“Ver Con Tus Oídos: Vocabulário Flamenco” terá estreia com entrada franca em Porto Alegre

Projeto venceu o Prêmio Açorianos de Dança na categoria arte afirmativa — foto: Yul Barbosa

  Ver Con Tus Oídos: Vocabulário Flamenco é uma performance que combina, ao mesmo tempo, um espetáculo e uma aula sobre a arte flamenca. Tudo integrado à acessibilidade comunicacional por meio de audiodescrição (AD), Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e legendas para surdos e ensurdecidos (LSE).  A mostra de processo e bate-papo sobre pesquisa terá apresentação única gratuita no dia 2 de maio, sexta-feira, às 20h, na Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. O projeto foi selecionado no Edital Bolsa Retomada Cultural RS, da Funarte, com recursos do Ministério da Cultura do Governo Federal.

   A partir da exploração de verbetes essenciais do flamenco, a montagem busca tornar essa arte mais acessível a um público diverso, incluindo profissionais, aficionados e curiosos, com ou sem deficiência sensorial. Criado pela artista Juliana Prestes e pela produtora de acessibilidade Mimi Aragón, o projeto surgiu durante a pandemia como uma série de aulas online e foi contemplado em diversos editais culturais, além de receber o Prêmio Açorianos de Dança, em 2021, na categoria Ação Formativa.

   A performance se destaca pela fusão entre a linguagem artística e pedagógica do flamenco, utilizando projeções e videomapping, trilha sonora original e recursos de acessibilidade integrados à dramaturgia. Essa abordagem inovadora transforma o palco em um espaço inclusivo e experimental, onde o público vivencia o flamenco sem barreiras, em igualdade de condições. Além de ampliar a visibilidade das tecnologias assistivas, a obra evidencia a identidade brasileira dentro da linguagem flamenca, promovendo um novo olhar sobre a dança e a acessibilidade na arte.

   A produção tem ainda direção geral de Juliana Prestes e direção cênica de Juliana Kersting. A produção executiva é de Uyara Camargo e iluminação, de Thais Andrade. A trilha sonora será executada ao vivo por Giovani Capeletti

>> FICHA-TÉCNICA:

Concepção: Juliana Prestes e Mimi Aragón; Direção geral: Juliana Prestes; Direção cênica: Juliana Kersting; Produção executiva e gestão de projeto: Uyara Camargo; Intérprete-criadora: Juliana Prestes; Roteiro: Juliana Kersting, Juliana Prestes e Mimi Aragón; Concepção de figurino: Juliana Prestes; Figurino: Flamencura e Lunares; Trilha sonora: Giovani Capeletti; Direção de acessibilidade: Mimi Aragón; Produção de Audiodescrição, Libras e legendas: OVNI Acessibilidade Universal; Narração AD: Mimi Aragón e Juliana Prestes; Locução: Denis Gosch; Consultoria de AD: Manoel Negraes; Tradução e interpretação em Libras: Celina Xavier; Consultoria de legendagem: Kemi Oshiro; Design e operação de luz: Thais Andrade; Design de projeção: Jana Castoldi; Operação de projeção: Gabriela João; Operação de som: Rafael David; Fotos: Yul Barbosa.

>> O PROJETO:

   O projeto Vocabulário Flamenco combina, desde a concepção, os fundamentos da arte e da cultura flamencas com a experimentação do uso criativo dos recursos de acessibilidade comunicacional. 

   Declarado pela Unesco, em 2010, como patrimônio imaterial da humanidade, o flamenco hoje é claramente caracterizado como uma linguagem universal, embora ainda seja entendido como um gênero artístico estrangeiro, mesmo que, desde a sua gênese, seja praticado em todo canto do mundo. Em Porto Alegre, as primeiras manifestações do flamenco remontam há cerca de 50 anos. O que transfere ao gênero um inequívoco sotaque local, como acontece em outras regiões do Brasil. O flamenco produzido no Brasil é embebido da nossa nacionalidade e ganha diferentes acentos em cada região onde é desenvolvido artisticamente e também ensinado.

   Já os recursos de acessibilidade comunicacional difundem-se pelo Brasil, como estudo e prática, no final da década de 1990, sendo sua inserção instituída legalmente a partir dos anos 2000. A partir de 2015, com a promulgação da Lei Brasileira de Inclusão, a aplicação da AD, das LSE e da LIBRAS começa a ganhar espaço em produtos e serviços culturais, mas ainda em caráter eminentemente canônico. 

   No Brasil, a primeira experimentação criativa da AD e da LIBRAS é realizada no espetáculo de teatro É Proibido Miar, que estreou em meados de 2015, depois de um longo processo de pesquisa e criação, do qual participaram Juliana Kersting e Mimi Aragón, profissionais que agora assumem funções-chave em Vocabulário Flamenco. A ideia é, novamente, explorar caminhos mais criativos e poéticos para a inserção da acessibilidade comunicacional, dessa vez em uma performance de flamenco.

>> SERVIÇO:

QUANDO: 02/05, sexta-feira, 20h.

ONDE: Sala Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 735 — Centro Histórico de Porto Alegre)

QUANTO: Gratuito (distribuição de senhas a partir das 19h) 

Espetáculo foi criado pela artista Juliana Prestes — foto: Yul Barbosa

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