de Pelotas conversou com a palestrante e fez três perguntas que resumem o assunto que será tratado durante a palestra, apesar de não esgotarem o tema. Confira:
Prefeitura (P) – O que vais abordar na palestra?
Taís (T) – O mote da palestra é sair da discussão fato ou fake, verdade ou mentira. As questões que poluem o debate público hoje em dia são mais amplas do que isso. As pessoas não compartilham informações falsas porque são falsas, elas compartilham porque veem confirmadas suas crenças, convicções. É preciso entender melhor esse ambiente que relativiza os fatos e evidencia as emoções.
P – Por que é importante falar sobre fake news?
T – Na verdade, é preciso parar de falar em fake news e começar a discutir a desinformação. É sobre isso a palestra. Ainda que houvesse um consenso mínimo sobre o que é fake news, ele seria insuficiente para traduzir o fenômeno contemporâneo da desinformação. Não se trata do conteúdo falso em si, mas do ambiente que torna possível tomar fraudes como verdades e verdades como fraudes.
P – Como a população em geral pode se proteger das notícias falsas?
T – Desinformação se combate com informação. A internet não é o ambiente livre e gratuito que somos levados a crer que é. Somos expostos a um volume imenso de conteúdo de diversas fontes diariamente, o tempo todo, e nem todas as fontes são confiáveis. Precisamos entender melhor como isso funciona. Questionar as fontes das informações que recebemos, mesmo que elas tenham sido compartilhadas por um familiar ou amigo de confiança. É preciso questionar de onde veio essa informação, com que objetivo, porque nesse momento ou contexto, buscar outras referências para confrontar as informações. Mas acima de tudo, pensar antes de compartilhar. Compartilhamos no impulso, tomados pela velocidade dos dispositivos móveis. Somos expostos a conteúdos cada vez mais visuais nessa mesma velocidade, o que propicia que não sejamos capazes de perceber detalhes, sutilezas. Muitas das imagens manipuladas são facilmente identificadas com um olhar mais atento, mas nos falta essa atenção. Então, na dúvida, não compartilhe. Frear a desinformação pode prescindir de algoritmos, políticas públicas, talvez até medidas legais, mas passa também pela ação de cada um de nós nesse processo.
Por Daiane Santos
Fonte: pelotas.com.br
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
Faça um comentário