Álvaro RosaCosta recebe o Troféu Sirmar Antunes no 52º Festival de Cinema de Gramado


O ator, músico e compositor Álvaro Rosa Costa recebe o troféu Simar Antunes, entregue pela atriz e ganhadora da primeira edição do Troféu, Vera Lopes | Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

O Troféu Sirmar Antunes foi entregue ao multiartista Álvaro RosaCosta na noite de 11 de agosto, domingo, durante a cerimônia de premiação da mostra dos curtas gaúchos. Criado em 2023, o Troféu, realizado em parceria com a Assembleia Legislativa, leva o nome de um dos mais emblemáticos atores regionais. Concedido pela primeira vez à Vera Lopes, a honraria de 2024 foi entregue a RosaCosta pela própria atriz.

Reconhecido e premiado nas áreas das artes cênicas, música e audiovisual, RosaCosta é um dos profissionais mais requisitados na composição de música para o teatro, com produção internacional. Recebeu o prêmio da 15ª Edição da Quadrienal de Praga, representando o Brasil por seu trabalho de criação musical para os palcos.

Álvaro RosaCosta fez papéis em filmes importantes produzidos no estado, entre eles “Netto Perde sua Alma”, “Meu Tio Matou um Cara” e “Porto dos Mortos”. Na sétima arte, o artista conquistou dois prêmios Assembleia Legislativa de Cinema, recebidos no 49º Festival de Gramado, além de oito prêmios Açorianos, divididos entre atuação e música e cinco prêmios Tibicuera de teatro.

“Eu sou um homem negro. Quando eu era adolescente, chamado de moreno jambo – até hoje eu tô tentando entender o que é isso, mas na época eu achava interessante. Hoje, eu sei que eu sou um homem negro preto, porque ‘preto é cor e negro é consciência’, disse RosaCosta em seu discurso de agradecimento. “Isso estava escrito no primeiro troféu que eu ganhei, que foi o troféu Zumbi dos Palmares. Eu tinha 20 anos e não tinha letramento nenhum”, continuou. “Eu não entendia o que o meu povo passava. Não sabia da minha história, não sabia de nada”.

Ele relembrou a história de sua família, composta toda por profissionais da cultura: seu avô era zelador do Teatro São Pedro, onde seus tios cresceram. Sua avó materna faleceu e o velório foi no palco do teatro. “Eu estou falando isso porque são histórias negras, a minha história. E é isso que, a partir desse momento, com esse troféu, eu quero contar e conhecer essas outras histórias pretas que existem por aí, que são muito inspiradoras”, elaborou o artista. Ele também comentou sua amizade com Sirmar Antunes (1955-2022), que foi sua inspiração no começo da carreira e posteriormente, colega de profissão.

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