Nascido no sul do estado, em Bagé, o ator Alexandre Borin estreia nesta quinta-feira, dia 6, nos cinemas de Porto Alegre. O artista integra o elenco do longa-metragem gaúcho Homens de Barro. O filme terá ingressos a R$ 7,00 (meia-entrada para todos) no CineBancários (Rua General Câmara, 424 — Centro Histórico), com sessão às 15h. Já no Cinesystem Bourbon Country (Av. Túlio Rose, 80 — Passo D´Areia), as entradas custarão R$ 10,00 dos dias 6 a 12 deste mês, com exibições às 19h.
A trama remete ao clássico Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Só que, nessa versão contemporânea ambientada no Rio Grande do Sul, os protagonistas são dois homens: Pássaro (Gui Mallmann) e Ângelo (João Pedro Prates), jovens que se conhecem desde a infância e desafiam a culpa e os próprios medos para viver um amor proibido, moldando assim o destino dos personagens. Alexandre Borin vive Marciano, irmão mais velho de Ângelo.
— Marciano é o primeiro filho dos Miranda. É um cara que carrega muito o espelhamento do pai e a necessidade de — na ausência do pai e na condição de irmão mais velho — ser o “homem da casa”. Isso, em uma casa desestruturada financeira e psicologicamente, depois da morte do pai. No meio disso tudo, vem o conflito com a sexualidade do irmão. Marciano representa o ódio e também o medo do que, pra ele, é desconhecido. Vejo a presença dele como uma representação muito evidente do conservadorismo e da violência diante daquilo que é novo, do que não conhecemos e do que muitas vezes não queremos conhecer. No filme ele representa a tradição, o conflito e a morte, tanto simbólica como literal — explica Alexandre.
O elenco conta ainda com Cassiano Ranzolin, Rafael Guerra, Gabriela Greco, Felicitas Chaves, Nestor Monastério, Bruno Fernandes, Artur Gaudenzi e Mariana Catalane.
— Fazer Marciano foi incrível e um desafio enorme. As filmagens foram muito tranquilas e prazerosas. Mas sempre com aquela tensão gostosa que é estar em cena e descobrir junto aos colegas de cena e equipe, as complexidades das relações e histórias que nos propusemos a contar. Acho que esse clima de prazer e curiosidade é um bom guia no trabalho de atuação porque nos permite estar abertos às novas possibilidades que o roteiro, a direção e o próprio personagem podem apontar. Pude sentir a construção dessa atmosfera desde a preparação de elenco que tivemos com Liane Venturella, até os momentos de ação junto a direção precisa de Angelisa Stein em todos momentos da filmagem — comemora o ator.
A partir do dia 13 de fevereiro, o filme chegará aos cinemas de outras cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Caxias do Sul. A produção é da Valkyria Filmes, Dar A Luz Cine e da produtora associada Panda Filmes, com distribuição da O2 Play. Homens de Barro conta com apoio à distribuição do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do RJ por meio da Lei Paulo Gustavo.
João Pedro Prates e Alexandre Borin vivem irmãos na trama — crédito: Valkyria Filmes
Homens de Barro é o primeiro longa de ficção dirigido pela produtora brasileira Angelisa Stein, que é natural de Novo Hamburgo. Em 2022, a cineasta estreou como diretora no documentário Fremd – O Estrangeiro (2022), um curta-metragem. Angelisa atuou na produção executiva de filmes como O Palhaço (2011), de Selton Mello, e Zama (2017), de Lucrecia Martel e é produtora do long time travel Loop, que tem Fernando Meirelles como produtor associado, e de Dolores, de Jack Dickinson. A codireção de Homens de Barro é do argentino Fernando Musa, que assina o roteiro com o também argentino Gonzalo Heredia. A direção de fotografia é do premiado gaúcho Bruno Polidoro.
O filme explora as tensões de uma velha rivalidade entre famílias e a força de um amor que luta contra todas as adversidades. Em uma pequena cidade não identificada na trama, Pássaro, da família Tamai, se vê atraído por Ângelo, o caçula dos Miranda. Ambos mergulham em uma relação homoafetiva que desafia o preconceito, a hostilidade e os próprios ressentimentos herdados da inimizade entre os pais.
— Ambientar essa história no Rio Grande do Sul foi um desafio fascinante, pois trouxemos a essência trágica e universal com uma pegada de Romeu e Julieta para um cenário local repleto de simbolismo cultural. O ambiente das olarias e as paisagens ajudaram a criar uma atmosfera atemporal, onde os conflitos familiares e os dilemas internos dos personagens encontram uma forte ressonância visual e emocional. Ao mesmo tempo, a inserção de elementos brasileiros e argentinos, tanto na trama quanto na produção, reforça a complexidade da narrativa e a riqueza desse diálogo cultural — explica Angelisa Stein.
Jornalista, assessor de imprensa, apaixonado por cinema, artes e viagens.
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