Espetáculo de dança-teatro “Bixa” estreia dia 19 de julho, em Porto Alegre


Ator e bailarino Jeferson Cabral protagoniza a montagem — Foto: Julia Oliveira

Autobiografia performatizada do ator e bailarino Jeferson Cabral, o espetáculo de dança-teatro Bixa terá sessão de estreia no dia 19 de julho, às 19h, no Teatro do SESC Alberto Bins (Av. Alberto Bins, 665 — Centro Histórico de Porto Alegre). Os ingressos antecipados custam entre R$ 25,00 (meia-entrada) e R$ 50,00 (inteira) e estão disponíveis para compra no site EntreAtosDivulga. As entradas também podem ser adquiridas na bilheteria do teatro, a partir de uma hora antes da apresentação. Nesse caso, os valores passam para R$ 30,00 (meia-entrada) e R$ 60,00 (inteira).

Nova montagem da Mimese Companhia de Dança Coisa e primeiro espetáculo solo de Cabral (que é Doutor e Mestre em Artes Cênicas, e licenciado em Dança e Teatro pela UFRGS), Bixa expõe o preconceito de uma sociedade machista e misógina. Em cena, o ator-bailarino representa várias vozes, retratando a jornada de quem decidiu “sair do armário”, para — com resistência — ser quem verdadeiramente é. Uma realidade difícil no Brasil, onde o preconceito com a comunidade LGBTQIA+ ainda é muito grande.

A ação cênica é atravessada pela dança, teatro, performance e música, diluindo as barreiras que separam essas linguagens, enquanto busca ressignificar o termo estereotipado “bixa”, fruto do preconceito na sociedade. Bixa é uma afirmação de que é necessário se orgulhar e fazer do seu corpo um veículo contra a homofobia. 

— O que me levou a realizar essa montagem foi a vontade de me reconciliar com a minha criança, a partir da percepção de que tudo que vivi na minha infância, no bairro Cohab Cavalhada, onde cresci e sofri os primeiros julgamentos em relação ao meu corpo e meu comportamento, situações comuns na vida de qualquer pessoa LGBTQIAPN+. Quando adulto, consegui entender que estava construindo meu empoderamento (que também é fruto da resistência de muitas pessoas) pelo caminho da arte — explica o ator-bailarino. 

Apresentando essa criança que “se via como bixa” e hoje se depara com essas memórias no tempo presente, o espetáculo navega nesse ideal de transmutação de um termo pejorativo para uma palavra de luta, culminando “numa ode ao ser bicha”, diz Cabral. Autor do texto, ele assina também a concepção, o figurino, a composição e a direção cênica do espetáculo. Baseado em estudos que defendem a ideia do ato de narrar a si como uma ferramenta de autoconhecimento, a exemplo de conceitos teóricos defendidos pela socióloga e antropóloga Marie Christine Josso, o artista gaúcho iniciou o argumento dramatúrgico de Bixa em 2013, e foi aprimorando a narrativa ao longo da última década, até dar o início ao trabalho de criação em setembro de 2023. 

Já a inspiração cênica do espetáculo tem os aportes argentinos sobre teatro documental, bem como o trabalho da coreógrafa alemã Pina Bausch, que usava as experiências das artistas de sua companhia como material dramatúrgico de espetáculos de dança-teatro. Em cena, Cabral estabelece uma relação de cumplicidade com a plateia, inspirado na poética dos termos teóricos de Patrícia FagundesIassanã Martins. Ambas as autoras pesquisam formas de criação de intimidade com o público através de um espetáculo proximal na relação com o espectador, tanto espacialmente como na forma de abordagem discursiva. 

Utilizando luzes piscantes, ofuscantes e estroboscópicas em breves momentos, a montagem conta com uma iluminação que alterna essa intimidade cênica com um clima de festa. Para construir sua paisagem sonora e inspirar a corporeidade do artista em sua performance, a obra mergulha no universo pop, com trilha sonora que remora grandes canções de sucesso dos anos de 1990 e 2000 que influenciaram Cabral no decorrer de sua vida num resgate histórico-cultural de influências políticas e artísticas, potencializando não somente o discurso cênico, as coreografias, e os imaginários da montagem, mas também exaltando o legado das “divas do pop” na produção de conhecimento e resistência. 

SOBRE JEFERSON CABRAL:

Doutor e Mestre em Artes Cênicas, licenciado em Dança e Teatro (UFRGS). Atuou em coletivos como Ói Nóis Aqui Traveiz e Santo Qoletivo, bem como foi dançarino em diversos espetáculos. Em 2023, esteve em Cães (2023), com direção de Alexandra Dias, com o grupo Outro Dances. No presente ano, comemora 16 anos de vida artística e mantém vínculo criativo com a Mimese Companhia de Dança Coisa.

SOBRE A MIMESE COMPANHIA DE DANÇA COISA:

Criada em 2002, como projeto de pesquisa e extensão na UniCruz. Em 2004, passa a ter o caráter independente, apresentando, dentre outros trabalhos, SemelhançasOs Humores do poetaUm corpo bem de perto (de Luciana Paludo), Além DissoVai-te, Se a morte bater na minha portadiga a ela que eu volto amanhã (de Mário Nascimento). Realiza projetos como Luciana Paludo Convida (2016) e Degustação de Movimentos (2019), este último enquanto projeto de extensão, vinculado à UFRGS.

SERVIÇO:

QUANDO: 19/07, sexta-feira, às 19h (não será permitida entrada após o início do espetáculo).

ONDE: Teatro do SESC Alberto Bins (Av. Alberto Bins, 665 — Centro Histórico de Porto Alegre)

INGRESSOS:

Antecipados (vendidos até uma hora antes do espetáculo): R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (professoras, estudantes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, artistas, pessoas trabalhadoras do comércio/serviço e empresárias) no site EntreAtos Divulga (entreatosdivulga.com.br/bixa).

Na bilheteria (abre uma hora antes do espetáculo): R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (professoras, estudantes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, artistas, pessoas trabalhadoras do comércio/serviço e empresárias).


REDES SOCIAIS:
https://www.instagram.com/bixa_espetaculo/

FICHA TÉCNICA:

Concepção, Texto, Figurino, Performance, Composição e Direção Cênica: Jeferson Cabral; Colaboração Criativa: Luciana Paludo; Iluminação: Pati de la Rocha; Técnico de Áudio: Pedro De Camillis; Operação de Áudio: Paula Lages; Fotografia: Julia Oliveira; Filmagem: Rafael Torres; ID Visual: Marina Goulart; Gestão Mídias Digitais: Jeferson Cabral e Pedro De Camillis; Assessoria de Imprensa: Adriana Lampert; Produção: Pedro De Camillis; Realização: Mimese Companhia de Dança Coisa; Apoio: Curso de Licenciatura em Dança/ESEFID/UFRGS.

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