O sucesso de um show, espetáculo, festival ou feira está diretamente relacionado com a circulação de público. Sendo assim, desde que medidas de distanciamento social para conter a pandemia do novo coronavírus foram colocadas em prática no Brasil, em março de 2020, o setor de eventos está entre os mais prejudicados.
Justamente pela característica de promover o encontro entre pessoas deve seguir em um cenário de incertezas e prejuízo, pois mesmo uma retomada exigiria protocolos que restringem o número de gente na plateia e também de profissionais envolvidos na organização.
É justamente esse segundo grupo, conhecido por “graxa” e fora de cena há mais de seis meses, que tem sofrido nos bastidores. Enquanto a crise no setor já é notória, uma gama de trabalhadores que atuam no meio (como roadies, iluminadores, produtores, assistentes de palco, seguranças etc) sofre sem reconhecimento.
E diferentemente de quando estão em ação nas coxias, em que o anonimato é condição para o bom andamento dos trabalhos, a invisibilidade do momento só revela falta de perspectiva e de políticas adequadas para atravessar a fase ruim.
Clique aqui e torne-se um apoiador e-cult
Com o intuito de discutir o momento vivido pelo mercado de eventos, o produtor técnico Sergio Caldas resolveu lançar luz sobre as dificuldades enfrentadas por prestadores de serviço da área em um vídeo. O material traz declarações de trabalhadores do setor e problematiza a situação atípica. A ideia surgiu de conversa com amigos e colegas do meio.
— Esse filme é uma reflexão surgida de conversas com amigos que trabalham no setor que, assim como eu, foram seriamente afetados por essa parada brusca nas atividades. Milhares de profissionais ficaram sem trabalho e sem perspectiva, e ainda não existe um plano de retorno. Isso nos faz questionar as condições de trabalho no mercado e também o futuro das nossas carreiras — avalia o Sérgio, que também atua como diretor e produtor audiovisual.
Conforme pesquisa nacional, feita pela União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe) e a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 98% do setor de feiras, congressos e eventos foi afetado pela paralisação das atividades devido ao covid-19. O estudo foi divulgado em abril e teve participação de mais de 2,7 mil entrevistados. Cerca de 62,5% das empresas esperavam reduzir o faturamento entre 76% e 100%, outras 9% previam queda de receita de 51% a 75%, enquanto 4,5% alegaram que o faturamento iria cair entre 26% e 50%.
É preciso destacar que esses números têm relação direta com 7,5 milhões de empregos (diretos, indiretos e terceirizados), de acordo com o II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil — 2013, realizado pelo Sebrae. A mesma avaliação revela ainda que o setor responde por 4,32% do PIB nacional.
O show deve continuar. Mas como?
Fonte: Homero Pivotto Jr. – Jornalista e assessor de Imprensa
Clique aqui e torne-se um apoiador e-cult
Faça um comentário