Lições práticas de cultura nas visitações à Catedral


Alunos de arquitetura da UFN de Santa Maria visitaram as obras de restauro da Catedral (Fotos: QZ7 Filmes)

Alunos de arquitetura da UFN de Santa Maria conheceram de perto os detalhes deste importante patrimônio histórico

Aprender com o passado e projetar o futuro. Essa foi a principal lição que os alunos de arquitetura da Universidade Franciscana de Santa Maria (UFN) levaram para casa depois de visitarem a Catedral São Francisco de Paula, em Pelotas. A “aula prática” foi conduzida pela arquiteta Simone Neutzling, da Perene Patrimônio Cultural. Cerca de 30 pessoas, entre alunos e professores, fizeram uma imersão através dos conceitos que integram os contínuos projetos de restauro deste importante patrimônio histórico. “Em 2009 elaboramos um projeto completo, com todas as necessidades para manutenção da Catedral e desde então damos sucessivos passos nesse processo de restauração”, explicou Simone.

Depois de caminhar pela Praça José Bonifácio, olhar de perto os detalhes das portas de madeira maciça e contemplar as pinturas murais de Aldo Locatelli e Emílio Sessa, eles assistiram a uma palestra. “Durante o restauro sempre encontramos descobertas que enriquecem o nosso trabalho e compartilhamos esses achados com a comunidade, reconstruindo os detalhes dos processos que nos precederam”, detalha.

A arquiteta apresentou um passo-a-passo de cada uma das fases que compõem o universo de um projeto de restauração de um bem tombado e o universo de profissionais que envolve. Ana Laura Cuti, aluna do oitavo semestre da UFN, já conhecia a Catedral porque o irmão se formara há nove anos em Pelotas. Com 13 anos na época, ela lembra de alguns detalhes, mas conta que percebeu as características artísticas da igreja depois de ingressar no curso.

“A gente preserva o que usa, o que gosta e conhece, por isso está sendo tão importante rever tudo isso com esse novo olhar”, observa. A professora Clarissa de Oliveira Pereira, que acompanhou o grupo, explica que a iniciativa faz parte do atelier de projetos integrados, que estuda intervenções pré-existentes em um contexto integrado com o urbano. “É muito gratificante ver de perto todo cuidado desse processo, desde o levantamento histórico, passando por cada etapa que nos permite ter uma noção completa do trabalho”, observa.

Estudantes de Canguçu, com idades entre 10 e 12 anos, perceberam a importância histórica da Catedral (Fotos: QZ7 Filmes)

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL – Os alunos da Escola Municipal Dom Pedro II, de Canguçu, também aproveitaram o dia ensolarado para ver importância histórica da Catedral mais de perto. Cerca de 35 estudantes, com idades entre 10 e 12 anos, brilharam os olhos ao vislumbrarem a riqueza artística do templo. Para a professora Denise de Oliveira, a interação com detalhes da memória regional que até então só viam nos livros é fundamental para o enriquecimento dos saberes. “Eles levam para casa uma bagagem muito grande de conhecimento e passam a valorizá-lo”, resume.

Os visitantes sentiram o gosto do que as equipes do projeto de restauro da Nave Central da Catedral têm como foco: a educação patrimonial. A iniciativa é financiada via Pró-cultura – Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LIC), com o patrocínio da Josapar, apoio de Biscoitos Zezé e produzido pela Perene Patrimônio Cultural.

O trabalho conduzido por Liza Brilhava e Marta Bonow é direcionado a alunos de escolas lindeiras à igreja e acontece em sintonia com as obras. Estudantes do Colégio Gonzaga e Instituto São Benedito já estão integrados às atividades que incluem visitas guiadas, palestra sobre o patrimônio e posteriormente um trabalho prático com as telhas cerâmicas da Catedral.

Em breve serão os jovens da Escola Monsenhor Queiroz. Um universo de informações, formando os novos guardiões do patrimônio.

Fotos: QZ7 Filmes

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