Coprodução Brasil-Argentina, o longa-metragem Homens de Barro chega aos cinemas em fevereiro. A trama remete ao clássico Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Só que, nessa versão contemporânea ambientada no Rio Grande do Sul, os protagonistas são dois homens: Pássaro (Gui Mallmann) e Ângelo (João Pedro Prates), jovens que se conhecem desde a infância e desafiam a culpa e os próprios medos para viver um amor proibido, moldando assim o destino dos personagens.
Tendo apoio institucional da Porto Alegre Film Commission, a produção estreia em 6 de fevereiro na capital gaúcha — onde foi rodada nos bairros de Belém Novo, Restinga e Lami, zona rural da cidade. Uma semana depois, a partir do dia 13, o filme chega aos cinemas de todo o Brasil, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. A produção é da Valkyria Filmes, Dar A Luz Cine e da produtora associada Panda Filmes, com distribuição da O2 Play.
O elenco conta ainda com Alexandre Borin, Cassiano Ranzolin, Rafael Guerra, Gabriela Greco, Felicitas Chaves, Nestor Monastério, Bruno Fernandes, Artur Gaudenzi e Mariana Catalane.
>> O FILME
Homens de Barro é o primeiro longa de ficção dirigido pela produtora brasileira Angelisa Stein. Em 2022, a cineasta estreou como diretora no documentário Fremd – O Estrangeiro (2022), um curta-metragem. Angelisa atuou na produção executiva de filmes como O Palhaço (2011), de Selton Mello, e Zama (2017), de Lucrecia Martel e é produtora do long time travel Loop, que tem Fernando Meirelles como produtor associado, e de Dolores, de Jack Dickinson. A codireção de Homens de Barro é do argentino Fernando Musa, que assina o roteiro com o também argentino Gonzalo Heredia. A direção de fotografia é do premiado gaúcho Bruno Polidoro.
O filme explora as tensões de uma velha rivalidade entre famílias e a força de um amor que luta contra todas as adversidades. Em uma pequena cidade não identificada na trama, Pássaro, da família Tamai, se vê atraído por Ângelo, o caçula dos Miranda. Ambos mergulham em uma relação homoafetiva que desafia o preconceito, a hostilidade e os próprios ressentimentos herdados da inimizade entre os pais.
— Ambientar essa história no Rio Grande do Sul foi um desafio fascinante, pois trouxemos a essência trágica e universal com uma pegada de Romeu e Julieta para um cenário local repleto de simbolismo cultural. O ambiente das olarias e as paisagens ajudaram a criar uma atmosfera atemporal, onde os conflitos familiares e os dilemas internos dos personagens encontram uma forte ressonância visual e emocional. Ao mesmo tempo, a inserção de elementos brasileiros e argentinos, tanto na trama quanto na produção, reforça a complexidade da narrativa e a riqueza desse diálogo cultural — explica Angelisa Stein.
Questões contemporâneas, como sexualidade, culpa e violência, ainda que a trama se desenrole em um não-lugar atemporal, contribuem para trazer à tona conflitos dos personagens de uma maneira universal. Os temas centrais do roteiro — identidade, ciúmes e coragem para romper normas sociais e familiares para viver um amor proibido — conduzem o público pela angustiante crise dos personagens em lutas aceitação em um ambiente adverso. A trama explora a homoafetividade e a coragem necessária para reescrever o próprio destino, enquanto os protagonistas lidam com pressões e ameaças externas. Uma obra audiovisual que está longe de ser um filme regional.
— Embora carregue nuances culturais específicas da região, o longa aborda questões universais, como identidade, paixão, culpa e o desejo de superar heranças de ódio. Esses são temas que dialogam com qualquer audiência, independentemente do contexto geográfico. Homens de Barro é um filme que se expande para além das fronteiras regionais, trazendo reflexões profundas sobre as complexidades das relações humanas e a busca por auto aceitação — conclui a diretora.
>> SINOPSE
Homens de Barro conta a história do amor proibido entre Pássaro Tamai e Ângelo Miranda em meio à velha rivalidade entre os pais deles. O filme explora impulsos instintivos, desejos e sentimento de culpa, enquanto a relação dos protagonistas desafia as normas sociais e morais. Esse drama familiar psicológico apresenta a crescente tensão entre Pássaro e Marciano (Alexandre Borin), irmão de Ângelo, e lida com temas de identidade, paixão e aceitação. Um retrato sobre a sexualidade e a coragem para reescrever o próprio destino.
>> FICHA TÉCNICA:
Homens de Barro, 2025, duração de 72min, Brasil/Argentina.
Direção: Angelisa Stein; Codireção: Fernando Musa; Roteiro: Gonzalo Heredia e Fernando Musa; Produção e Produção Executiva: Angelisa Stein e Fernando Musa; Coprodutor-Executivo: Javier Leoz; Produtora Associada e Produtora Executiva: Tatiana Sager; Diretor de Produção: Betinho Muniz; Música Original: Renan Franzen; Diretor de Fotografia: Bruno Polidoro; Montagem: Bruno Carboni; Direção de Arte: Pauliana Becker; Maquiagem: Val Oliveira; Diretor Assistente: Giovani Borba; Primeiro Assistente de Direção: Erê Zimmer; Segundo Assistente de Direção: Wesllen Machado; Som: Wendel Fay; Primeiro Assistente de Câmara: Brent Behncke; Segunda Assistente de Câmera: Giovanna Darcie; Gaffer: Jo Fontana; Eletricista: Will Tesch; Produtora de Elenco: Andrea Cosenza; Figurinos: Andrea Nascimento Borba; Assistente de Figurinos: Ruimara Stein; Assistente de Montagem: Gabriel Sager Rodrigues; Preparadora de Elenco: Liane Venturella; Produção: Valkyria Filmes e Dar A Luz Cine; Produtora associada: Panda Filmes; Distribuição: O2 Play.
