Hoje, procurando inspiração ou um texto meio que inacabado que eu pudesse finalizar para enviar para o E-cult, deparei-me com cadernos antigos, folhas soltas já amareladas, pastas cheias de poesias literalmente do século passado (ahogándome entre fotos y cuadernos, entre cosas y recuerdos que no puedo compreender…) me senti a própria Shakira.
Senti um friozinho na barriga e pensei: por que estariam lá esquecidas, praticamente ignoradas? Uma certa resistência em reviver o passado? Seria medo de sentir-me ridícula ou medo de sentir dor? O que o medo faz com a gente! Sem querer chover no molhado, mas quantas coisas deixamos de sentir e de viver por medo.
Medo do desconhecido, medo de aventurar-se, medo de quebrar a cara, (e o coração), medo de assumir quem somos e, para mim, o mais triste de todos os medos: o medo do que os outros vão pensar.
Ainda com receio, voltei aos meus “farrapos” e, mais uma vez, a verdade foi libertadora: emocionei-me, chorei e surpreendi-me com a mulher corajosa que eu era aos 20 e poucos anos (hummm como estou musical hoje nas minhas citações , agora foi a vez do Fábio Jr, no título brinquei com a canção dos Titãs). Tinha esquecido dela. Senti muito orgulho das minhas convicções e experiências em ainda tão crua idade, mas também me senti muito distante desta jovem do passado, infelizmente. E foi justo neste momento que resolvi organizar tudo, reescrever, e lançar um novo livro. Ainda tem um longo caminho pela frente até ficar um livro acabado, pronto para ser publicado e lido, mas já tem o título: Poesias do Século Passado de uma Mulher Corajosa.
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Arquiteta e escritora, conhecida mundialmente no bairro por Guga. Mãe do Santiago, sempre em busca de inspiração, viajante cada vez mais de rotas clandestinas, e ser livre é um destino essencial.
hj ouvi uma voz numa viagem onirica que tive pos siesta, a seguinte:
“o medo e a resistencia de reviver o ontem”
entao jogueino google e ca estou, e diz tudo que estou passando, medo do que a pessoa vai pensar, etc