Lembro do meu computador desktop com Windows XP. Na época, quando usava o eMule para fazer downloads, era fácil se descuidar e infectar a máquina com um “cavalo de troia”. As redes sociais eram um campo de paquera e vaidade: podia se levar no papo, que com ajuda de um dicionário, tinha lido Crime e Castigo no original. Lorota era artifício de balaqueiro. Na web de hoje – a mentira é o vírus agindo para manipulação.
A vida atualmente acontece no mundo digital. Tudo que nos interessa acaba em uma fotografia. Não basta pensar para logo existir, é preciso publicar. As relações em redes sociais nos colocam num mural de narrativas infinitas, nem todos vão falar a verdade o tempo todo. No entanto, a tendência tem sido criar conteúdo mascarado de notícia para propagar injuria, difamação e calúnia.
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As pessoas dessa turma de enganadores não são aquelas que você vai convidar para um churrasco na sua casa. Mas um dos problemas é a velocidade com que publicações se espalham na internet, mais rápido do que o Usain Bolt nos 100 metros rasos. E levados pela emoção, muitos acabam compartilhando desinformação, sem mesmo checar as intenções da fonte.
Fica a dica: a jornalista Patrícia Campos Mello está lançando o livro, Maquina do Ódio – Notas de uma repórter sobre Fake News e violência digital. O livro vai discutir como as redes sociais vem sendo manipuladas por líderes populistas; como as campanhas de difamação funcionam e tem nas jornalistas mulheres suas vítimas preferenciais; e traz um quadro amplo sobre a liberdade de imprensa no Brasil e no mundo. Já encomendei o meu na Vanguarda. Vai ser o livro do ano, não minto.
Texto: Lucian Brum
Jornalista.
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