O Printaria é uma oportunidade dos artistas fazerem uma moeda


A 9˚ edição do Printaria ocorreu na noite de quarta-feira (27.03), na Mercado Skate Shop, em PelotasFoto: Marcel Streicher

A 9 ̊ edição da Printaria foi uma porrada visual. Uma porrada no bom sentido, que atingiu os olhos dos espectadores com um grande número de imagens. Foram 35 artistas confirmados. Acredito ter sido a maior coletiva de artes visuais dos últimos anos. Zoando com amigos, eu já estava querendo chamar o evento de bienal. Mas, voltando à realidade, foi uma oportunidade de conhecer a vanguarda da criação visual da cidade. E, também muito importante, uma chance para a galera vender os seus trabalhos.

Eu estava na sala que fica entre a Mercado e o Flama quando encontrei o Bero. Ele encostou a muleta, tirou a mochila das costas e sentamos em uma mesa de picnic. “Fazer o evento surgiu trocando ideias com o Théo, tem uma galera firmeza na cidade pintando, nós convidamos todo mundo que conhecemos, e aqui na Mercado estamos em casa, o Francis está sempre aberto para as ideias’’, disse o artista enquanto triturava o beque em um dichavador com formato de cap (de spray).

Consegui falar com Théo Gomes quando o evento já estava bombando. Com seu largo sorriso característico, ele ofereceu um gole de Coca-Cola que acreditei estar batizada com ‘elementos mágicos’, desviei e reforcei que gostaria de escrever sobre o seu trabalho, inclusive já havia iniciado a pesquisa: “Tinha alguma coisa sobre mim na página policial, mas na verdade não era eu, era um mano que tem o mesmo nome que eu’’, respondeu, já indo em direção de uns amigos que reconheceu num grupo próximo onde estava tocando o DJ Micha.

Dentre os artistas convidados, alguns viviam a sua primeira exposição. Nicolas Lüdier levou originais de seus desenhos ‘custom lettering’ para tatuagem e comentou que, além de ser importante para o seu trabalho estar expondo no evento, a caipirinha feita com limão e cachaça Velho Barreiro, que ganhou pela participação, estava muito prazerosa. 

A artista Valentine Sinnott apoiou em uma prateleira as suas pinturas. Seus quadros eram do tamanho de um palmo, mas entre eles havia um de grande expressão. Olhando de uma distância média, via-se o fundo branco e, no centro do quadro, bem miudinho, duas pessoas de mãos dadas. Era preciso forçar o olhar no sentido de procurar entender o significado, foi uma experiência interessante.

Conversei com a artista Sams, que me mostrou o seu projeto de fanzines com o tema: “Compreendendo o autismo: um guia para familiares e amigos”, manual para conscientização das características do TEA. E com gentileza peculiar, o artista Gabriel Machado passou folha por folha sua série de abstratos com tinta acrílica espatulada sobre papel, comentando seus estudos sobre o fenômeno da intersecção entre os materiais.

Quando estava de saída, encontrei a artista Jessica Porciuncula expondo sobre uma mesa improvisada do lado de fora da loja. Uma série de cartões postais, intitulada “shootin stars in the falling night‘‘, reunia fotografias em pretro e branco de cenas urbanas. Umas das fotos mostrava a pista de skate ainda com aspecto de nova, registrando também uma das primeiras intervenções feitas com tinta na pista, aplicada superfície da rampa chamada pela galera de moeda.

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Confira imagens do evento feitas pelo fotógrafo Marcel Streicher (@marcel.streicher)

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