Produção rodada no Uruguai mistura comédia e road movie
No ano de 2045, a erva-mate é proibida no Uruguai. Dois vendedores ilegais iniciam então uma viagem rumo ao Paraguai para contrabandear a erva. Juntos, os ” heróis inesperados” partem em busca da identidade perdida de seu povo.
Vencedor dos prêmios de melhor filme e ator do 12º Festival de Cinema da Fronteira exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, “Mateína – A Erva Perdida” chega às salas de cinema no dia 31 de março (quinta). Coprodução entre Uruguai, Brasil e Argentina, o longa de Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala Richero mistura comédia e road movie.
“Mateína – A Erva Perdida” é a estreia na direção de longas da dupla de realizadores uruguaia, que também divide roteiro e produção. “O filme surge como uma busca pela ficção científica, perguntando-nos como seria o nosso ambiente se mudássemos algo fundamental no cotidiano”, explicam os diretores. O questionamento: o que aconteceria se a erva-mate fosse proibida? “Esse costume, que vem dos índios Guarani, está presente em todas as esferas da sociedade uruguaia e é algo que nos caracteriza como povo”, avaliam. Eles comparam com uma proibição da cerveja para os alemães ou do samba para os brasileiros.
A aventura de Moncho (Diego Licio) e Fico (Federico Silveira) pelas estradas logo ganha o apoio popular em todo o país. “O herói uruguaio José Artigas (1764-1850) tem um grande paralelismo com nossos protagonistas: ele não queria ser o “pai da pátria”, foi seguido e ajudado pelos habitantes do campo”, apontam os cineastas. “Terminou seus dias no Paraguai com um amigo que, segundo os livros de história, fazia mate para ele”, complementam. Com bom humor, Joaquín e Pablo também refletem sobre o absurdo das proibições e a influência das corporações internacionais nos países latino-americanos.
A zona rural de Montevidéu e as proximidades da cidade de Florida servem de locação para as peregrinações de Moncho e Fico. “Diante de uma perspectiva mais geral, nos propomos a reunir a paixão, a teimosia e a luta de duas pessoas comuns para manter um sonho”, descrevem. A jornada pela volta do chimarrão também inclui perseguições policiais e passageiros inesperados. O elenco traz ainda uma participação de César Troncoso (“O Tempo e o Vento”) no papel de um comissário de polícia.
“Mateína – A Erva Perdida” é uma produção da Montelona Cine (Uruguai), em coprodução com as empresas gaúchas Coelho Voador e Vulcana Cinema e HC Films (Argentina). A distribuição fica a cargo da Lança Filmes. Contemplado com o edital Prodecine 09 do FSA – Coprodução Brasil-Uruguai.
Sinopse: Uruguai, 2045. A erva-mate é proibida. Dois vendedores ilegais iniciam uma viagem rumo ao Paraguai para contrabandear a erva. Nesta jornada, eles se tornarão heróis e vão tentar devolver a identidade perdida ao povo. Folclore uruguaio em road movie de comédia.
Mateína – A Erva Perdida:
Em cartaz nos cinemas a partir do dia 31 de março de 2022
Comédia/Road movie | 82 min. | País: Uruguai, Brasil e Argentina
Trailer: youtube.com/watch?v=pbj59tYwV40
Classificação Indicativa: 14 anos
Ficha técnica:
Direção: Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala Richero
Roteiro: Joaquín Peñagaricano, com a colaboração de Pablo Abdala Richero
Elenco: Diego Licio, Federico Silveira, Chiara Hourcade, Leandro Rodríguez, Roberto Suárez, Yamandú Cruz e César Troncoso.
Diretor de Produção: Micaela Solé
Direção de Arte: Marcelino Caraballo
Diretor de fotografia: Analia Pollio
Diretor de som: Kiko Ferraz
Assistência de direção: Diego Ferrando
Chefe de Produção: Patricia Olveira
Montagem: Pablo Riera
Música original: Santiago Pedroncini
Produtores: Joaquín Peñagaricano, Pablo Abdala Richero e Pancho Magnou Arnábal
Co-produtores: Leo Garcia, Jessica Luz, Fabiano Flores, Pablo Udenio e Hernán Guerschuny
Produtor associado: Micaela Solé
Produtoras: Montelona Cine (Uruguai), em co-produção com Coelho Voador (Brasil), Vulcana Cinema (Brasil) e HC Films (Argentina)
Distribuição: Lança Filmes
Sobre os diretores
Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala Richero formaram-se na Escola de Cinema do Uruguai, em Artes e Comunicação na UdelaR e direção de fotografia no S.I.C.A., respectivamente. Juntos co-dirigiram os curtas “La Velocity de los Ceibos” (2006, co-dirigido com Pablo Aguirrezabal) e “Nuestra Hospitalidad” (2010), com os quais receberam prêmios no Festival de Cinema AXN, Curta Cinema Rio de Janeiro ou Cinemateca Festival. Também realizam as séries documentais “Nosotros, Nosotros Dos, Un Pueblo al Solís, Fiestas Tradicionales. Mateína é sua estreia em longa-metragem.
- “Mateína – A Erva Perdida” – Longa-Metragem (2021);
- “Nosotros Dos” – Série Documental (2015);
- “Fiestas Tradicionales” – Série Documental (2014);
- “Nosotros” – Série Documental (2013);
- “Un Pueblo al Solís” – Série Documental (2011);
- “Nuestra Hospitalidad” – Curta-metragem (2010);
- “La Velocidad de los Ceibos” – Curta-metragem (2006, codireção de Pablo Aguirrezábal).
Jornalista, assessor de imprensa e fotógrafo mais-ou-menos-amador. Entusiasta das pautas culturais – sempre aprendendo coisas novas (por aí).
Faça um comentário