“O humor é um soco que a vida revida na morte”. A frase começa uma das 31 crônicas do jornalista e escritor Cláudio Schuster no livro Vai dar merda (Editora Mondrongo), que tem ilustrações do premiado Cláudio Duarte.
A mesma frase inicia o texto da contracapa, assinado pelo também jornalista e escritor Xico Sá, que completa: “E é de pérola em pérola – de botequim, box de mercado, birosca ou bistrô – que se faz um livro porreta como este, com ilustrações geniais do craque Cláudio Duarte. Vai dar merda, pasme, é a bíblia de um bar chamado esperança, matriz ou filial do boteco cinematográfico do Carvana. Encha a cara, leitor, leitora, crônica boa não dá ressaca. É só rebater com outra”. O livro pode ser encontrado nas versões impresso e ebook.
Natural de Pelotas (RS) e radicado em Florianópolis (SC) desde 1986, Schuster publica seu primeiro livro em prosa, depois de cinco de poesia – crime perfeito (publicação do autor – 1994), risco (publicação do autor – 1997), bluz (Blocos – 1999), beba poesia (Insular – 2016) e beba poesia volume II (Mondrongo – 2019). Vai dar merda reúne pequenas histórias escritas nas últimas duas décadas e algumas produzidas durante a pandemia.
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“Vejo o livro como uma mesa de bar compartilhada com pessoas amigas e também desconhecidas, todas convidadas a beber alguma graça em meio ao caos criado por esta onda negacionista, preconceituosa, autoritária e moralista que exalta a violência e a ignorância, com profunda desumanidade”, explica. “Me darei por satisfeito se provocar alguma embriaguez, quem sabe sorrisos e um respiro para suportar e seguir.”
O carioca Cláudio Duarte iniciou sua carreira profissional em 1986, no jornal O Globo, onde trabalhou por 28 anos. Conquistou o prêmio Esso (2001) e outras sete premiações internacionais pela SND – Society for News Design. No ano passado venceu o 47º Salão do Humor de Piracicaba (2020). O ilustrador vive em Florianópolis há 14 anos. “Quando decidimos fazer este projeto juntos, tinha certeza: a dupla de Cláudios dava samba”, escreve Schuster na abertura do livro. “Mas apesar do título, minha esperança é incurável. A vida também ainda vai dar muito samba”, ressalva.
Na orelha do livro, Leonardo Valente, escritor, jornalista e professor de Relações Internacionais da UFRJ, destaca que Vai dar merda é uma “execução mais do que bem-sucedida da capacidade de escrever o que se quer, o que se pensa, com uma simplicidade elegante e incisiva, que não se prende por tendências, modismos ou receios”. O livro vai além, diz, e “toca de forma deliciosa – não raro bem-humorada e em alguns momentos nostálgica – em temas de conversa de bar, trata de relacionamentos, de sexo, de relação com os jovens e com os filhos, de costumes e de tantos outros assuntos não apenas com os excelentes textos, mas com uma relação entre palavra e imagem ímpar em obras do gênero”.
Autor do livro “Capote” e co-organizador da coletânea “Antifascistas – contos, crônicas e poemas de resistência” (ambos pela Mondrongo), ao lado da advogada e professora universitária Carol Proner, Valente conclui: “em tempos de confinamento, a dupla de Cláudios nos presenteia com crônicas que mesmo sobre assuntos corriqueiros fogem do lugar comum, dos desfechos previsíveis e empurram-nos para fora da clausura de obviedades e mesmices que nos cercam; em uma sociedade marcada pelo retrocesso do conservadorismo nos costumes, pelo medo de se não ser pudico, textos e ilustrações confrontam com ousadia preconceitos linguísticos e comportamentais, mas com a habilidade dos que falam sobre o peso do mundo, sobre vida e sobre morte, sem perderem o gosto pela cerveja bem gelada e pelos petiscos de primeira”.
Vai dar merda, de Cláudio Schuster, com ilustrações de Cláudio Duarte
Crônicas, 122 páginas, Editora Mondrongo
Impresso: R$ 50,00 – Adquira aqui.
Ebook: nas principais plataformas, como Amazon, Apple, Cultura, Kobo, Google, Nook, Sylbols e UBook.
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Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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