Considerado um dos mais importantes espaços culturais de Pelotas, o Theatro Guarany está com as portas fechadas desde março, quando a rotina no município foi alterada pelas ações de enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus.
Quase três meses depois, e já contabilizando prejuízos financeiros, a proprietária do local, Andrea Zambrano, solicitou à prefeita Paula Mascarenhas avaliação da possibilidade da retomada das atividades da casa para espetáculos e atos solenes, como formaturas.
Durante reunião no Paço Municipal, na tarde de segunda-feira(8), a empresária apresentou à prefeita a proposta de um protocolo sanitário capaz, segundo ela, de viabilizar a reabertura do teatro e a retomada dos espetáculos. No documento, estão previstas regras de higiene, assim como a redução do número de pessoas no local – o Theatro Guarany tem capacidade para cerca de 2 mil pessoas. “Entre as sugestões, inseridas no protocolo, está a retirada de fileiras de assentos, para que sejam criados espaços e, assim, manter o distanciamento”, salientou Zambrano.
A empresária elogiou as determinações da Prefeitura, para prevenção e controle do contágio do coronavírus. Por outro lado, alegou a dificuldade em manter os custos do empreendimento, como o pagamento dos funcionários e as despesas básicas do prédio, sem a realização de shows e colações de grau.
A prefeita recebeu o material e lembrou o Decreto Municipal que proíbe a realização de eventos capazes de causar aglomerações de pessoas.
“Mesmo com as últimas flexibilizações, mantivemos a determinação de evitar as aglomerações, principalmente em locais fechados. Eu entendo a situação enfrentada, principalmente pela cena cultural do município, mas é necessário submeter a proposta ao Comitê de Crise, aos especialistas da área da saúde. Não estamos em um momento de relaxamento das determinações”, esclareceu Paula.
Lei de Emergência Cultural
O secretário de Cultura, Giorgio Ronna, acompanhou o encontro e lembrou da possibilidade de espaços privados, como o Theatro Guarany, serem beneficiados pelos recursos previstos na Lei de Emergência Cultural – Lei Aldir Blanck -, aprovada, por unanimidade, no Senado, dia 4 de junho, ainda aguardando sanção presidencial. “Seremos capacitados para administrar esses recursos, disponibilizados para ajudar a classe cultural atingida pela pandemia”, salientou Ronna.
O Rio Grande do Sul, através da Secretaria Estadual de Cultura, deve receber cerca de R$ 70 milhões e, os municípios gaúchos, cerca de R$ 85 milhões, totalizando R$ 155 milhões.
Texto: Alessandra Senna
Fonte: pelotas.com.br
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