Sensação do indie rock brasileiro, Tagua Tagua lança álbum ‘Inteiro Metade’


Inteiro Metade em vinil

Após quatro singles lançados ao longo deste ano, o projeto Tagua Tagua, do gaúcho Felipe Puperi, liberou o álbum “Inteiro Metade” nas plataformas streaming, na sexta-feira (16). Com nove músicas, o disco mergulha entre timbres eletrônicos e orgânicos e apresenta uma faceta mais madura do artista.

Foto: Guilherme Calvin

O músico e produtor Felipe Puperi ficou conhecido por fazer parte da Wannabe Jalva, banda que fez diversos shows internacionais, abriu para nomes como Pearl Jam e Jack White, além de participar do programa SuperStar. Com o Tagua Tagua, ele já havia lançado dois EPs: “Tombamento Inevitável” (2017) e “Pedaço Vivo” (2018).

O álbum “Inteiro Metade” é lançado no Brasil via Natura Musical e também será lançado na Europa pelo selo Costa Futuro e nos Estados Unidos, de forma independente.

A identidade visual do projeto é assinada por João Lauro Fonte, que também produziu os lyric videos e capas dos singles que anteciparam o disco. Confira a lyric video da faixa “4AM”:

Embora seja um projeto recente, o Tagua Tagua já conta com passagens pela Europa e uma tour nos Estados Unidos, onde se apresentou no Brasil Summerfest NYC e tocou no Baby’s All Right, famosa sala de Brooklyn. Além disso, também fez parte da trilha sonora do FIFA 20 com o single “Peixe Voador”. O novo disco está em destaque na playlist Indie Brasil de curadoria do spotify.

“É um disco sobre o processo de encontrar novos espaços pras mesmas pessoas dentro da vida. É ser inteiro num dia e metade noutro. É a caminhada da transformação, da aceitação dessa mudança dentro de nós. Nesse percurso, aparecem os mais variados sentimentos: euforia, alegria, gratidão, saudade, tristeza, luto. Morre uma relação pra nascer outra” resume Felipe, que também assina a produção musical.

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Além do streaming, o álbum ainda conta com uma bela edição em vinil que pode ser adquirida no site do artista: www.taguatagua.com.br.

Faixa a faixa

1 – Mesmo Lugar

A faixa que abre o disco é também uma das mais animadas. “Foi a primeira a ser composta quando imaginei ter um álbum completo, pois flerta com o Soul, gênero que eu gosto bastante. Isso é bem notável na levada da bateria e também nas frases de sopros”, conta Felipe. A letra retrata o primeiro momento do reencontro de uma pessoa com ela mesma, depois de um longo período dividindo a vida com alguém. É o início do processo de ressignificação, a soma de mil sentimentos: euforia, tristeza, prazer, alegria, medo e solidão.

2 – Só Pra Ver

“Só Pra Ver é a faixa que escolhi como música de trabalho do disco”, revela. A música trata com irreverência, tanto no arranjo quanto na letra, as dificuldades de se desvencilhar da outra pessoa. “Você tenta, vai longe, e sempre acaba voltando nela, nem que seja apenas na imaginação. Essa canção também tem algo Soul, o que faz com que o álbum comece com uma identidade definida”, aponta o produtor.

3 – 4AM

Terceiro single apresentado do disco, 4am dá sinais de um caminho mais introspectivo. Com levadas orgânicas, mas baseadas em beats eletrônicos, a música dá vazão à um estado mais etéreo. Ela passeia com os sintetizadores e piano elétrico por um grande sonho que, com poucos elementos, traduz o sentimento da letra no arranjo.

4 – 2016

A faixa foi, de fato, composta e gravada em 2016. “Eu apenas regravei algumas coisas e fiz pequenas modificações no arranjo pra casar com o disco. Escolhi essa faixa para essa sequência, pois faria sentido no disco entrar esse momento nostálgico de reflexão. É uma balada, que traz uma certa melancolia e tristeza na aceitação de ressignificar a outra pessoa”.

5 – Bolha

“Bolha é uma música que já tocávamos nos shows e sempre imaginei no disco”, conta. Com a pegada Soul, que predomina em vários momentos do álbum, naipe de metais e solos de sintetizador, a canção é uma auto análise bem pessoal. É o momento de olhar pra si e se perceber no mundo.

6 – Até Cair

Considerada a canção mais séria do disco, Até Cair quase não tem guitarra, é toda baseada em sintetizadores e no beat.

7 – Inteiro Metade

A faixa que leva o nome do disco: “essa música representa bem o sentimento do álbum todo. Como o disco é quase uma linha do tempo dos momentos e reflexões desse processo, ela acaba sendo o ponto de intersecção entre a linha da saudade (na melancolia da letra) e a linha da aceitação (no arranjo fluido, leve, que indica o progresso). A música, de certa forma, exalta que não tem como passar por isso sem ser inteiro num dia e metade no outro”, reflete.

8 – Sopro

Sopro, como o título da música diz, é um fragmento de sentimento. “Gosto muito dessa canção, pois ela é totalmente experimental, tem apenas uma frase que diz tudo o que tinha que ser dito. Já é uma preparação para o novo que está por vir, é a aceitação, é a vontade, é tudo que eu nunca tinha feito antes nesse projeto também. Toda música é baseada em samples que criei no estúdio”, lembra Felipe.

9 – Do Mundo

Do Mundo é a canção mais melancólica de todas e simboliza a fase final de todo esse processo bonito: Vem, me abraça e me envolve nos teus sinais, que agora eu sou o mundo, que agora eu sou o mundo, que agora eu sou do mundo.

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