A bailarina Geórgia Macedo, os músicos Thiago Ramil e Felipe Zancanaro e a artista visual Isabel Ramil estão no projeto que fará apresentações dias 22 e 23 de novembro.
Afluência reúne diferentes processos e talentos no palco do Teatro Glênio Peres, com dança, música, artes visuais e experimentações.
Um espetáculo híbrido. Não há centro, há uma espécie de confluência contínua de expressões artísticas, criando a coreografia do espetáculo e colocando diferentes visões em diálogo. As cenas, como metáforas, sugerem que cada sujeito, centro do seu universo de relações, crie as suas imagens e significados. Assim, o espectador tem o seu olhar direcionado e é ativo na construção da sua história.
Concebido e apresentado pela bailarina Geórgia Macedo, a artista visual Isabel Ramil e os músicos Felipe Zancanaro e Thiago Ramil, Afluência é o encontro entre estes artistas e as diferentes formas de se expressar. É o encontro deles com cada um dos locais que se propõem a ocupar. Assim, a cada performance deixam-se afetar pelo espaço de forma a permitir que os elementos históricos, geográficos e estruturais dos locais participem da concepção de cada apresentação.
O projeto teve sua estreia em agosto de 2018, quando propôs uma nova forma de ocupar o espaço Cultural Agulha. Em abril de 2019, o grupo se voltou para uma pesquisa junto aos Rios Caí, Taquari, Sinos, Gravataí e Jacuí, afluentes do Rio Guaíba, integrando a programação da Virada Sustentável de Porto Alegre e em maio realizaram a sua primeira temporada na Sala Álvaro Moreyra. Finalizando o ano de trabalhos, o grupo se encontra com o Teatro Glênio Peres para participar da V Mostra de Artes Cênicas e Música.
Pela primeira vez se apresentam em palco italiano, ressignificando a última narrativa criada. Com este encontro e atravessados pelos contextos ambientais que envolvem o Estado, retomam a pesquisa que realizaram junto aos afluentes do Rio Guaíba e convidam atores, bailarinos e a kujà (pajé) Kaingang Iracema Gã Ra Nascimento para participar da montagem.
Afluência leva ao extremo a noção de que um espetáculo é sempre um acontecimento artístico, impossível de ser repetido. Como os rios que tem como constante a sua transformação. O quê transborda e guia as diversas narrativas apresentadas, é a água. A água, que existe entre vastas e esfareladas coletividades de argamassa. Água corpo. Água planeta. Água recurso. Água redonda e água comprida. Água, movendo o corpo de um sujeito urbano que constantemente se transforma.
Sobre os artistas:
Isabel Miranda Ramil trabalha com cenografia, iluminação e criação de vídeos para teatro e shows musicais. Em 2014 realizou sua primeira exposição individual. Participou de mais de 20 exposições coletivas dentro e fora do Brasil, algumas com curadoria artística de nomes como Paulo Herkenhoff, Agnaldo Farias e Gabriela Motta. Em 2011 realizou o projeto cênico colaborativo “Órfão, o tempo sem ponteiros”, pelo qual ganhou o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas na categoria Artista Revelação. Em 2011 recebeu da Bolsa Iberê Camargo o prêmio Artista destaque da revista digital da Fundação. Em 2012 foi selecionada pelo programa Rumos do Itaú Cultural, o que a levou a expor nos espaços Itaú Cultural (SP), Casa das onze janelas (PA) e Paço Imperial (RJ). Em 2018 teve um trabalho seu adquirido pelo MAR – Museu de Arte do Rio, o qual atualmente integra a exposição em cartaz “Mulheres no acervo do MAR”. É mestra em Artes Visuais pelo IA-UFRGS.
A antropóloga e bailarina Geórgia Macedo, iniciou seus estudos em dança clássica no Ballet Vera Bublitz e atualmente estuda ballet contemporâneo com Eva Schul, e a intersecção entre a dança e a performance, junto ao GEDA de Maria Waleska Van Helden. Trabalhou como artista circense e bailarina em importantes projetos, como nas óperas “Dido e Enéias” e “Orfeu”, com direção de Camila Bauer. Com o Circo Teatro Girassol, dançou “Vertigens”, espetáculo de dança aérea contemporânea, indicado ao Prêmio Braskem em Cena (2015) e convidado pela FUNARTE para apresentação em Bogotá-CO. Realizou a performance “Pièce en 7 morceaux”, de Annie Vigier e Franck Apertet, parte da exposição Subversão da Forma na Fundação Iberê Camargo (2018) e é uma das curadores e organizadoras da Mostra de Cinema Tela Indígena.
Felipe Zancanaro é artista sonoro, multi-instrumentista, produtor e compositor. Desenvolve pesquisas com percussão-sucata, circuit bending, samples e paisagem sonora. Em 2018 criou e performou ao vivo a trilha sonora da peça “A mulher arrastada”, com direção de Adriane Mottola (Cia. Stavaganza) premiada com o Braskem de Melhor Espetáculo no 25º Porto Alegre em Cena e com o Prêmio Açorianos 2019 de melhor espetáculo. Como integrante da banda Apanhador Só recebeu indicação a melhor instrumentista no Prêmio Açorianos de Música em 2011. A banda, que viajou pela América em festivais e turnês, foi premiada 2013 pela Associação Paulista de Críticos de Arte, recebeu o Prêmio Açorianos de Música (2013), foi indicada ao VMB (da MTV), ao Grammy Latino e ao Prêmio Multishow de Música Brasileira.
Thiago Ramil teve seu primeiro disco, Leve Embora (2015), contemplado pelo edital Natura Musical e acabou indicado ao 17 Latin Grammy na categoria de Melhor Álbum Pop em Língua Portuguesa. Recebeu o Prêmio Açorianos de ‘Melhor Intérprete’ e ‘Artista Revelação’ por esse trabalho, com o qual vem realizando turnês nacionais. Também esteve no além mar, nas cidades de Lisboa, Porto e Amarante, em Portugal. Lançou recentemente seu segundo álbum, EmFrente, viabilizado através de financiamento coletivo. Além do trabalho como músico, Thiago também atua como psicólogo social em uma casa de acolhimento para menores.
AFLUÊNCIA
22 e 23 de novembro, 19h
Teatro Glênio Peres (Av. Loureiro da Silva, n. 255 – Câmara Municipal de Porto Alegre)
Entrada gratuita
Distribuição de convites a partir do dia 19/11 na Seção de Memorial da Câmara Municipal das 9h às 17h. No sábado, dia 23, somente 30 minutos antes do espetáculo, se houver disponibilidade.
Ficha técnica:
Concepção e direção: O grupo / Bailarina e performer: Geórgia Macedo / Trilha sonora original e performance ao vivo: Felipe Zancanaro e Thiago Ramil / Participação: Felipe Luz, Iracema Ga Rã, João Gabriel OM, Jota Ramos, Rebecca Rodrigues, Vicente Vargas / Cenografia, vídeos e iluminação: Isabel Ramil / Figurino: Geórgia Macedo e Isabel Ramil / Produção: O grupo
Fonte: Bebê Baumgarten Comunicação
Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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