Elenco: Gui Mallman (Pássaro Tamai), João Pedro Prates (Ângelo Miranda), Alexandre Borin (Marciano Miranda), Cassiano Ranzolin (Oscar Tamai), Rafael Guerra (Élvio Miranda), Gabriela Greco (Estela Miranda), Nestor Monastério (homem do parque), Artur Gaudezi (Luiz), Bruno Fernandes (Nando), Felicitas Chaves (Celina Tamai), Mariane Catalane (Vero), Arthur Menegon Marques (Pássaro Tamai criança), Pedro Krieger (Marciano Miranda criança), Miguel Almeida (Ângelo Miranda criança), Weslley Dias (Luiz criança), Enzo Behrens Correa (Nando criança) e Sophia Pitarch Stein (Yami Medeiros).
>> SOBRE A VALKYRIA FILMES
A Valkyria Filmes é uma produtora independente que tem como objetivo a produção de conteúdo audiovisual para cinema e TV, aliando excelência técnica e artística a temas que se diferenciem em aspectos culturais, sociais e históricos. Produziu o longa-metragem Homens de Barro, de Angelisa Stein e Fernando Musa (2025, coprodução Brasil/Argentina, distribuição da O2 Play). Foi produtora associada de Poropopó (2022), longa infanto-juvenil de Luís Igreja e Denise Bernardes que já participou de 17 festivais em 8 países. O filme estreou na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e também recebeu o prêmio de melhor filme no Children´s Internacional Film Festival of Wells. Assinou ainda a produção de Loop (2020), time travel de Bruno Bini (Globo Fimes, Canal Brasil, Elo Company) — exibido em 10 festivais em 7 países, tendo recebido prêmios de melhor filme, fotografia, edição, ator, atriz — presente na Apple TV, Google Play, YouTube, Now, Vivo Play, Oi Play e vendido para países como Budapeste, Irlanda, França, Estados Unidos, Reino Unido, e Rússia. Produziu também Dolores, Uma Mulher Dois Amores (2017), drama de época de Juan Dickinson (coprodução Brasil/Argentina) e o curta-metragem Fremd, o Estrangeiro, documentário de Angelisa Stein selecionado com a sexta melhor nota em certame da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
>> SOBRE A DAR A LUZ CINE
É uma empresa formada por Javier Leoz e Fernando Musa, que possuem uma longa trajetória no cinema argentino. Produziram os longas-metragens El Lado Selvaje (2022); Perros del Fin del Mundo (2018), Dolores (2016), Los Elegidos (2014) de Rodolfo Mórtola; Samurai (2013) de Gaspar Scheuer; Destino Anunciado (2013); Un Día en Constitución (2011); Un Buen Día(2010).
>> SOBRE A PANDA FILMES
Fundada em 2002, em Porto Alegre, a Panda Filmes tem deixado a sua marca no cenário audiovisual brasileiro e latino-americano. Com um repertório de inúmeros projetos em cinema, televisão e publicidade, tem no seu DNA parcerias e coproduções nacionais e estrangeiras. A empresa também atua na distribuição de obras cinematográficas em todo território brasileiro e organiza importantes festivais voltados à criação de novas janelas de exibição. A produtora ainda se destaca por sua estrutura apta a realizar serviços para produtoras internacionais e de outros estados brasileiros que venham desenvolver seus projetos no Brasil e em particular em sua Região Sul.
>> SOBRE A DISTRIBUIDORA O2 PLAY
A O2 Play é dirigida por Igor Kupstas sob a tutela de Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes. A distribuidora faz parte do grupo O2, que também tem como sócios o cineasta Fernando Meirelles e a produtora Andrea Barata Ribeiro. Em atividade desde 2013, a O2 Play se diferencia das demais distribuidoras por trabalhar, além do cinema, TV e vendas internacionais, o VOD (Video on Demand) – licenciando conteúdo para além de 30 plataformas digitais. Já foram mais de 80 filmes lançados em cinemas, entre títulos brasileiros premiados, como Sócrates e Chorão – Marginal Alado, e internacionais, em parceria com a Netflix, como O Irlandês, Dois Papas, Não Olhe Para Cima, Bardo, Pinóquio por Guillermo Del Toro – estes dois últimos indicados ao Oscar® 2023, Priscilla e Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você. A lista de longas ainda inclui parcerias com a MUBI: Annette, que abriu o Festival de Cannes, em 2021, e conquistou o Prêmio de Melhor Direção, Crimes of the Future, que estreou no Festival de Cannes, em 2022, o vencedor do Oscar®, em 2022, deMelhor Filme Internacional Drive My Car, o vencedor do Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes 2022 Holy Spider, o indicado ao Oscar®, em 2023, de Melhor Ator Aftersun, o indicado ao Oscar® 2023 de Melhor Filme Internacional Close e o indicado ao Oscar® 2024 de Melhor Filme Internacional Dias Perfeitos.
Jornalista, assessor de imprensa, apaixonado por cinema, artes e viagens.
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