Projeto Companhia Teatral V.I.D.A. conta Lendas do Sul estreia com Boitatá

As populares lendas eternizadas na escrita de João Simões Lopes Neto ganham uma nova encarnação no projeto “Cia. Teatral V.I.D.A. conta Lendas do Sul”. Já disponível, o primeiro vídeo da série narra o conto Boitatá, lenda de origem indígena, que aparece na abertura da obra do escritor pelotense.

A Companhia Teatral V.I.D.A., por meio dos atores Cid Branco e Larissa Rosado, resgata o espírito do personagem Blau Nunes, que contou as lendas há mais de 100 anos. Publicado originalmente em 1913, o livro Lendas do Sul fez com que as populares lendas que circulavam pelo nosso Estado ganhassem um registro definitivo, com o requinte literário característico de Simões Lopes.

A nova interpretação feita através do teatro, que no momento de pandemia se adapta ao meio virtual, visa manter viva a cultura popular brasileira. “Conhecer as diversas culturas presentes no país é uma forma de conhecermos a nossa história e a formação da nossa identidade enquanto brasileiros e enquanto latinos que somos”, defende a companhia.

O projeto foi aprovado no Edital Circuito de Cultura Popular e Periférica, com verba da Lei Aldir Blanc. O também ator Albert Souza foi o responsável pela captação de imagem e edição. A produção contou ainda com apoio cultural do Sindicato da Alimentação de Pelotas.

A cobra de fogo

Com origem no tupi-guarani, o boitatá (a junção dos termos boi e tatá) significa cobra de fogo. A lenda possui algumas variações dependendo da região do país. Na escrita de Simões Lopes, a Mboitatá é descrita como a cobra-grande que “só comia os olhos e nada, nada mais”.

“O seu corpo foi ficando transparente, transparente, clareado pelos miles de luzezinhas, dos tantos olhos que foram esmagados dentro dele (…) Depois disso, os homens, quando viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. A chamam desde então, de boitatá, a cobra de fogo!”, narra o ator Cid Branco em um livre adaptação. Confira o vídeo na íntegra:

Atuando há anos de forma independente, a Companhia Teatral Vivendo, Interpretando e Distribuindo Arte (V.I.D.A.) aguarda novos editais para a produção dos vídeos que darão sequência a série, baseados nas lendas do Negrinho do Pastoreio e Salamanca do Jarau.

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